A sociedade muda com o tempo e a comunicação, na contramão partidos podem sinalizar mudanças para manter a mesma ordem.
Entretanto, fugindo à lógica, o PSD (Partido Social Democrático) nasce exatamente da insatisfação apenas partidária e particular e não de uma ligação social forte, o que sinaliza para enfrentamentos internos e falta de essência.
Os partidos políticos, assim, existem em função da organização de grupos representativos que elevam a voz de pessoas que agem individualmente e passariam a ter uma estrutura coletiva, de união em torno de uma causa, com forte identificação de ideias. Este de fato não é propósito do PSD que deverá reunir dissidentes de siglas insatisfeitos com o seu reconhecimento entre o grupo que faz parte.
Deste modo, as bandeiras que se juntam são de cores distintas. Logo, o oportunismo poderá selar o futuro do partido de Juscelino Kubitschek de Oliveira, que na década de 50 implementou o desenvolvimentismo no Brasil, abrindo estradas e valorizando a inserção capitalista no Brasil.
Assim, vale a penas entender que o idealizador da nova legenda, Gilberto Kassab deixa o DEM por não se entender com a direção do partido, no qual queria mais espaço em meio a antigos e eternos caciques, os quais controlam a legenda há décadas, com braço forte cuja bandeira ideológica é remanescente da Arena, partido de sustentação do governo militar.
Com as mudanças sociais dos últimos anos, tanto nas lógicas sociais, como na estrutura empresarial que deixou de ser absolutamente latifundiária e passa à urbana, o partido de Demóstenes Torres e Ronaldo Caiado não tem sintonia com a modernidade. Ao contrário, o partido é conservador no propósito de estabelecer e manter a ordem da sociedade em bases arcaica, perdendo apoio de parte dos empresários que entendem modernos, e ainda da maioria da população que não conseguiu avanços neste modelo.
Kassab espertamente percebeu a realidade, e como ele inúmeros se encontram na mesma situação, permitindo o surgimento de grupo de peso, que está em busca da proteção segura do governo federal.
Desta forma, caso supere as diferenças e apresente as causas de suas lutas, o que parece pouco razoável, o PSD poderá mudar as forças no congresso nacional. Em Goiás e todo Brasil, os democratas sairão enfraquecidos com a perda de nomes, e evidencia um discurso fora de época, que tenta se acomodar, na modernidade, em pensamento ultraconservador.
Mudar somente não basta, partido é sinônimo de ideias sociais e não somente de grupos formado por indivíduos com interesses momentâneos e particulares. A sociedade muda com o tempo e a comunicação, na contramão partidos podem sinalizar mudanças para manter a mesma ordem.
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