A abissal diferença de riquezas e conhecimento deve ser o verdadeiro inimigo a ser enfrentado em tempos de progresso técnico e miséria.
ORDEM MUNDIAL - A saída dos Estados Unidos do Iraque representa para a crítica mundial a derrota numa guerra que nunca deveria ter começado. Mais uma atitude beligerante do país norte americano que somente confirma a incapacidade da maior potência mundial de promover a ordem mundial, tão requisitada pelo mercado financeiro globalizado. A evidência é de que a força militar por si só não resolve os conflitos de etnias sociais que se arrastam pelos séculos, a rigor, as diferenças devem ser aceitas, sob pena de aumentar mais o sofrimento de milhares de pessoas inocentes e que tem direito a liberdade de pensamento e identidade.
Como apoio da Inglaterra e países aliados como França e Japão, a população estadunidense também acompanhou o desastre da invasão das tropas bem treinadas e com sofisticado aparato tecnológico, propagandeado como de última geração – no final talvez seja uma desova de sucatas e promoção de um comércio milionário entre rivais. O resultado foi a perda de milhares de soldados, dezenas de milhares de civis (além de crianças e idosos) e riquezas públicas jogadas fora, o que satisfez alguma dezena de pessoas que longe do campo de batalha mostraram força, com mensagem clara de potencialidade. A sociedade mundial, descontente, entendeu a mensagem, mesmo sabendo que o caminho resultará em mais conflitos, como a enunciada interferência no Irã e Coréia do Norte.
Como todo discurso tem resposta grupos de países pelo mundo se organizam para fazer valer sua força política e impedir atos de um único país que adverte os demais sempre quando está em desvantagem principalmente econômica – no caso do Iraque ter petróleo foi o seu grande mal. Ademais se os Estados perdem a guerra contra os iraquianos, não conseguiu avançar no território econômico, apesar do imenso comércio tecnológico, o que desmobiliza os aliados, inclusive na América Latina. O caso mais evidente é a Colômbia que se aproxima dos países vizinhos, num processo de negociação que deve fortalecer a política regional.
Sobre o Afeganistão os caminhos trilhados parecem levar aos mesmos lugares: perdas humanas, dinheiro público e apoios da periferia. A volta dos soldados deve acontecer em breve e quanto mais depressa melhor para a humanidade. A abissal diferença de riquezas e conhecimento deve ser o verdadeiro inimigo a ser enfrentado em tempos de progresso técnico e miséria.
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