A palavra e a política

Grande parte dos intelectuais que se mostram de esquerda imagina que as boas atitudes e ações revelam a sua capacidade de convívio com as pessoas simples, a maioria da população. Não basta.

DISCURSO POLÍTICO – A política é um espaço muito complexo, que exige artimanhas as mais diversas na busca de vitórias. O perfil dos candidatos que se repetem no poder, muitas vezes, não condiz com os interesses sociais quando no comando do cargo, mas consegue comunicação fácil com o eleitor. Se há demagogia? Sem dúvida. Mas é necessário perceber a necessidade das interações. Talvez seja o caso mais emblemático de Goiânia.

Notório para os goianos a dificuldade de alternância política no estado, certamente, no Brasil. Possível acreditar que Dilma Rousseff venceu as eleições para a presidência selada no “apalavrado” de Lula, que seguramente fez cursos pragmáticos de diálogo com o homem-social-eleitor. No estado de Pedro Ludovico Teixeira ainda persiste a retórica que, por um lado, existe pelo silêncio autoritário, ou seja, a não preocupação com a opinião pública, se foi feita está feito, aceita-se. Ponto.

Por outro lado as frases que sucedem são aquelas que descrevem o lugar de cada um e aponta para “quem está no poder”, pois os fins justificam os meios. No final tudo se resolve em nome do povo, mesmo que o homem-eleitor não tenha voz, mas que pode, por ventura, ter vez. Um erro que se acomete lugares em que se há poucas possibilidades de trocas na liderança sistêmica. A rigor, na política essencialmente as negociações entre os homens-políticos demonstram explicitamente o processo de quem decide os discursos, os quais passam a ter o direito a fala pública.

Neste quesito o médio e prefeito Paulo Garcia não se sobressai com enunciados de harmonia e amizade em plenitude. Não é inverdade a afirmação de  que não se pode fazer omelete sem quebrar ovos. Grande parte dos intelectuais que se mostram de esquerda imagina que as boas atitudes e ações revelam a sua capacidade de convívio com as pessoas simples, a maioria da população. Não basta.

O sistema não é organizado na simplicidade, mas ao contrário é um lugar em que as palavras são jogadas permanentemente num embate feroz. Se há dúvida mantenha-se atento às mídias globais, nacionais e locais.

Goiânia, em muitas regiões, está como queijo suíço, com grande quantidade de buracos nas ruas e avenidas, sendo que os maiores são sinalizados por populares na tentativa de evitar grandes estragos nos veículos, dirigido por motoristas apressados. As palavras precisam acompanhar as ações, o que nem sempre ocorre com a voz autoritária notoriamente, mas cuja estratégia perpassa o visível, apenas, que invariavelmente desmerece o oculto, como rede de esgoto, aos olhos ligeiros de uma cidade do imediato, contudo permanece no imaginário social.

A segurança da fala, mas com  ações, leva a reprodução das palavras e das vitórias na política, de todos. Sem discurso explícito não há conquistas no mundo político.

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