Seria ingenuidade imaginar que há espaço para uma administração fora dos mercados, o qual foi seguido por Lula, longe de ser um defensor do socialismo. Entretanto, não se pode esconder a realidade com o objetivo de preservar domínios, sobre uma sociedade que se quer submissa e sem memória.
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Ora, quando Fernando Henrique Cardoso esteve no poder e buscou a reeleição, que negociou a preço alto no congresso, os empresários da comunicação não bradaram sobre os riscos institucionais, pois a mundialização econômica estava em vigor e era contemplada nas negociações pelos grandes bancos centrais globais. A transformação da noite para o dia de empresas públicas em privadas não assustou os formadores de opinião, em sintonia com um mundo além fronteiras. A conversa não resulta em diálogo que permite a participação do homem público, mas a prioridade é o tamanho do bolo econômico, em detrimento das necessidades daqueles que não se servem.
Sobretudo, não cabe dizer que o brasileiro não sabe votar e elege as sensações mais elementares. FHC que, de alguma forma, se mostrou pós-moderno, atendeu os anseios do capitalismo financeiro, deixou o seu segundo mandato com baixa popularidade, reflexo que se vê hoje na campanha do tucano José Serra, o qual não expõe a imagem da maior autoridade do partido, a do ex-presidente da República por dois mandatos e criador do plano real, ainda no fraco governo do mineiro Itamar Franco.
Como dito mais de uma vez aqui, a queda de Serra nestas eleições significa a desaprovação social ao modelo tentado de desenvolvimento com Estado mínimo e mercados fortes acima das lógicas de um país com diferenças abissais de renda, com todas as vantagens que os rendimentos capitalistas podem oferecer a um número pequeno de privilegiados, no shopping como na educação, na saúde, cultura e lazer. Seria ingenuidade imaginar que há espaço para uma administração fora dos mercados, o qual foi seguido por Lula, longe de ser um defensor do socialismo. Entretanto, não se pode esconder a realidade com o objetivo de preservar domínios, sobre uma sociedade que se quer submissa e sem memória.
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