A rigor, o jornal brasileiro de maior audiência continua repercutir o seu discurso de uma academia e formação intelectual a partir tão somente de uma lógica, a que gere resultados rápidos para retorno garantido.
O diário paulista tem muitos seguidores nesta percepção de pensamento (parte de seu público leitor), que resulta no fim da história, afinal, o liberalismo conduzirá a sociedade para a liberdade e democracia, sendo natural que os discursos contrários se perderem pelo caminho. Mas no final trata-se de mais retórica (falas para convencimento) do que exatamente realidade, embora seja importante o debate sobre a adaptação das escolas/faculdades/universidades às novas tecnologias e discursos.
Como relata José Erbex Júnior em Showrnalismo (Casa Amarela, 2003), jornalista que pertenceu ao quadro do jornal, no final dos anos 80 o periódico paulista apresentou lista de professores uspianos que não apresentaram produção intelectual, entre 1985 e 1986. Embora, a lista tenha sido obtida sem consentimento da reitoria, mesmo assim foi publicada, cuja visão seria na lógica salário/produção acadêmica – alto salário significa escala de produção. Evidentemente, que há defasagem de publicações no Brasil, mas infelizmente o espaço intelectual no país está ainda muito aquém do desejável, em função da falta de investimento em educação de qualidade.
A rigor, o jornal brasileiro de maior audiência continua repercutir o seu discurso de uma academia e formação intelectual a partir tão somente de uma lógica, a que gere resultados rápidos para retorno garantido. Todavia ainda é tempo de pensar nas pessoas, na sua identidade, cultura e trocas de conhecimento. Possivelmente não vivamos em um modelo ideal de consumo e produção, simplesmente. A sociedade tem pessoas e vidas.
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