Afinal, se o caminho já foi trilhado com “sucesso”, qual a razão de inventar a roda? Deve ser a pergunta da cúpula tucana com boas relações com grandes economias centrais
Em São Paulo, conforme analisa o jornal Folha de S. Paulo em editorial, no ninho do partido há uma revoada dos tucanos, o que torna a vida de Geraldo Alckmin nada fácil nas próximas estações chuvosas.
A razão de Fernando Henrique aparecer na mídia com um texto absolutamente emblemático denuncia a condição do PSDB, que não consegue articular na oposição a Dilma Rousseff, e se mostra sem rumos na esfera federal – apesar do pronunciamento de Aécio Neves, demarcando território, de olho em José Serra. A rigor, a afirmação do ex-presidente aponta para uma das poucas saídas, a de aproximar-se da nova classe média brasileira, que teoricamente poderá se interessar em galgar os caminhos da elite brasileira. Desta forma, sugere FHC a guinada definitiva do partido para a direita, cada vez mais distante do centro. A rigor, uma tacada de risco.
Desta forma, significa apostar na ideologia de um partido voltado para as lógicas econômicas, acima de interesses sociais, já “resolvidos”, no entender do tucano, pelo governo petista de Lula e Dilma. Aqui não há o que fazer, avalia, pois o PSDB não consegue dialogar com esta “classe”, a dos despossuídos, bem assistida pelos programas sociais. Não há razão de questionar o posicionamento da liderança do partido que buscou na social democracia um lugar para debater abertura de mercado e aproximação com as economias desenvolvidas. Afinal, se o caminho já foi trilhado com “sucesso”, qual a razão de inventar a roda? Deve ser a pergunta da cúpula tucana com boas relações com grandes economias centrais.
Neste sentido, cabe analisar no âmbito regional o que pensa e qual linha de governo pretende estabelecer por Marconi Perillo, que sempre se mostra em sintonia fina com os tucanos de boa plumagem – pergunta que a mídia local ainda não quis fazer. Sem dúvida, numa análise rápida, é possível perceber que sua gestão passada tinha uma visão social mais definida. Nesta aparecem posições mais afinadas com as ideais liberais, com vistas ao fortalecimento das empresas e relações de sintonia entre governo e iniciativa privada, como ocorre com a política de meritocracia implantada no palácio das esmeraldas.
A privatização de empresas públicas também demonstra que o governo quer reduzir a força do estado, como é o caso da Celg, cuja dívida será gerida por um banco suíço, embora a razão acionária fique com o Goiás, com 51% das ações. Na verdade são negociações complicadas quando diz respeito a uma estatal importante para os goianos e seu futuro – qual o posicionamento da Assembléia Legislativa?
Vale destacar que o discurso de distanciamento do “povão” não agrada boa parte dos políticos do PSDB, que diferentemente de FHC dependem dos votos dos “pobres” para continuar na política. Afinal, no sufrágio vale o número, o qual está a reboque dos interesses dos eleitores, formado na sua maioria, no Brasil, de trabalhadores assalariados, mesmo na chamada classe C.
Além do mais é visível o pouco interesse do governo federal com negociações com Goiás, neste período político, o que deve dificultar a gestão de Perillo, que precisa manter-se em negociação. A rigor, as nuvens mudam de forma a todo instante.
Em resumo, Marconi Perillo tem pela frente de se posicionar sobre os caminhos a seguir em tempos de tempestade partidária e sinalizar para a sociedade quais suas prioridades no governo. A diferença de renda no estado é uma das piores do país como atesta a ONU em levantamento recente, e infelizmente na política estadual a brigas superam as obras, para governos que não são mais do tempo novo.
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