RETA FINAL SEM SURPRESAS

A rigor, este é um momento de aguerrida disputa, em jogo não está apenas a troca de nomes na política, mas de ordem sistêmica do país.

ELEIÇÕES - A campanha eleitoral chega à reta final seguindo a normalidade dos embates entre grupos políticos, entretanto, a disputa fora do quadro de visibilidade da disputa é efervescente, com alta temperatura. Serra (PSDB) sem energia e discurso - pois enfrenta um governo com alta popularidade – recebe o apoio da mídia, que por sua vez passa a exercer um papel que excede o que seria tão somente jornalismo, para defender um modelo de sistema social, sem rupturas, energizada a partir do eixo Rio-São Paulo, seguida pelas empresas de comunicação de outros estados, seguindo a linha de suas matrizes efetivamente, ou de onde boa parte dos meios retira o modelo e se agendam.

Sem dúvida será um grande espaço para pesquisa nas universidades brasileiras. De um lado, os tucanos com o forte apoio dos conglomerados comunicacionais, de outro o governo federal, com a força simbólica e governamental, de uma máquina que chega a todos o país.

Desta maneira, as pesquisas que se apresentam nesta reta final devem ser analisadas com cautela, como deve ser neste período, pois pode haver surpresas depois das urnas abertas. A rigor, este é um momento de aguerrida disputa, em que está em jogo não apenas a troca de nomes na política, mas de ordem sistêmica do país. Desta forma, Dilma Rousseff (PT) sinaliza para um Estado forte, inclusive com menos vigor dos meios de comunicação que abarcam todos os setores comunicacionais, sem se importar com os interesses nacionais e locais da audiência, por exemplo, como apregoado pelos movimentos social, explicitado pela Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), a qual teve debates encerrados em Brasília no mês de Dezembro, com boicote dos empresários do setor.

O liberalismo, defendido por Fernando Henrique Cardoso e seguido por José Serra, que defende a leveza do Estado e a pujança da economia, parece não fazer parte das metas estruturantes da sucessora do PT ao palácio do planalto, Dilma Rousseff (PT), o que assusta parte dos grandes empresários que desejam fazer valer sua força para negociações no espaço global, principalmente com as grandes potências, mas sem a vigilância normatizante do governo federal. Para esta linha de pensamento a estatização seria um monstro a ser combatido. Não se trata simplesmente de liberdade de imprensa (empresa), esta existe sem sequer ser arranhada. Todo tem esta convicção, até mesmo os empresários de todos os matizes.

Outro fator a levar em consideração são as mudanças políticas promovidas pelos países da América Latina, com ascensão de governos com tendência à esquerda ou populares. Um dos alvos deste discurso liberal é Hugo Chaves, da Venezuela e Fidel Castro, de Cuba. Apesar da revista Veja anunciar o seu fim, numa capa história, cujo título dizia "Fidel, já vai tarde", o Castrismo continua lúcido e repetindo as mensagens do socialismo, assombrando os homens das lógicas econômicas como motor social.

A semana deverá ser movimentada nos meios de comunicação brasileiros, de norte a sul, mas a convicção é de que não haverá segundo turno para a Presidência da República, apesar das quedas apontas pelo instituto ligado ao jornal Folha de São Paulo, o Datafolha. Seria prudente aguardar outros números para se ter um quadro mais transparente.

Eleições em Goiás 

Em Goiás, o segundo turno parece ser inevitável. Afinal, nesta hora somente Vanderlan Cardoso (PR) consegue avanços na aceitação popular. Se Íris Rezende (PMDB) parou de cair no geral, Marconi Perillo (PSDB) não tem mais espaço para crescer, de maneira estruturada. Além do mais, é bom que se diga, não se deve esperar um segundo turno fácil, se ele vier. A prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, até mesmo para os jornalistas/editores.

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