Tecnologia e informação

O que ocorre no mundo é a busca pela democracia, que naturalmente gera interesses políticos e econômicos mais diversos. A rigor, então, qual discurso de democracia se buscar?


CONFLITOS - Os movimentos sociais que atingem o oriente médio e norte da África chamam a atenção pelas novas preocupações sistemáticas, pois é perceptível a dúvida que acometida segmentos da sociedade sobre o avanço das novas tecnologias da informação.  Entretanto,  paradoxalmente,  no que diz respeito às informações mais distantes, acessadas pelas mídias, ainda geram questionamentos sobre sua fidedignidade.

São comuns matérias publicadas em diversos veículos analisando o reflexo de acessos da população, principalmente os mais jovens, aos novos meios de comunicações virtuais, de modo que geraria uma participação efetiva das comunidades no processo de formação do sistema social.

Com efeito,  deverá permitir alterações nas lógicas que dirigem as regras e permite a solidez da estrutura capitalista no seu modelo padrão. Entretanto, não se deve pensar que os movimentos sociais dependem simplesmente das novas tecnologias, afinal, na realidade as pessoas em seus espaços culturais estão sempre em movimento. Todavia, as novas possibilidades de comunicação permitem acelerar as novas trocas comunicativas e avanços para justiça social mais rápidos, possivelmente.

As mídias, entretanto, apesar do aparato tecnológico, continuam reverberando os seus discursos a partir dos grandes centros econômicos. Comum assistir matérias do jornalismo brasileiro – acredito que seja uma prática global -, com informações sobre a Líbia em conflito, por exemplo, com repórter falando diretamente dos Estados Unidos ou países da Europa. Evidentemente que o lugar de fala altera as informações, pois o contato com o fato está separado por uma distancia de milhares de quilômetros, presença  que não se resolve com tecnologia.

Pressupõe que o jornalista estaria sendo abastecido com o olhar do estrangeiro que tem interesse na ordem global vigente. A perspectiva é de estar de um lado da guerra, o mais forte e organizador do sistema social. O que ocorre no mundo é a busca pela democracia, que naturalmente gera interesses políticos e econômicos mais diversos. A rigor, então, qual discurso de democracia se buscar?

Depois, tornou-se natural as fontes que abastecem os jornalistas de informações, mesmo nos lugares de conflito, serem  aquelas dos grandes centros, e poucas vezes se percebe uma voz dos países atingidos, a não ser as que satisfazem as respostas já pré-estabelecidas, a priori. Se esta análise for plausível, forma-se um consenso: muitas tecnologias  para poucos referenciais de pensamento.  Muitas informações e poucas vozes. A percepção da realidade se esvai, talvez como sempre pelos tradicionais meios de comunicação.

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