Rádios comunitárias em questão

O debate em torno da democracia da comunicação é constante no Brasil, diante da concentração de meios nas mãos de poucas famílias, com grande poder econômico e influência política.

Entrevista/COMUNICAÇÃO - A rigor, a organização de um país cada vez mais, na modernidade, passa pelas mediações, que informam e formam o indivíduo numa sociedade de massa. Como resistência aos monopólios das mídias, surgem as rádios comunitárias, os quais seriam instrumento popular importante para a democratização da informação.

No entanto, a discussão em torno do assunto sempre surge sem haver resolução, apesar das mudanças de governos e partidos no poder. Neste sentido, o pesquisador, o jornalista e mestre pela Universidade de Brasília (UnB), Dioclésio Luz, destaca que “O Estado brasileiro deixa claro que as RCs (Rádios Comunitárias) e quem as faz devem ser excluídos”.

Leia a entrevista

Guerra e sonho real

Assim, o mundo real e a ficção convivem juntos desde sempre, pois, contos de fadas e as guerras estão em paralelos.

CASAMENTO REAL – A cada dia fica mais evidente que os acontecimentos são uma criação dos meios de comunicação, pois se não fosse o excesso de imagem e textos sobre o casamento Kate e William, certamente, não haveria sequer casamento, ainda mais com tantas pompas e coisas. Trata-se de um evento noticioso, sem qualquer importância para a população global. Um espetáculo, cuja arena está espalhada por todos os cantos onde há um veículo de “informação”.

Se a mídia quer reviver os encantos mágicos de majestade real, que já se foi há séculos enquanto poder político, é porque os ideais românticos de uma plebéia que encontra um príncipe continua sendo um mito que passa de geração em geração. Certamente uma novela, em que os próprios personagem vivem o seu papel na realidade, permanentemente, sendo seguidos por uma coletividade que depende dos símbolos para existir, no caso um país inteiro.

Para se tornar de fato ficção não se deve esquecer que nesta sexta-feira(29), estarão apostos cerca de oito mil jornalistas na cerimônia, com câmaras ligadas sem perder uma cena, com  imagens que inundarão o imaginário social. Somente de corpo presente são esperados cerca de dois milhões de pessoas. Os gastos não devem ser mensurados, pois para a realeza os números devem ser excessivos, os quais representam sua importância simbólica. Assim, o mundo real e a ficção convivem juntos desde sempre, pois, contos de fadas e as guerras estão em paralelos.

Depois do casamento, fora do palco, a nova personagem monárquica deve render muitas imagens e textos para uma platéia que espera sempre final feliz das grandes tramas reais. Finalmente, a sofrida Diana será substituída para o deleite dos fotógrafos de celebridades. E assim o sonho continua.

Sinais para Perillo

Afinal, se o caminho já foi trilhado com “sucesso”, qual a razão de inventar a roda? Deve ser a pergunta da cúpula tucana com boas relações com grandes economias centrais

POLÍTICA REGIONAL – A política é como nuvens, constata o político mineiro Magalhães Pinto, o que nos leva a pensar que é possível até trovoadas de tempo em tempo, embora haja mudanças bruscas de formas, permitindo deixar o pensamento divagar. Ao olhar para o céu neste instante, não é difícil perceber que Marconi Perillo tem com que se preocupar, pois não somente com as contas públicas do estado, o qual é protagonista e ainda analisar com vagar sobre os rumos de seu partido.

Em São Paulo, conforme analisa o jornal Folha de S. Paulo em editorial, no ninho do partido há uma revoada dos tucanos, o que torna a vida de Geraldo Alckmin nada fácil nas próximas estações chuvosas.

A razão de Fernando Henrique aparecer na mídia com um texto absolutamente emblemático denuncia a condição do PSDB, que não consegue articular na oposição a Dilma Rousseff, e se mostra sem rumos na esfera federal – apesar do pronunciamento de Aécio Neves, demarcando território, de olho em José Serra. A rigor, a afirmação do ex-presidente aponta para uma das poucas saídas, a de aproximar-se da nova classe média brasileira, que teoricamente poderá se interessar em galgar os caminhos da elite brasileira. Desta forma, sugere FHC a guinada definitiva do partido para a direita, cada vez mais distante do centro. A rigor, uma tacada de risco.

Desta forma, significa apostar na ideologia de um partido voltado para as lógicas econômicas, acima de interesses sociais, já “resolvidos”, no entender do tucano, pelo governo petista de Lula e Dilma. Aqui não há o que fazer, avalia, pois o PSDB não consegue dialogar com esta “classe”, a dos despossuídos, bem assistida pelos programas sociais. Não há razão de questionar o posicionamento da liderança do partido que buscou na social democracia um lugar para debater abertura de mercado e aproximação com as economias desenvolvidas. Afinal, se o caminho já foi trilhado com “sucesso”, qual a razão de inventar a roda? Deve ser a pergunta da cúpula tucana com boas relações com grandes economias centrais.

Neste sentido, cabe analisar no âmbito regional o que pensa e qual linha de governo pretende estabelecer por Marconi Perillo, que sempre se mostra em sintonia fina com os tucanos de boa plumagem – pergunta que a mídia local ainda não quis fazer. Sem dúvida, numa análise rápida, é possível perceber que sua gestão passada tinha uma visão social mais definida. Nesta aparecem posições mais afinadas com as ideais liberais, com vistas ao fortalecimento das empresas e relações de sintonia entre governo e iniciativa privada, como ocorre com a política de meritocracia implantada no palácio das esmeraldas.

A privatização de empresas públicas também demonstra que o governo quer reduzir a força do estado, como é o caso da Celg, cuja dívida será gerida por um banco suíço, embora a razão acionária fique com o Goiás, com 51% das ações. Na verdade são negociações complicadas quando diz respeito a uma estatal importante para os goianos e seu futuro – qual o posicionamento da Assembléia Legislativa?

Vale destacar que o discurso de distanciamento do “povão” não agrada boa parte dos políticos do PSDB, que diferentemente de FHC dependem dos votos dos “pobres” para continuar na política. Afinal, no sufrágio vale o número, o qual está a reboque dos interesses dos eleitores, formado na sua maioria, no Brasil, de trabalhadores assalariados, mesmo na chamada classe C.

Além do mais é visível o pouco interesse do governo federal com negociações com Goiás, neste período político, o que deve dificultar a gestão de Perillo, que precisa manter-se em negociação. A rigor, as nuvens mudam de forma a todo instante.

Em resumo, Marconi Perillo tem pela frente de  se posicionar sobre os caminhos a seguir em tempos de tempestade partidária e sinalizar para a sociedade quais suas prioridades no governo. A diferença de renda no estado é uma das piores do país como atesta a ONU em levantamento recente, e infelizmente na política estadual a brigas superam as obras, para governos que não são mais do tempo novo.

Velhos tempos da inflação

Seria prudente terceirizar a fabricação de bombas atômicas? Portanto, não dá para esquecer o “povão” em favor da ordem do mercado, simplesmente

COMBUSTÍVEL – No Brasil histórico existem alguns períodos que é melhor esquecer, quando, por exemplo, havia uma inflação de cerca de 80% ao mês, obrigando as famílias ao estoque de mercadorias em casa. A lucratividade das empresas comerciais era fenomenal, pois os empresários viviam mais de especulação do que da venda de produtos nas prateleiras – bem verdade que é uma prática estrutural das grandes empresas. Nesta semana, a sensação foi de volta ao passado, com o aumento do combustível, com carros lotando os pátios dos postos, na noite de terça para aproveitar o preço “antigo” da gasolina.

Neste momento se pode pensar em dois fatores básicos para a volta das especulações em torno do produto brasileiro. De um lado, o governo deixou de dar atenção a um setor sensível e cada vez mais expressivo na vida dos brasileiros. Com uma política determinada da Petrobrás seria possível evitar a submissão aos empresários brasileiros, sempre ávidos por resultados econômicos, mesmo considerando o respeito com a população brasileira.

Depois, como reflexo no capitalismo, fica claro a importância do Estado na regulação da economia, pois não há explicação suficiente para afirmar que o aumento do etanol se ocorre sucessivamente em função simplesmente da entressafra, afinal, para toda produção existe controle que se faz a médio e longo prazos – uma categoria que tem estratégias permanentes. Havia, portanto, previsão de que em determinado momento o governo brasileiro ficaria vulnerável, diante do aumento do preço da gasolina e não estaria preparado para impor a manutenção dos valores cobrados nos postos.

Ganham os usineiros, os quais acreditam que a inflação é uma alternativa para desmobilizar o governo; perde a população que cada vez mais depende do carro para sobreviver. Redundante dizer que o transporte coletivo público, uma concessão pública, não funciona adequadamente o que leva a população ao transporte individual. A rigor, em Goiânia faltam explicações e sobram descontrole – ou seria gestão? – dos órgãos municipais para um serviço de péssima qualidade.

Não se discute aqui alternativas ao capitalismo, mas se faz fundamental entender como funciona na sua essência a busca do lucro e organização social em torno da produção e consumo, da oferta e procura. Aqueles que defendem um Estado mínimo, ou seja, o mercado responsável pelo desenvolvimento social, cabe uma pergunta: seria prudente terceirizar a fabricação de bombas atômicas? Portanto, não dá para esquecer o povão em favor da ordem do mercado, simplesmente. Neste sentido a participação efetiva da opinião pública torna-se indispensável em um Brasil que se imagina da justiça, igualdade e democracia.

PSDB e o povão!

Charge publicada pelo jornal Folha de S. Paulo em 16/4/2011


VISÃO POLÍTICA – Vale uma análise a visão cômica e crítica, de charge acima, sobre posicionamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em artigo publicado em revista sobre estratégias que devem ser administradas pelo seu partido, o PSDB, na conquista de posições frente ao eleitorado brasileiro. Em essência, o “povão”, não faz parte de seus plano de retomada do poder eleitoral. Então, a classe média será agora o público alvo, a qual, conforme o intelectual tucano, passa por transformação no cenário econômico.

Outra história

Tudo pode ser apenas uma miragem que se apresenta na contra luz, mas a comunicação em fluxo desvela pessoas e políticas que exigem mudanças permanentes, que atendam ao social, cujas respostas podem ser ouvidas pelo ar

 
GLOBALIZAÇÃO – Ainda que haja timidez por parte da mídia – ou será conveniência? -, o espaço de poder geopolítico vem sofrendo alterações nos últimos anos, em diferentes regiões do planeta. São mudanças de comportamento político e das comunidades que podem estar por trás dos diferentes conflitos, com presença forte e bélica dos países até então hegemônicos, nas lógicas globais, formados por Estados Unidos, Inglaterra e França.

A viagem de Dilma Rousseff à China deixa claro, gerando críticas veladas de segmentos econômicos e de direita, que o Brasil vai costurando negociações de aproximação econômica com o país asiático, em detrimento dos E.U.A, eterno parceiro do país, seja na economia e cultura.  A rigor, vivemos os excessos entre as décadas de 60 e 90, sobretudo, sobre grande fluxo de comunicação, entretenimento e formação cultural.

A formação dos chamados BRICS, agora com “S” de South Africa (África do Sul), além de Brasil, Rússia, Índia, China aumenta o poder nas negociações globais desta nações, cuja hegemonia financeira – e bélica – está  nas mãos e mente do grupo dos 7 países mais ricos do mundo, liderados pelos Estados Unidos.

Como se pode perceber são países que passaram por grandes movimentos sociais e político, os quais se desenvolvem economicamente, em virtude de seus recursos naturais e industrialização emergente. A China comunista – ou será capitalista? Ou internamente comunista (com liderança do partido comunista) e externamente capitalista? – é a nação mais visível neste quadro ao ameaçar a principal liderança econômica mundial.

O Brasil se destaca pelo seu desenvolvimento nas produções para exportação e estabilidade econômica, com mudanças políticas, depois de enfrentar governos militares, dos milagres econômicos sucessivas.

Se os brasileiros sinalizam deixar de ser o quintal dos norte-americanos, chama a atenção pelos seu posicionamento político nos embates internacionais, o que é respondido em consenso pelos aliados do bloco que se forma, os BRICS. Parece ainda cedo para afirmar território de oposição ao sistema liberal global, mas há movimento de resistência.

A rigor, a América Latina caminha para uma tendência de interesse social em detrimento de uma busca desenfreada pelo capital global, com líderes cooptados pelos mercados internacionais quase sempre com o único propósito, o de exploração de riquezas e gente – evidente que se pode afirmar que seja uma regra.

Neste sentido, a região do oriente médio e também África do Norte não deixam dúvidas quanto sua visão de mundo para o futuro. Usar da comunicação global para sensibilizar para mudanças que contemplem os interesses culturais, religiosos e econômicos locais e regionais. Posicionamento que desestrutura as lideranças políticas que se aliam aos países desenvolvidos, em queda enquanto players globais.

Tudo pode ser apenas uma miragem que se apresenta na contra luz, mas a comunicação em fluxo desvela pessoas e políticas que exigem mudanças permanentes, que atendam ao social, cujas respostas podem ser ouvidas pelo ar.

UEG, aniversário e dúvidas

Portanto, o que se espera do governo do estado é um posicionamento, contundente, sobre os rumos que serão definidos para a universidade estadual. Afinal, Marconi Perillo (PSDB) não se cansa de expressar seu zelo pela instituição que organizou

ENSINO SUPERIOR – A condição da Universidade Estadual de Goiás (UEG) de estar entre as últimas posições no ensino superior brasileiro, conforme Idep, é no mínimo emblemático. Um debate que precisa ser realizado, no sentido de evitar que a instituição seja apenas um lugar para abrigar “amigos” políticos em detrimento dos interesses educacionais, como reclama os próprios alunos, quando a instituição completa 12 anos.

Sem dúvida,  o reitor (além de diretores) de uma universidade precisa ter pelo menos títulação que o credencie a um diálogo promissor com seus pares, objetivando a formação de grupos de pesquisas, elaboração de documentos remetidos às instâncias superiores em busca de recursos, para formação de ensino de qualidade.

Certamente não é o caso da UEG, embora seja freqüentes argumentos nestes sentido, mas a colocação de diretores em diferentes cidades, com status de político, desconexo das lógicas educacionais, que comparece nos eventos tradicionais das comunidades locais como celebridade, não seria o caminho para quem pensa a educação.  Além do mais o dinheiro público investido, desta forma, não está sendo empregado corretamente.

Necessário destacar que trata-se de uma universidade de grande importância para o desenvolvimento do estado, a qual permite milhares de pessoas terem acesso ao ensino superior, que se espera de qualidade. O uso do nome de uma instituição para fins apenas políticos é sinônimo de interesses escusos, desrespeito a coletividade e diretamente a alunos e professores.

A pesquisa e extensão são fundamentais para a educação estruturada, contudo carece de professores com estabilidade, aprovados através de concursos públicos, sem apadrinhamentos políticos. Não se pode pensar a UEG como extensão de secretarias de estado.

A rigor, conforme matéria publicada pelo jornal O Popular de Goiás(16), “metade dos cerca de 2,2 mil docentes e cerca de 90% dos 1,6 mil servidores administrativos da UEG são temporários”. Ou seja, profissionais sem estabilidade, cerceados do direito de se posicionar contra decisões políticas contrárias aos interesses efetivos da educação, no lugar em que trabalham.

Portanto, o que se espera do governo do estado é um posicionamento, contundente, sobre os rumos que serão definidos para a universidade estadual. Afinal, Marconi Perillo (PSDB) não se cansa de expressar seu zelo pela instituição que organizou.

Educação funcional da Veja

Não há necessidade ir além, de discutir o que pensa o economista Gustavo Ioschpe sobre educação, mas é importante perceber quais são os objetivos que segmentos da sociedade de procuram atingir no ensino brasileiro

EDUCAÇÃO – Final de uma semana agitada com muitos assuntos importantes, que movimentou os meios de comunicação, em consequência da viagem da presidente Dilma Rousseff à China, que vem se tornando um dos principais parceiros do Brasil, a contragosto de grande número de formadores de opinião e texto publicado por Fernando Henrique Cardoso sobre os rumos a serem tomados pelo PSDB na atual conjuntura política. Mas um tema em si chamou a atenção, embora sem qualquer sem qualquer repercussão que o valha, se refere ao artigo publicado pela revista Veja, assinado por Gustavo Ioschpe, sobre educação.

Há questões que é preferível não abordar para evitar perda de tempo ou mesmo dar vazão a irracionalidade de pessoas, com objetivos muitos claros, que é o de observar a sociedade como uma massa uniforme, incapaz de olhar muito distante de seu nariz. A rigor, o articulista, conforme a enciclopédia Wikipédia, tem origem de “rica família, estudou em escolas particulares e graduou-se no exterior. É filho do banqueiro Daniel Ioschpe, morto em 2077″.

Além do mais, sua formação é “ economia, com duas graduações (em Ciência política e Administração estratégia pela Wharton School, na Universidade da Pensilvânia, e mestrado em Economia internacional e Desenvolvimento econômico pela universidade de Yale, nos Estados Unidos.

Evidentemente que seu currículo tem grande valor e precisa ser reconhecido, mas com foco na economia e não na educação, com eficiência. Desta forma, suas observações partem das questões financeiras, cujo reflexo está no ensino, afinal, como pensar uma sociedade com tantas diferenças de rendas se não mantiver um discurso coeso que relacione efetivamente conhecimento e mercado. O pensamento complexo e embasado não seria, neste contexto, necessário e preferível evitado.

Em seu artigo, critica abertamente os sindicatos dos professores ao destacar que se trata de uma entidade que serve aos propósitos de dar forma a uma classe, com tradição de buscar ganhos financeiros em detrimento da qualidade da sala de aula. São pessoas que preferem a segurança da organização a busca da formação estruturada que permita qualidade no ensino brasileiro, sempre visto de maneira negativa, com viés marxista.

Ou seja os professores tem uma grande formação crítica contra o mercado, pois, são escolados nas cartilhas de “O Capital”, do alemão Karl Marx. Certamente, esta não seja a realidade de professores que precisam trabalhar três turnos por semana para que possam honrar os seus compromissos.

O salário da categoria sempre esteve longe do desejável, talvez realmente o sindicato da categoria tem responsabilidades nisso, cooptados muitas vezes pelo patrão (inclusive pelo Estado) que vê o docente com mão de obra barata, muitas vezes funcionando como um botão que basta apertar para chegar à alguns resultados.

Seguindo a análise do nobre economista os estudantes também se alienam neste discurso de salário e boa vida dos educadores, e não exercem o seu direito de cobrar resultados e mudança desta tradição, que traz prejuízo à sua formação.

Assim, descreve Ioschpe “não podemos esperar por movimentos organizados para abraçar essa causa: precisamos criar nós mesmos essa união, que será inclusive boicotada pelo status quo”. Qual status quo que faz referência o nobre articulista? Status quo diz respeito a uma sociedade hierarquizada, a qual a educação ameaça discutir permanentemente, mas sem forças para levar avante qualquer discurso contrário, sob as amarras de um sistema econômico que vê perigo por todos os lados, capaz de mexer em sua estrutura e modelo.

Finalmente, chega ao ponto desejado: à defesa de uma educação que sirva exatamente ao status quo, pois “esse insight causa dois impactos (os sindicatos) importantes. O primeiro é que estamos sós.” Leia-se nesta busca de formar pessoas estritamente com o pensamento práticos para um mercado que exige algumas tarefas racionais.

Segundo ponto observado: “”toda vez que uma organização com esses nobres fins se forma, o cacoete de buscar uma parceria com os representantes dos professores é o beijo da morte.”

Não há necessidade ir além, de discutir o que pensa o economista Gustavo Ioschpe sobre educação, mas é importante perceber quais são os objetivos que segmentos da sociedade de procuram atingir no ensino brasileiro, o que resulta em formação, sobretudo, de professores funcionais, ao invés de mediar a difusão do espírito crítico, numa sociedade que se quer apenas como massa.

Notícias nucleares

Sem dúvida, o preço que a sociedade pagará pela catástrofe deve ser grande, em função das perdas de vidas, da estrutura do país, e deverá continuar a perder diante do tempo em que a radiação se dissipa, sem resultados satisfatórios

MEIO AMBIENTE – As informações vindas do Japão depois do tsunami, que destruiu partes do país e atingiu os reatores com energia nuclear, procura não constranger a nação capitalista, que por muito tempo esteve em segundo lugar como a maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Fato é que os gastos para recuperação japonesa deverá causar imenso trabalho para a população da ilha e perdas de recursos que afeta a política e finanças nacionais.

Mas o mais grave agora a resolver é a radiação que é expelida diariamente, e as notícias não deixam clara a real situação quanto aos danos ao meio ambiente e sociedade.

Nesta quinta-feira(11), o governo japonês elevou o nível de alerta do contaminação pelos reatores para 7, o que significa o máximo de risco para a vida humana, em catástrofes com elementos radioativos. Por quase dois meses na tentativa de recuperar as usinas, no sentido de evitar perdas econômicas diante do investimento, vem causando mais ataques ao meio ambiente e ao homem, com danos imensuráveis e pouco divulgados.

Por várias semanas, a mídia vem tentando evitar críticas as atitudes ao governo do Japão, mas é fato que não tem nada a fazer a não ser “lacrar” as usinas definitivamente, ser realmente for a melhor saída, que ocasiona vazamentos de radioatividade no ar e mar. Algo precisa ser feito e rapidamente, sem levar em conta somente os resultados financeiros, que certamente são grandes cifras.

Sem dúvida, o preço que a sociedade pagará pela catástrofe deve ser grande, em função das perdas de vidas, da estrutura do país, e deverá continuar a perder diante do tempo em que a radiação se dissipa, sem resultados satisfatórios. O reflexo virá com problemas ambientais e da saúde humana, ao longo dos anos. Se for a busca de favorecimentos econômicos, as contas não estão sendo feitas honestamente e com a seriedade que merece.

Caso o Japão fosse um país com aceno ao socialismo, as informações das mídias tradicionais certamente seriam as mais duras possíveis, como foi o caso da cidade  Chernobyl, na Ucrânia, membro da Ex-União Soviética, na década de 80. Mas não é o que ocorre com a política do governo chinês.
A rigor, radioatividade é destrutiva não somente em algumas nações, e pelo bem de todos é preciso solução imediata. Goiás conhece bem os seus danos.

O desconhecido Peru

Ao leitor uma análise, qual país que conhecemos mais: Lima, no Peru, ou Washington, nos Estados Unidos, através dos meios de comunicação? Aliás, resta uma dúvida: a capital da Argentina não será Madrid?

AMÉRICA LATINA – Hoje(10) é dia de eleição no vizinho desconhecido, o Peru, país da América Latina, que vem crescendo economicamente com índices invejáveis em tempos de crises e guerras, de 7% ao ano. Apesar do vigor nas finanças, o presidente atual de direita Alan Garcia não lançou candidato, pois a população não está satisfeita com a distribuição da riqueza gerada, com exploração, sobretudo, de suas riquezas naturais – a colonização não está tão longe assim. Assim, as chances são da esquerda peruana, representada por Ollanta Humala.

O que mais chama a atenção na América Latina é exatamente a falta de cobertura dos acontecimentos, mesmos os mais importantes, pelas redes de notícias brasileiras e internacionais. No Brasil é comum assistir repórteres cobrindo fatos bizarros nos Estados Unidos e Europa e quase nada dos vizinhos, que passam por transformações sucessivas e movimentos permanentes. O que é ainda pior, jornais locais, como o Diario expreso, do Peru, reproduz literalmente as informações das grandes agências globais – o conhecimento vem de fora, da realidade distante.

Evidentemente, que outros veículos se comportam de maneira diferente, mas chama a atenção à busca das elites locais copiarem literalmente os eventos dos países hegemônicos. Neste sentido o Brasil também busca o seu quinhão de império, ao explorar as riquezas nacionais, como o petróleo, como se fosse sua obrigação por estar ao lado.

A riqueza pela riqueza de países da região criam duas condições claras: a dificuldade de formar um bloco capaz de fazer frente ao interesses globais e a insatisfação plena das comunidades locais contra os seus dirigentes que, mesmo com crescimento econômico, sentem colonizadas por estrangeiros, como é o caso dos peruanos.

Ao leitor uma análise, qual país que conhecemos mais: Lima, no Peru, ou Washington, nos Estados Unidos, através dos meios de comunicação? Aliás, resta uma dúvida: a capital da Argentina não será Madrid? A rigor, nem todos participam com igualdade nos espaços globais em tempos de comunicação virtual.

Tragédia e modernidade

Os efeitos colaterais são inevitáveis numa sociedade chamada de massa, sem oportunidade e igualdade. A rigor, somos participantes da massa, responsáveis e culpados pelas tragédias que exterminam vidas

VIOLÊNCIA - O caso das mortes na Escola de Realengo no Rio de Janeiro é uma tragédia que assusta pela violência, que acomete a sociedade moderna e envolve crianças, que ainda se preparam para o cotidiano, cada vez mais complexo. De fato, a mídia sempre exagera nos assuntos que geram sensibilidade e comoção, o que pode ser interpretado como também uma forma de melhorar os índices de audiência, mais do que simplesmente informar. Pois o excesso de mensagens leva a informação nenhuma.

A cada dia é visível que vivemos em sua sociedade complexa, em que emergem confusões mentais as mais diversas na coletividade, levando a todos a perder o sentido sobre as razões da violência cometida por um jovem de apenas 23 anos de idade, Wellington Menezes de Oliveira – desequilibrado emocionalmente.

Embora tenha dito que se trate de um “animal” como adjetivou o governador da capital fluminense Sérgio Cabral (PMDB), vale à pena analisar os motivos de determinadas atitudes de pessoas que cometem tal barbárie, que pode não ser a última.

Nestes casos não existem heróis, nem anti-heróis  e menos ainda algumas famílias vítimas, os movimentos atingem a toda sociedade nos seus “quadrados”, sem permitir a ninguém escapar desta tsunami não-natural, pois as mortes de crianças em uma escola do Rio de Janeiro pode ser menor do que o número de adolescentes que morrem diariamente em diversas cidades brasileiras, vitimadas de violência física e sobretudo social – Realengo seria uma ponto do iceberg.

A aparência, de atos diretos assusta pela imagem possível, mas na realidade do dia a dia ganha amplas dimensões, sem as fotografias e recortes cinematográficos.

A própria educação de má qualidade promovida pelo Brasil é um lugar de extrema violência,  ao impedir o desenvolvimento intelectual e competência de crianças e jovens de participar desta sociedade – cada vez mais complexa -, cuja luta se faz mais sutil – sendo que a exploração está nas frases de efeitos e verdades construídas.

Não somente aqui a realidade que se apresenta é um vexame, mas se estende para a totalidade dos países pelo mundo, cuja essência vai se transfigurando em apenas consumo e produção.
Os efeitos colaterais são inevitáveis numa sociedade chamada de massa, sem oportunidade e igualdade. A rigor, somos participantes da massa, responsáveis e culpados pelas tragédias que exterminam vidas.

Dívidas políticas de Goiás

Nunca se falou tanto de dívidas como nos últimos anos em Goiás, mas como se vê ninguém se preocupou em saneá-las, mas ao contrário, se preservam os números com o intuito de atacar os opositores, como se esta fosse a única estratégia de se manter no poder

 

POLÍTICA REGIONAL - Em Goiás existe um excesso de discurso que não condiz com a realidade, mas como tudo que se repete, no final pode se transformar em verdade, torna-se evidente, com a colaboração da mídia de que a dívida do estado é sempre dos adversários. Quem entra já tem os enunciados e os números, quase sempre atualizados, mas que abrangem um período muito curto, do antecessor. Na realidade há uma falta de informação que prejudica a população, quem inevitavelmente paga a conta, de maneira prática.

A discussão sobre a dívida da Celg, mesmo depois de tantas análises, a conclusão que se chega é que não se tem culpados, trata-se de prejuízos inerentes ao órgão público que é ineficaz nas contas públicas – natural!.

A mão que pega na caneta e concede benefícios aos apaniguados não aparece, os quais tem missão, ficam responsáveis pela busca de resultados políticos – o que parece dar frutos. Como resultado, privatiza-se os resultados e socializa despesas/prejuízos, eternamente. Alguém precisa assumir responsabilidades de bônus e ônus, quando se trata de administrar a coisa pública.

As publicidades em excesso e sem controle, que visam a criação de imagem do governante de plantão, podem pesar nas contas, que vão se acumulando nas instituições públicas como Celg, Saneago e outras.

A transparência certamente é o melhor caminho para quem está na administração, pois ao longo do tempo, de maneira latente, a população vai percebendo a dimensão dos discursos e o que sobra na prática. Novas lideranças saem da falta de zelo da administração pelo interesse público, apesar dos textos que se espalham no seio da sociedade, que evidencia virtudes e competência.

O que fica é a velha máxima de um ministro tucano: “o que é bom a gente mostra, o que ruim a gente esconde”.

Nunca se falou tanto de dívidas como nos últimos anos em Goiás, mas como se vê ninguém se preocupou em saneá-las, mas ao contrário, se preservam os números com o intuito de atacar os opositores, como se esta fosse a única estratégia de se manter no poder. Assumir responsabilidades e ser competente pode ser uma saída para estruturar grupos políticos, os quais ganham espaço no imaginário da sociedade de maneira estruturada – eis também uma forma de construir os mitos políticos.

A rigor, surge, por outro lado, o sofrimento da falta de votação para os novos líderes que surgem, repetindo os discursos anteriores e eternizados – muitos até em desusos -, como se esta fosse a única escola possível para a formação de homens públicos. Uma pena.<

E assim, vive a humanidade

Uma guerra pelo que se mostra está longe do fim, mesmo se o líder líbio for abatido pelas forças aliadas

NODEBATE - As guerras denunciam que o mundo está em crise. Foi assim que ocorreu no início do século passado. As pessoas no presente não estão satisfeitas com o modelo político e econômico de seus países e querem mudanças imediatamente, exigindo as trocas de governo e sistema de poder. O exemplo mais claro de insatisfação vem do oriente médio e norte da África, em especial.

Seria um exagero imaginar que foram as novas tecnologias da informação que iniciaram este processo, que resultou em queda de lideranças políticas. O que está por trás de tudo isso, na verdade, é o excesso de concentração de riquezas nas mãos de poucos grupos sociais, com sofrimento de milhares de pessoas que ficaram marginalizados na distribuição de renda. Uns ganham demais e outras recebem muito pouco.

Uma sociedade bem informada contribui para iniciar o processo público de contestações e invasão de praças, que se transformam rapidamente em campo de guerra, com ataques, sangue e sofrimento. Como há hoje sempre mais imagens circulando nas redes sociais e jornalismo on-line, o impacto é rápido, o que chama a atenção de milhares de pessoas em todo mundo. Assim, as denuncias de autoritarismo e dificuldades pela marginalidade em meio riqueza se espalha. Logo se percebe o caos, e os países que se consideram organizadores da sociedade para a ordem global se articulam para evitar a falta de controle.

Desta maneira, alguns governos são convidados a deixarem o poder, outros ganham tempo para articular com os grupos sociais em revolta, quando há as relações de amizade e compadrio com as grandes potências econômicas globais.

Mas não é o que ocorre com todos. No caso da Líbia, Muamar Kadafi, no poder há mais 40 anos, é pessoa não grata por nações desenvolvidos que o querem fora da liderança de seu país. Em cima do precioso líquido dos tempos modernos, o petróleo, o presidente Líbio resiste à força bélica, consegue neste momento vencer os grupos insurgentes, enquanto se intensifica o discurso contra o seu governo, e aumento de ataques aéreos.

Se o comando era da ONU agora é da OTAN, mas no final não muda muita coisa, para os Estados Unidos, França e Inglaterra somente resta uma alternativa para Kadafi, deixar o país. Uma guerra pelo que se mostra está longe do fim, mesmo se o líder líbio for abatido pelas forças aliadas. Como exemplo, pode se observar a Iugoslávia e Iraque, que deveria ter uma invasão rápida, mas não foi o ocorreu.

O mais importante a analisar é que Rússia, China, Alemanha e Brasil não quiseram apoiar a intervenção bélica, o que faz imaginar que há uma divisão no mundo entre diferentes países. A falta de consenso numa sociedade complexa não é um bom sinal. Além do que os Estados Unidos e aliados não vivem no seu melhor período de crescimento econômico e as mudanças globais vão se tornando inevitáveis. Talvez seja sinal de uma forte crise que não podemos saber o seu resultado. No caminho certo de paz e ordem não está, de fato. E assim, vive a humanidade.

Universidade e jornalismo

A rigor, o jornal brasileiro de maior audiência continua repercutir o seu discurso de uma academia e formação intelectual a partir tão somente de uma lógica, a que gere resultados rápidos para retorno garantido.

EDUCAÇÃO - As pessoas que lêem as matérias do jornal Folha de S. Paulo, discorrendo sobre o grande número de alunos que deixaram de confirmar matrícula na Universidade de São Paulo (USP) apesar da aprovação neste começo de semestre, imaginam se tratar de uma notícia importante, indicando falência da maior universidade brasileira. Nesta visão, para o jornal chegou a hora de a instituição paulista repensar seus modos de tratar a educação, não mais numa linha de esquerda, mas de mercado.  Entretanto, esta é uma disputa ideológica que se arrasta por longos anos.

O diário paulista tem muitos seguidores nesta percepção de pensamento (parte de seu público leitor), que resulta no fim da história, afinal, o liberalismo conduzirá a sociedade para a liberdade e democracia, sendo natural que os discursos contrários se perderem pelo caminho. Mas no final trata-se de mais retórica (falas para convencimento) do que exatamente realidade, embora seja importante o debate sobre a adaptação das escolas/faculdades/universidades às novas tecnologias e discursos.

Como relata José Erbex Júnior em Showrnalismo (Casa Amarela, 2003), jornalista que pertenceu ao quadro do jornal, no final dos anos 80 o periódico paulista apresentou lista de professores uspianos que não apresentaram produção intelectual, entre 1985 e 1986. Embora, a lista tenha sido obtida sem consentimento da reitoria, mesmo assim foi publicada, cuja visão seria na lógica salário/produção acadêmica – alto salário significa escala de produção. Evidentemente, que há defasagem de publicações no Brasil, mas infelizmente o espaço intelectual no país está ainda muito aquém do desejável, em função da falta de investimento em educação de qualidade.

A rigor, o jornal brasileiro de maior audiência continua repercutir o seu discurso de uma academia e formação intelectual a partir tão somente de uma lógica, a que gere resultados rápidos para retorno garantido. Todavia ainda é tempo de pensar nas pessoas, na sua identidade, cultura e trocas de conhecimento. Possivelmente não vivamos em um modelo ideal de consumo e produção, simplesmente. A sociedade tem pessoas e vidas.