FUTEBOL, UM NEGÓCIO GLOBAL

Na contemporaneidade, o espetáculo toma conta da aldeia global, tudo se evapora no ar, e, por isso, é possível ver as luzes do estádio, com diversos animadores nos palcos montados.


FUTEBOL - A copa do mundo deste ano chama a atenção pelo contraste entre identidade e globalização, notoriamente, diante da rede econômica. Estranho observar o locutor escalar as equipes que se enfrentam, principalmente aquelas que representam os países em desenvolvimento (eufemismo para pobres), pois em alguns selecionados nenhum jogador pertence à nação de origem. Com exemplo o time brasileiro que tem um ou outro atleta, o restante pertence ao mundo, dos negócios. Entretanto, algumas seleções mantêm os seus nativos em campo, os quais carregam a sua carga cultural, que se assemelham com os torcedores, os quais aproveitam para se divertir num tour pelas terras de Nelson Mandela.

Vai longe o tempo que o jogador representava tinha atrás de si torcedores que se identificavam com o seu carisma e arte, sobretudo, com este ídolo, que seria o responsável pela vitória contra o seu adversário, de outro herói. As chuteiras eram bancadas pelo clube ou pelo próprio esportista, as camisas não se trocavam, pois deviam ser usadas na partida seguinte. Talvez nem sejam bons tempos, mas era possível torcer por alguns nomes que o tempo levou. Na contemporaneidade, o espetáculo toma conta da aldeia global, tudo se evapora no ar, e, por isso, é possível ver as luzes do estádio, com diversos animadores nos palcos montados.

Numa relação com a comunicação para as massas, os torcedores se tornaram ao longo da globalização os consumidores dos sonhos mitológicos das vitórias para o fortalecimento da sua própria identidade, perdida eternamente, nas aventuras do show business. Em alguns momentos, o próprio treinador se torna refém dos interesses econômicos, quando determinado jogador, mesmo não rendendo o suficiente precisa estar em campo, pois a sua imagem representa interesses comerciais e gastos monstruosos.

Nem mesmo a bola escapa das marcas, pois a cada ano uma nova empresa usa o balão de coro para dinamizar suas vendas, mas esquece de manter a estrutura do instrumento principal para as partidas. No final surgem diversos frangos (quando em um lance corriqueiro o goleiro deixa a bola ir à rede) e reclamações as mais diversas dos próprios atletas.

As entrevistas são fantásticas, a poluição visual é inevitável, diante de tantas marcas espalhadas no campo de visualização da câmara, de última geração. O enquadramento é o merchandising, mais caro e eficiente do que a publicidade tradicional. No rádio há também os seus enquadramentos, pois se a bola vai para escanteio, vem uma publicidade; se houver substituição lá vem o refrão. O mais difícil na emissora idealizada por Roquett-pinto é o momento do gol, pois nem se ouve a emoção do gooool, mas o nome de uma marca qualquer de um lance de quase-gol – um sofrimento.

Em essência, apesar da dificuldade de o Brasil de vencer os comunistas Norte-Coreanos, não haverá tantos problemas para enfrentar os alemães, os Estados Unidos, a França, pois são mais conhecidos e talvez vivam dos mesmos lances, dos mesmos esquemas táticos. Sem segredos, ainda bem. Viva!

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