No mundo moderno, o consenso não se apresenta como certo, a comunicação se espalha rapidamente e análises se cruzam fora do campo das mídias.
POLÍTICA - Esta semana entrará para a história, pois será objeto de pesquisa por várias áreas de conhecimento, em consequência da estratégia dos meios de comunicação de influenciarem as próximas eleições presidenciais. Os veículos com grande difusão de notícias pelo país promoveram uma cobertura exagerada sobre o vazamento de dados da Receita Federal. A filha do candidato tucano José Serra, pelo que se afirmou se tornou o principal alvo da devassa petista na busca de incriminar o adversário. Na realidade um fato grave, sem dúvida, mas como pano de fundo estaria interesses eleitorais, claríssimos. A rigor, não o projeto de governo do PSDB não está sendo bem avaliado pela população, com o apoio da imprensa ou não.
O que se pode entender do episódio é que a sociedade, apesar de aceitar o consumismo desenfreado, uma atitude de massa, não passa de construção de um imaginário equivocado. O dia a dia dos brasileiros revela a dureza de uma sociedade temerosa com a sua espoliação que já se arrasta por séculos, talvez desde o descobrimento do país, além de uma injustiça do mercado financeiro, severamente nos anos atuais, contra os descapitalizados que beira, que excede o que um ser humano possa suportar. Um mundo de coisas que está muito distante da possibilidade de um simples trabalhador com baixa remuneração e dificuldade de ter acesso ao básico indispensável como saúde, moradia, educação e lazer. Neste momento o Estado mínimo não resolve o sofrimento, mas ao contrário os vulneráveis se tornam mais excluídos.
A importância dos meios de comunicação é irrefutável, mas nem sempre a lógica estabelecida entre quatro paredes de uma redação é aceita pelo leitor/telespectador/ouvinte, em essência, cada vez mais resultante de simples visão do negócio em que o produto é a audiência, neste caso o eleitor. No final, a tarefa de casa prevaleceu sobre o desejo das idéias construídas e que se pretende de consenso. No mundo moderno, o consenso não se apresenta como certo, a comunicação se espalha rapidamente e as análises se cruzam fora do campo das mídias.
A rigor, as pesquisa publicada pelo Datafolha da empresa Folha da Manhã, cujo carro chefe é a Folha de S. Paulo trouxe pesquisa que aferiram os dias 8 e 9 deste mês, ou seja, quarta e quinta-feira, período em que a população deveria estar bem informada sobre o caso Receita Federal e filha de Serra. No entanto, os números não detectaram mudanças no cenário, a não ser a queda de um ponto do candidato tucano e crescimento de um ponto para Marina Silva (PV), Dilma Rousseff (PT) mantém a preferência do eleitorado, respectivamente 27%, 11% e 50%. Se nada mudar as eleições presidenciais terminam no ainda no primeiro turno. Todavia, novos escândalos podem surgir, afinal, ainda é tempo de guerra.
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