Globo e Goiás

A rigor, não se deve observar o futebol somente pelos interesses econômicos, seja de dirigentes ou veículos de comunicação.

FUTEBOL - Neste sábado os jornais goianos estampam a informação de que a diretoria do Goiás assinou contrato com a Rede Globo de Televisão pelos direitos de transmissão dos jogos da equipe esmeraldina no brasileirão 2012-2014. Os valores não são precisos, mas tentam-se mostrar é que são melhores que anos anteriores. Mas deve se considerar a prática da empresa, de comprar direito e não transmitir muitas partidas, as quais ficam submetidas aos horários das novelas e programas de grande audiência e péssima qualidade.


No final, às vezes a bolada é boa para deixar o time à deriva neste mar de interesses e concorrências das empresas de futebol. Se assim, for o time de Goiás sairá perdendo. Seus jogos serão apenas mencionados nos programas esportivos, com resultados das partidas. O suficiente? Talvez seja exatamente isso a torcida de milhares de brasileiros pela concorrência das televisões, pois evitaria o monopólio de uma única família, preocupada com rendimentos e não nas produções regionais, por exemplo – o que inclui a valorização do esporte nos estados.

A rigor, não se deve observar o futebol somente pelos interesses econômicos, seja de dirigentes ou veículos de comunicação. O torcedor deve ser levado em consideração, sobremaneira. Ligar a televisão no instante em que o seu time preferido joga, e ser obrigado a assistir novela, filme de qualidade duvidosa ou, o que é pior, as partidas disputadas por equipes paulistas ou cariocas, de fato, não é agradável. A sensação é de impotência, de ser passado para trás, considerando que é a torcida que permite a existência de uma agremiação.

Os valores pagos a um jogador estão diretamente ligados ao espetáculo permitido à galera. O grito nos estádios do torcedor é que aumenta a renda das equipes – por extensão dos diretores -, portanto, merece ser observado na hora de se fazer um contrato de visibilidade. A Globo infelizmente não cumpriu com suas obrigações éticas com o torcedor, ao longo do tempo em que esteve sozinha na cobertura dos jogos, sem concorrência. Sempre visto como mero número de audiência, daí a razão de sempre transmitir São Paulo e Corinthias. Sequer os outros estados foram respeitados como deveria, neste sentido. Razão pela qual se sabe tudo sobre as equipes dos centros e nada sobre as agremiações de outras regiões.

Sem dúvida é uma prática que vem mudando, mas que depende das exigências de diretores atentos e preocupados com o seu time.

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No sentido de permitir ampliar a discussão sobre os direitos de transmissão do futebol brasileiro, vale a pena ler e assistir o programa do Observatório da Imprensa veiculado no dia 15/3/2011. 

Observatório da Imprensa

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