CONSERVADORISMO E POLÍTICA

Na política o terreno para os candidatos é sempre pantanoso, diante de tantos interesses antagônicos em uma sociedade, para muitos assuntos, conservadora.

POLÍTICA - Na política alguns temas se transformam em obstáculos para os candidatos na formação de sua imagem, e dizem respeito à maioria e minoria da população. Entre eles a religião, descriminalização das drogas, aborto, homossexualismo. Nesta semana em entrevista para o site UOL Marina Silva (PV) preferiu fazer valer sua visão transparente sobre o relacionamento civil entre os homossexuais, sem tergiversar sobre o assunto, atitude muito comum e estratégica entre os candidatos. Nas respostas se mostrou reticente sobre o aborto e casamento gay. No final, recebeu severas críticas das minorias que tradicionalmente se articulam na rua e nas novas mídias para defenderem-se.

Os jornalistas têm como função formar o perfil do candidato para o público, o que torna determinadas perguntas inevitáveis e, por vezes importantes, ainda mais considerando que geralmente carregam apelo social e gera muita discussão. No final está à busca pela audiência, e substancialmente a de exercer a função política de participar do imaginário social. Neste sentido, a Folha de S. Paulo, por exemplo, em 1985 protagonizou acalorada discussão durante disputa pela prefeitura de São Paulo.


Na época, o respeitado jornalista do diário, Boris Casou, perguntou ao candidato Fernando Henrique Cardoso, se acreditava em Deus – já era sabido de antemão o posicionamento do sociólogo. Ao titubear na resposta, FHC sentiu que perdera preciosos eleitores, e foi exatamente o que ocorreu. No fechamento das urnas, Jânio Quadros, o homem da vassoura, saiu vitorioso.

Na política o terreno para os candidatos é sempre pantanoso, diante de tantos interesses antagônicos em uma sociedade, para muitos assuntos, conservadora. Entretanto, não deve esquecer-se das mudanças inexoráveis nas culturas em movimento, a religiosidade é uma delas. A cada questão respondida os postulantes vão apresentando sua identidade, o que nem sempre se resolve com marketing ou assessores qualificados, a decisão final será dos eleitores.

Na política não se deve confundir religião e Estado que são diferentes sobremaneira, ainda mais considerando que as instituições públicas devem ser laicas, exatamente, em função das diferentes correntes de pensamento e comportamentos. Assim, temas antes impensados, hoje se transformaram em debates importantes, os quais o líder político de um país terá que conviver e buscar soluções, caso esteja em vigor à democracia. Conservadorismo pode ser importante em determinados momentos, entretanto, impede o avanço, o desenvolvimento social e o reconhecimento das diferenças, o que, por vezes, pode gerar guerras sangrentas, com a palavra George W. Bush.

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