Uma guerra pelo que se mostra está longe do fim, mesmo se o líder líbio for abatido pelas forças aliadas
NODEBATE - As guerras denunciam que o mundo está em crise. Foi assim que ocorreu no início do século passado. As pessoas no presente não estão satisfeitas com o modelo político e econômico de seus países e querem mudanças imediatamente, exigindo as trocas de governo e sistema de poder. O exemplo mais claro de insatisfação vem do oriente médio e norte da África, em especial.
Seria um exagero imaginar que foram as novas tecnologias da informação que iniciaram este processo, que resultou em queda de lideranças políticas. O que está por trás de tudo isso, na verdade, é o excesso de concentração de riquezas nas mãos de poucos grupos sociais, com sofrimento de milhares de pessoas que ficaram marginalizados na distribuição de renda. Uns ganham demais e outras recebem muito pouco.
Uma sociedade bem informada contribui para iniciar o processo público de contestações e invasão de praças, que se transformam rapidamente em campo de guerra, com ataques, sangue e sofrimento. Como há hoje sempre mais imagens circulando nas redes sociais e jornalismo on-line, o impacto é rápido, o que chama a atenção de milhares de pessoas em todo mundo. Assim, as denuncias de autoritarismo e dificuldades pela marginalidade em meio riqueza se espalha. Logo se percebe o caos, e os países que se consideram organizadores da sociedade para a ordem global se articulam para evitar a falta de controle.
Desta maneira, alguns governos são convidados a deixarem o poder, outros ganham tempo para articular com os grupos sociais em revolta, quando há as relações de amizade e compadrio com as grandes potências econômicas globais.
Mas não é o que ocorre com todos. No caso da Líbia, Muamar Kadafi, no poder há mais 40 anos, é pessoa não grata por nações desenvolvidos que o querem fora da liderança de seu país. Em cima do precioso líquido dos tempos modernos, o petróleo, o presidente Líbio resiste à força bélica, consegue neste momento vencer os grupos insurgentes, enquanto se intensifica o discurso contra o seu governo, e aumento de ataques aéreos.
Se o comando era da ONU agora é da OTAN, mas no final não muda muita coisa, para os Estados Unidos, França e Inglaterra somente resta uma alternativa para Kadafi, deixar o país. Uma guerra pelo que se mostra está longe do fim, mesmo se o líder líbio for abatido pelas forças aliadas. Como exemplo, pode se observar a Iugoslávia e Iraque, que deveria ter uma invasão rápida, mas não foi o ocorreu.
O mais importante a analisar é que Rússia, China, Alemanha e Brasil não quiseram apoiar a intervenção bélica, o que faz imaginar que há uma divisão no mundo entre diferentes países. A falta de consenso numa sociedade complexa não é um bom sinal. Além do que os Estados Unidos e aliados não vivem no seu melhor período de crescimento econômico e as mudanças globais vão se tornando inevitáveis. Talvez seja sinal de uma forte crise que não podemos saber o seu resultado. No caminho certo de paz e ordem não está, de fato. E assim, vive a humanidade.
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