Os enfrentamentos na política exigem do governo sinalizar os objetivos e metas a serem atendidas que dizem respeito à sociedade, a qual deverá ser fundamental na tomada de decisão sobre a estrutura da sociedade. O silêncio certamente é um mal negócio político
POLÍTICA – O governo da presidente Dilma Rousseff passa por grande problema de comunicação interna e dificuldade em se apresentar para a opinião pública, o que permite a aparente força da oposição formada principalmente pelo PSDB e DEM. Já era sabido da fragilidade da ex-ministra de Lula em implementar um governo forte nas relações políticas, diante do pouco convívio com as lógicas partidárias e fisiológicas, que perpassam o Congresso Nacional, e tem reflexos nos interesses empresariais e a demanda da sociedade.
Nítida a fragilidade do governo que precisou chamar o ex-presidente para conselho e apontar decisões no sentido de acalmar os ânimos dos aliados e oposição, o que, a rigor passa por aquilo que se tem como instrumento: as concessões políticas, que envolvem recursos econômicos e aceitação de condições de entidades, como as religiosas, com grande poder político.
O campo de luta na política sempre existiu, o que torna um espaço de discussões, debates. Entretanto, há falta de ética e interesses que são danosos ao Estado e ao público, exigindo posicionamento firme e determinado de um líder eleito. Uma tarefa árdua e requer habilidades. Neste sentido, o tempo será indispensável para o novo governo, mas há decisões imediatas.
A rigor, a posição de quem está no comando é indispensável pela clarear a filosofia sob a qual trabalha, neste sentido o Rousseff não tem feito, pois o que se diz, muitas vezes tem mais força do que se faz. Neste início de administração, a presidente preferiu se fechar no planalto, o que se revela um erro, já que a oposição tem conhecimento dos meandros do poder e da conspiração. Assim, as derrotas iniciais se tornam inevitáveis.
Evidente também o grande debate, embora de maneira escondida, o discurso do meio empresarial, sécular no Brasil, com propostas em atuar com mais intensidade nos espaços que devem ser do Estado. Assim, os meios de comunicação reverberam a necessidade da participação da iniciativa privada na construção de aeroportos, de Estádios de futebol, no petróleo, etc. Claro, onde há ganhos de capital, caso contrário fica a cargo do público – a proposta é simples, particulariza os lucros e socializa os prejuízos.
Ainda, não resta dúvida que o capital internacional se insere na política nacional, com suas buscas de retornos econômicos em meio a crises nos países desenvolvidos e de capital sem território.
Portanto, não se trata de apenas um debate na televisão que envolve o forte ministro Antonio Palocci, numa situação delicada diante da proposta da presença do Estado nas relações desiguais da sociedade, apresentada como meta do governo atual. Os enfrentamentos na política exigem do governo sinalizar os objetivos e metas a serem atendidas que dizem respeito à sociedade, a qual deverá ser fundamental na tomada de decisão sobre a estrutura da sociedade. O silêncio certamente é um mal negócio político.
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