O técnico da seleção brasileira excedeu nos adjetivos ao jornalista de filiada da televisão do Rio de Janeiro, mas deve ter seus motivos para enfrentar a rica diretoria da CBF, conivente com os interesses comerciais da principal empresa de comunicação do Brasil.
MÍDIA - A decepção tomou conta dos jornalistas que acompanham a seleção brasileira, principalmente os profissionais da Rede Globo, principal empresa responsável por dar vida ao grande espetáculo em que se tornou o evento pra os brasileiros. Muitas vezes, entretanto, o futebol vai para o segundo plano, as investidas do mundo das sensações superam a essência das quatro linhas. O jogador se revela um personagem da trama, que leva o público hipnotizado pelo show a querer saber como é a vida do protagonista principal, a exemplo dos bastidores das celebres novelas, o que resultaria na lógica da comunicação feita para as massas.
Dunga decidiu evitar a euforia dos atletas que convivem, neste momento, com o melhor momento de astro, e as redes de televisão pela euforia do resultado publicitário, diante dos números de audiência e rentabilidade.
No caso da TV da família Marinho revela-se estranho a presença de Fátima Bernardes no palco do futebol, já que sua especialidade não é o esporte. A apresentadora destaca pela imagem que criou na bancada do jornal de maior audiência do país, eis a busca de credibilidade para a expectativa de um público que se identifica com o personagem e não pela real competência. O técnico da seleção brasileira excedeu nos adjetivos ao jornalista de filiada da televisão do Rio de Janeiro, mas deve ter seus motivos para enfrentar a rica diretoria da CBF, conivente com os interesses comerciais da principal empresa de comunicação do Brasil.
Além do mais, por trás do espetáculo tem milhões de dólares e um batalhão de pessoas envolvidas em construir o palco. Possivelmente seriam poucos os homens da bola com a atitude do comandante do selecionado canarinho – nada passa incólume diante do espetáculo.
O que mais chamou a atenção neste imbróglio foi a participação do público - visto erroneamente como massa pelas redes de televisão tupiniquins- que se posicionaram a favor do treinador e contra o jornalismo da empresa Globo. Um jogo em que Dunga saiu vitorioso diante do olhar do grande número de participantes das mídias on-line. A rigor, a classe dos blogs e twitter demonstram sua crítica ao tradicional veículo de comunicação brasileiro, que se torna base para a formação da imagem de Brasil, com interferência na formação da cultura brasileira.
Embora a seleção não tenha agradado os torcedores diante dos resultados esperados, entretanto, esta copa do mundo reúne condições para a grandiosidade do espetáculo, devido às novas tecnologias, sobretudo para as telas, entretanto, as novas ferramentas chegam aos público-navegantes que deixa de ser somente receptor passivo, e passa a se posicionar, a ter voz num debate que sai do território da academia para os sítios de relacionamentos e comunidades virtuais.
Será que os tempos mudaram? Todavia, conforme a ombudsman, Suzana Singer, do jornal paulista Folha de S. Paulo, em texto publicado neste domingo (27) o resultado do jogo não é de empate: Dunga 1 x 0 Mídia.
1 comentários:
Interessante para que a família marinho perceba que o público brasileiro não pode mais ser visto como "massa" ou ser tratado como "Homer Simpson" (como diz o apresentador do tão conceituado telejornal) que aceita tudo o que vê, sem contestar ou analisar.
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