Educação de qualidade!

Estranho ainda é o comportamento dos nobres deputados que aprovam uma lei sem antes fazer qualquer análise de seu conteúdo. Será um caso isolado, apenas displicência momentânea da oposição, sobretudo?



Há poucas divergências sobre a importância da educação para a formação de pessoas pensantes e ativas no processo político e social, entretanto, a cada dia que se passa é mais questionável a qualidade do ensino no Brasil, que possa atender à dinâmica social. Na contramão desta proposta, o homem da política, longe de definir prioridade para o setor, o transforma em espaço instrumentalizado para os interesses partidários e econômicos.

O projeto de lei do atual secretário de educação do estado, Thiago Peixoto (PMDB), proposto quando no cargo de deputado estadual,  entra para o gênero cômico, ao defender que numa sala de aula sem limites de aluno deverá permitir mais democracia com a inserção de mais alunos no ensino e qualidade das disciplinas. Obviamente que a medida serve aos interesses das escolas particulares, que no final terá muitos alunos em uma só sala, ministrada por um professor. Portanto, haverá redução de custos para a maximização dos lucros. Se existe esta prática está equivocada.

O projeto contempla ainda a retirada da parte do salário do docente, aquela voltada para a preparação de aula. A rigor, é de consenso no meio educacional que se leva, muitas vezes, mais tempo na organização do trabalho, que requer pesquisa e ordem didática, do que apresentando a aula em si. Como então pensar em qualidade?

Estranho ainda é o comportamento dos nobres deputados que aprovam uma lei, sem antes fazer qualquer análise de seu conteúdo. Será um caso isolado, apenas displicência momentânea da oposição, sobretudo? Como se percebe no legislativo está a astuta do ladino que usa dos mecanismos de tramitação de projetos para serem aprovados, em detrimento dos interesses sociais.

Definitivamente a educação não pode ser apenas um espaço para se fazer política, necessário entendê-la como lugar para formação de pessoas conscientes de sua realidade e participantes do sistema social. Haja vista, a condição que se encontra a Universidade de Goiás (UEG) que obteve nota 2 (cuja nota máxima é 5) nos exames do MEC, portanto, necessita de atenção, e o ponto nevrálgico está exatamente na falta de pesquisa – o que requer professores com estabilidade, titulação e organizados politicamente – e estrutura física.

A rigor, é preciso pensar a qualidade da formação do professor, da escola e do ensino, como um todo. O resultado político virá da eficiência, que será somente possível com trabalho de quem entende e tem interesse na qualidade da educação, com autonomia.

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