Ibope aponta para término das eleições presidenciais em primeiro turno

Diferentemente, dos resultados da pesquisa do Datafolha, que concentrou seu levantamento em apenas um dia (27), o Ibope, cujo trabalho foi realizado nos dias 25,26 e 27, apresenta números favoráveis a candidata Dilma Rousseff, e sinaliza a possibilidade de vitória da pestista ainda em primeiro turno.

A pesquisa Ibope aparece no blog do jornalista da própria Folha de S. Paulo, Fernando Rodrigues, publicado nesta quarta-feira, 29 de setembro de 2010.


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Blog Fernando Rodrigues 
Veja: O Estado de S. Paulo

RETA FINAL SEM SURPRESAS

A rigor, este é um momento de aguerrida disputa, em jogo não está apenas a troca de nomes na política, mas de ordem sistêmica do país.

ELEIÇÕES - A campanha eleitoral chega à reta final seguindo a normalidade dos embates entre grupos políticos, entretanto, a disputa fora do quadro de visibilidade da disputa é efervescente, com alta temperatura. Serra (PSDB) sem energia e discurso - pois enfrenta um governo com alta popularidade – recebe o apoio da mídia, que por sua vez passa a exercer um papel que excede o que seria tão somente jornalismo, para defender um modelo de sistema social, sem rupturas, energizada a partir do eixo Rio-São Paulo, seguida pelas empresas de comunicação de outros estados, seguindo a linha de suas matrizes efetivamente, ou de onde boa parte dos meios retira o modelo e se agendam.

Sem dúvida será um grande espaço para pesquisa nas universidades brasileiras. De um lado, os tucanos com o forte apoio dos conglomerados comunicacionais, de outro o governo federal, com a força simbólica e governamental, de uma máquina que chega a todos o país.

Desta maneira, as pesquisas que se apresentam nesta reta final devem ser analisadas com cautela, como deve ser neste período, pois pode haver surpresas depois das urnas abertas. A rigor, este é um momento de aguerrida disputa, em que está em jogo não apenas a troca de nomes na política, mas de ordem sistêmica do país. Desta forma, Dilma Rousseff (PT) sinaliza para um Estado forte, inclusive com menos vigor dos meios de comunicação que abarcam todos os setores comunicacionais, sem se importar com os interesses nacionais e locais da audiência, por exemplo, como apregoado pelos movimentos social, explicitado pela Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), a qual teve debates encerrados em Brasília no mês de Dezembro, com boicote dos empresários do setor.

O liberalismo, defendido por Fernando Henrique Cardoso e seguido por José Serra, que defende a leveza do Estado e a pujança da economia, parece não fazer parte das metas estruturantes da sucessora do PT ao palácio do planalto, Dilma Rousseff (PT), o que assusta parte dos grandes empresários que desejam fazer valer sua força para negociações no espaço global, principalmente com as grandes potências, mas sem a vigilância normatizante do governo federal. Para esta linha de pensamento a estatização seria um monstro a ser combatido. Não se trata simplesmente de liberdade de imprensa (empresa), esta existe sem sequer ser arranhada. Todo tem esta convicção, até mesmo os empresários de todos os matizes.

Outro fator a levar em consideração são as mudanças políticas promovidas pelos países da América Latina, com ascensão de governos com tendência à esquerda ou populares. Um dos alvos deste discurso liberal é Hugo Chaves, da Venezuela e Fidel Castro, de Cuba. Apesar da revista Veja anunciar o seu fim, numa capa história, cujo título dizia "Fidel, já vai tarde", o Castrismo continua lúcido e repetindo as mensagens do socialismo, assombrando os homens das lógicas econômicas como motor social.

A semana deverá ser movimentada nos meios de comunicação brasileiros, de norte a sul, mas a convicção é de que não haverá segundo turno para a Presidência da República, apesar das quedas apontas pelo instituto ligado ao jornal Folha de São Paulo, o Datafolha. Seria prudente aguardar outros números para se ter um quadro mais transparente.

Eleições em Goiás 

Em Goiás, o segundo turno parece ser inevitável. Afinal, nesta hora somente Vanderlan Cardoso (PR) consegue avanços na aceitação popular. Se Íris Rezende (PMDB) parou de cair no geral, Marconi Perillo (PSDB) não tem mais espaço para crescer, de maneira estruturada. Além do mais, é bom que se diga, não se deve esperar um segundo turno fácil, se ele vier. A prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, até mesmo para os jornalistas/editores.

ELEIÇÕES, CAPITAL E REGIÃO

Sem dúvida o interior em qualquer estado costuma ser mais conservador que as capitais, daí as diferenças nos números, mas tem um fator que não pode ser desprezado, mesmo em tempo de internet: as mensagens fora dos centros formam opinião mais lentamente.

ELEIÇÕES EM GOIÁS - Nestas eleições para o governo de Goiás um ponto chama a atenção em todas as pesquisas eleitorais: a capital, lugar em que os números são muitos diferentes no resto do estado. Em Goiânia, conforme números do Ibope divulgados pelo Jornal O Popular neste sábado (25), Íris Rezende (PMDB) mantém à frente com 40% (no estado 33%) dos votos seguidos por Marconi Perillo (PSDB), com 33% (43%) e em terceiro lugar Vanderlan Cardoso (PR) com 15% (12%).

Haveria, portanto, uma inversão dos resultados, com excelente desempenho do candidato republicano, que era absolutamente desconhecido no período anterior ao início da campanha. Sem dúvida, tem espaço para uma terceira via no estado que se mostra conservador para transformação política.

Afinal, onde estão as novas lideranças. Alguém pode dizer que “morrem” logo que surgem, pois a política é lugar de caciques, dinheiro e mídia. Talvez seja, mas de fato os novos nomes se escondem, mesmo diante dos anseios sociais. Eis uma verdade. Dito isso, com olhos nos números do instituto de pesquisa, os tucanos devem viver em grande desconforto, pois não conseguem mudar a tendência na cidade mais populosa e representativa, onde a população é mais bem informada devido à concentração de mídias.

Como sei que os leitores deste espaço têm paciência com este articulista, diria que, sem dúvida a população do interior em qualquer estado costuma ser mais "introspectiva" (observadora) que as das capitais daí as diferenças, mas tem um fator que não pode ser desprezado, mesmo em tempo de internet: as mensagens fora dos centros formam opinião mais lentamente.

No entanto, cabe uma ressalva: é um lugar de surpresas diante das dúvidas que vão ocorrendo nas famílias na reta final de uma campanha. Assim, a busca de notícias e opiniões nem sempre ocorre através das mídias, embora seja importante, mas não reina absoluta como se pensa. Então, qual seria a influência do presidente popular nas regiões fora da capital?

O trabalho de comunicação de Marconi Perillo se mostra mais eficiente do que a assessoria de Rezende, pois consegue atingir vários setores importantes, inclusive pessoas fora do círculo das notícias. Pode parecer estranho e pouco perceptível para um observador desatento, mas mesmo a estética do candidato diante das câmaras conta pontos para a decisão do eleitor.

Embora ainda, sem condições para uma análise segura, o segundo turno, a rigor, deverá se materializar considerando o movimento político no estado. Importante ressaltar que nestes dias o Serpes trará números que podem ser diferentes do Ibope, mas não solucionará as dúvidas, momentâneas. Seguindo este raciocínio já é hora de os candidatos reforçarem os discursos e pensar nos apoios, mais do que nunca, pois o tempo é curto e tudo pode acontecer.

Esta campanha não se resolverá no desmerecimento do adversário, mas de performance que convença o eleitor, conforme dúvidas que há sobre os candidatos, dois deles residentes na capital, de onde se governará para Goiás.

SINAIS DE SEGUNDO TURNO EM GOIÁS!

A decisão de Perillo de usar a imagem de Lula torna-se estranha ao considerar que o governo petista quer se mostrar um adversário ferrenho do candidato ao governo de Goiás

ELEIÇÕES EM GOIÁS - As eleições para o governo do Estado de Goiás continuam indefinidas, sem possibilidade de alguma análise de cenário sobre decisão no primeiro turno, se consideradas as dúvidas dos eleitores goianos nas pesquisas realizadas. Entretanto, com os movimentos dos candidatos podem-se fazer algumas conjecturas, com atitudes que sinalizam provavelmente como estão os bastidores. O aparecimento de imagens de Lula na campanha de Marconi Perillo (PSDB) indica que a presença do presidente junto com Íris Rezende (PSDB) na TV e no rádio pode estar gerando algum resultado na campanha. A rigor, a perda de votos, mesmo que mínima, do tucano, culminaria em um segundo turno, se observados os últimos números de pesquisas. Ademais as críticas de Perillo contra o peemedebista aumentou nos últimos dias no horário eleitoral.

Afinal, mesma estratégia tentou José Serra (PSDB), se apresentando ao lado do petista, o que no final não resultou em pontos para o ex-governador de São Paulo, além de muitas críticas dos adversários, o que foi sentida pela campanha serrista. A decisão de Perillo torna-se estranha ao considerar que o governo petista quer se mostrar um adversário ferrenho do candidato ao governo de Goiás. Numa leitura simplista, significaria o interesse do tucano de reduzir a força do discurso duro do presidente, o que poderia levar a entender que no futuro a animosidade seria amainada, na possível continuidade de um governo do PT. Mas não deixa de transparecer certo incômodo reverberado pelos marqueteiros da campanha do partido que mensuram popularidade diariamente.

Sem dúvida, em um segundo tempo quem mais teria a perder seria o PSDB, pois haveria de enfrentar o peso de três máquinas públicas juntas: prefeitura, palácio das esmeraldas e governo federal - com uma nada desprezível eleição já no primeiro turno de Dilma Rousseff (PT), caso de fato ocorra. Portanto, será um período de muitas movimentações dos adversários com ampla artilharia em direção a uma só campanha. A vantagem numérica obtida no primeiro turno pode não ser suficiente para uma vitória segura posteriormente.

Vale ressaltar, no entanto, que Marconi Perillo conta com o apoio de parte importante da mídia regional e de jornalistas que seguem os desígnios da direção das empresas, a exemplo do que ocorre no cenário nacional com a campanha de José Serra – importante ressaltar publicidade de livro sobre escândalo do BEG na Revista Veja desta semana, negativa a Íris Rezende. O que não deve ser desprezado em tempos de disputa acirrada como esta.

HISTÓRIA POLÍTICA DAS MÍDIAS

Cabe ressaltar que numa sociedade da informação o excesso de alguns grupos de comunicação, que concentram poder de difusão de notícias, deverá se tornar emblemático para uma sociedade que acredita na possibilidade de nascimento da democracia.

Excessos. Eis a palavra que resume a participação da mídia nestas eleições, com exceções importantes. A queda da pestista Dilma Rousseff na pesquisa do Datafolha (51% para 49%) - sendo que Serra atinge 28% (antes 27%) e Marina 13%(antes 10%) - parece significar um grito de vitória para editorialistas e empresários da comunicação, como se dissessem: "veja o que acontece com quem não segue as regras da grande mídia brasileira". Uma insanidade imaginar que um país deve seguir intelectualmente o que pensa o frio departamento financeiro destas grandes empresas. Um sofrimento e sentimento de impotência para uma sociedade que viveu longos anos de ditadura, com censura aos movimentos sociais e com meio de comunicação oficial.

As escolhas do setor nem sempre foram felizes, as quais causaram grandes danos para a sociedade ao longo da história do país - pelo que parece sempre colonizado. Apenas dois exemplos. A começar pelos governos militares que receberam o apoio de setores da sociedade civil e parte importante da imprensa brasileira, que se mostravam preocupados com os rumos do Brasil com o crescimento político dos trabalhadores, nos anos 60; não deverá ser esquecido. Mais adiante, nos anos 90, com o risco iminente da eleição de Lula, um sindicalista, um jovem até então desconhecido pelos eleitores se torna, graças à capacidade de mobilização de alguns grandes empresários midiáticos, presidente eleito. O qual anos depois sofre impeachment, que se tornou bode expiatório para os graves e insistentes erros políticos cometidos na recém democracia.

Sempre repetimos aqui a importância dos meios de comunicação para o desenvolvimento social e geração de conhecimento, entretanto, cabe ressaltar que numa sociedade da informação o excesso de poder de alguns grupos de comunicação, que concentram poder de difusão de notícias, deverá se tornar emblemático para uma sociedade que acredita na possibilidade de nascimento da democracia. Ao contrário de pensar em censura, os governos devem aumentar o número de pessoas com acesso à informação vinda de várias fontes, e não de redes que de um centro se dissemina para todos os territórios autoritariamente.

Ademais, a política não deve ser vista a partir de propostas centralizadas, mas da decisão de quem vive o cotidiano, no espaço de vida. Desta forma, ao que parece não haverá um segundo tempo para as eleições presidenciais no Brasil este ano.

NÚMEROS E INCERTEZAS

Em Goiás, o jornal O Popular traz em destaque o título: "vantagem de Marconi sobre Íris fica maior." Entretanto, deixou de ressaltar que a diferença entre o tucano e oposição diminuiu alguns décimos, em função do crescimento do candidato de Vanderlan Cardoso (PR)

POLÍTICA - As pesquisas eleitorais, de fato, geram dúvidas no eleitor e não é para menos, pois décimos no resultado final fazem diferença no sentimento de crescimento ou queda na percepção da opinião pública. Evidentemente que sobressaem motivações psicológicas conforme os números em si e como são expostos pelos meios de comunicação. Estão em jogo a empresa de pesquisa e a angulação feita pela imprensa. A rigor, a mídia nacional tem se mostrado - numa visão discursiva, de maneira explícita -, defensora do candidato do PSDB, José Serra ou a minimização do poder de Lula e seu partido, o que possibilitaria uma negociação em melhores condições durante a gestão petista.

Para tanto, basta observar as manchetes nos jornais paulista, os editoriais e comentários dos jornalistas/editores destes jornais, que de alguma maneira é seguida pela imprensa em outros estados, todavia, sem generalização radical. As redes de comunicação são mais propensas a passividade ao olhar do grande centro.

Os dados apresentados, neste momento, pelos institutos de pesquisas nacionais não são muito diferentes, apesar da luta ferrenha entre as empresas a princípio. Nesta disputa, sem dúvida, o Datafolha (empresa ligada a Folha da Manhã, que edita o jornal Folha de S. Paulo) impôs dúvidas sobre os seus resultados, pois com o passar do tempo se assemelha aos demais. Números que antes recebiam destaque no jornal paulista, agora, entretanto aparece de maneira menos aparente, pode-se imaginar mudança de comportamento para um crescimento do tucano. Ou seja, reafirmar a vitória de Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno não é mais notícia, não promove impacto (...).

Pesquisas em Goiás

Em Goiás, o jornal O Popular traz em destaque em título: "vantagem de Marconi sobre Íris fica maior." Entretanto, deixou de ressaltar que a diferença entre o tucano e oposição diminuiu alguns décimos, em função do crescimento do candidato de Vanderlan Cardoso (PR) que sai de 9,3% para 11,1%. Em evidência a estabilidade de Marconi Perillo (PSDB) em 47,5% (47,3%) e queda de Íris Rezende (PMDB) com 33,5 (34,8%) em relação aos números do próprio instituto, publicado dia 11 de setembro. Com margem de erro de 3,1, haverá segundo turno ou não, portanto, sem definição.

Estranho, entretanto, os números apresentados na esfera federal condizente à campanha presidencial em que Dilma Rousseff (PT) tem 51% se mostra estabilizada, e o tucano cai de 27% para 25% em 10 dias, de acordo com o Ibope. No entanto, o Serpes detecta queda da petista em Goiás de 49,9% para 47% e crescimento do tucano que vai de 28,5 para 29,7, num período de sete dias. Desta maneira o Estado se desconecta do restante do país, pelo menos é o que demonstra o instituto goiano.

Ressalvando, a dificuldade de se analisar o processo eleitoral sem participar efetivamente dele, cabe ao eleitor e articulista mais incerteza, e são levados a buscar mais os meios de comunicação como forma de se conhecer a realidade momentânea. Entretanto, há uma certeza: as eleições em Goiás estão abertas, com ampla possibilidade de um segundo turno entre Marconi Perillo e Íris Rezende. Desta forma, Vanderlan Cardoso e Alcides Rodrigues se tornam fundamentais nesse processo. Na esfera federal somente fatos inusitados, não construídos pela mídia, para provocarem um segundo turno. José Serra, até este momento não conquistou a confiança do eleitor que vê seus votos serem transferidos para Marina Silva (PV).

VALORESDA NOTÍCIA EM TEMPO POLÍTICO

As pesquisas são feitas nos bastidores, caso a denúncia não atinja as expectativas não será mais notícia. Afinal, quais são os valores para um fato virar política em período eleitoral? E depois dele?

JORNALISMO POLÍTICO - A ética no jornalismo é sempre uma discussão complicada e sensível no mundo do jornalismo, principalmente para os profissionais, que nem sempre concordam com as lógicas definidas pelos chefes/diretores. Sem dúvida, no Brasil, a campanha a presidência da República exige profundidade desta discussão, pois o tratamento indispensável aos dois lados do fato, neste instante, passa ao largo da proposta da boa imprensa. O valor que se dá para a notícia está numa relação econômica e partidária, muitas vezes sem se importar com a percepção da sociedade (sempre vista como massa ignorante). No final, atende partidários e ordem sistêmica em favor do direito à liberdade de expressão das empresas.

Uma das funções da imprensa é revelar temas que não são aparentes (acontecimentos que tentam se esconder em meio ao jogo de poder) e está contra os princípios sociais, ou seja, zelar pela formação de uma opinião pública crítica e participativa. No entanto, o que sobressai neste período são ranços de donos de empresas de comunicação que discursivamente revelam o que entendem de uma "boa sociedade", com atenção aos dividendos empresariais, o que substancialmente está ligado aos resultados políticos. Com este propósito vale tudo, salvaguardar os amigos e denunciar com destaque qualquer grupo que ameace a "ordem" planejada. Como exemplo o escândalo da Receita Federal, que explodiu nas capas dos jornais por semanas, logo depois das pesquisas que demonstram pouca capacidade de atingir determinado grupo político o assunto foi para lugares sem visibilidade, o rodapé do jornal.

Ora, o assunto é importante e precisa ser tratado com o devido respeito, afinal, o que ocorreu e quais as medidas serão tomadas? Entretanto, como não serve aos interesses partidários, não se deve perder tempo e dinheiro. Agora surge outro tema que será testado: a ministra próxima de Dilma Rousseff (PT) está usando o cargo para ganhos financeiros familiares. As pesquisas são feitas nos bastidores, caso a denúncia não atinja as expectativas não será mais notícia. Afinal, quais são os valores para um fato virar política em período eleitoral? E depois dele?

Neste sentido, sem dúvida, perde o jornalismo e os profissionais da imprensa. Os donos de empresas de comunicação, como não vivem somente de jornal, tem outros investimentos de capital, certamente, farão outras aplicações, talvez até nas rentáveis ações da Petrobrás, para aproveitar a exploração do pré-sal brasileiro e seus dividendos. Daí a necessidade da valorização da formação em jornalismo e a obrigatoriedade do diploma, na busca de haver seriedade e ética num espaço importante e sensível para a sociedade moderna.

MOMENTO POLÍTICO EM GOIÁS

A rigor, os números apresentados pelo jornal O Popular mexe com a política regional, que se estava acirrada vai ficar ainda mais. Quem apostou todas as fichas deve ficar atento.

Praça cívica e Palácio das Esmeraldas ao fundo
ELEIÇÕES GOIANAS - Já vai longe o mito da imparcialidade no jornalismo, ainda bem. Não é possível imaginar um editor de jornal absolutamente apartidário, o que o tornaria uma máquina incapaz de perceber as nuances de uma sociedade da qual ele faz parte. Dito isso, em Goiás os meios de comunicação também usam da subjetividade - às vezes de maneira intensa e excessiva, o que causa desinformação -, cujo apoio está em sintonia com os interesses empresariais, de uma sociedade movida unicamente pelo mercado de capitais, em resumo o lucro. Não há lamentações, apenas constatações para impedir análises equivocadas depois de leituras detidas das mídias aqui e acolá.

A pesquisa do jornal O Popular (Ibope) publicada neste sábado (11) não surpreende, diante do bombardeio de publicidade dos candidatos Íris Rezende (PMDB) e Varderlan Cardoso (PR), que estavam distante da visibilidade obtida por Marconi Perillo (PSDB). Na reta final a atitude cobrada dos candidatos haveria de ocorrer, entretanto, torna-se importante analisar os números apresentados, pois Rezende com 33% (queda de 1% do mesmo instituto da pesquisa anterior), Vanderlan 10% (crescimento de 5%) e Marconi Perillo 42% (queda de 3%) reflete apenas um momento no processo que sinaliza ser longo.

Na batida que estava a campanha do PMDB, a queda de 1% de seu candidato, dentro da margem de erro, que é alta de 3%, com 812 pessoas pesquisadas em todo estado, retrata certa estabilidade, ou seja, deixou de cair. Ao passo que Vanderlan Cardoso cresceu significativamente, o que indica um olhar mais atento do eleitor, que demonstra dúvidas a respeito dos candidatos do PMDB e PSDB, portanto poderá obter mais votos, mas sem condições reais de virar o jogo. Um candidato que deverá ser considerado para as próximas eleições e movimentos políticos no estado, apesar de não ter ao seu lado no futuro a máquina estadual, como ocorre neste instante.

Uma pergunta inevitável: de qual lado estará o candidato de PR em um provável segundo turno? Considerando processo normal, do lado de Íris Rezende, afinal, Alcides Rodrigues (PP), seu principal apoiador, não estará no palanque de Perillo, com ressalvas. Outra questão: para quem iriam os votos de Cardoso? Não é possível dizer que quem escolheu a terceira via definiria o seu voto apenas para o candidato do PMDB, mas terá maior fatia, diante da imagem do quadro político atual, o que já embolaria a vantagem de Perillo num segundo turno.

Conforme as últimas pesquisas, os tucanos Geraldo Alckmin e Beto Richa, São Paulo e Paraná, assim como Perillo, sofreram queda nas pesquisas, atingidos pela onda da campanha presidencial. Os apoios políticos contarão muitos pontos para um segundo tempo, no caso de definição da presidência. Este talvez seja um dos grandes problemas a ser superado pelo PSDB goiano. Mas há pontos negativos para Íris Rezende: energia e muito pragmatismo em uma sociedade que a história tem muita importância no presente. Além do mais a comunicação continua sendo imprescindível.

A rigor, os números apresentados pelo jornal O Popular mexe com a política regional, que se estava acirrada vai ficar ainda mais. Quem apostou todas as fichas deve ficar atento.

ANÁLISES E POLÍTICA

Fato é que o estado goiano tem pouco destaque nos grandes jornais e institutos de pesquisa na corrida sucessória, assim como a maioria das regiões fora do eixo econômico brasileiro. Todavia, algumas análises podem ser feitas.

SUCESSÃO EM GOIÁS - Entender o processo eleitoral de Goiás não é uma tarefa fácil, pois não há quantidade de pesquisa que permita comparação, e em tempo de campanha as informações que chegam devem ser avaliadas com cuidado, mesmo considerando a competência de observadores políticos sérios e dedicados a história do processo partidário. Entretanto, diante do quadro sucessório presidencial são possíveis mudanças nos números no estado, como reflexo.

Apesar de discursos contrário, em algumas regiões do país onde Dilma Rousseff (PT) avança ocorrem alterações no comportamento do eleitor. Como é o caso do Paraná, onde Beto Richa (PSDB) vem ao longo dos meses à frente, com propalada vitória no primeiro, perdeu 50% da vantagem sobre Osmar Dias (PDT). Conforme a última pesquisa Datafolha (feita nos dias 8 e 9 – setembro) respectivamente os números são 44% e 38%.

Fato é que o estado goiano tem pouco destaque nos grandes jornais e institutos de pesquisa na corrida sucessória, assim como a maioria das regiões fora do eixo econômico brasileiro. Todavia, algumas análises podem ser feitas. Goiás pode ser dividida em três localidades com distinção: a capital, o interior e o entorno de Brasília. Quando alguns pesquisadores afirmam que a campanha presidencial tradicionalmente não influencia localmente, talvez devesse avaliar que a democracia política brasileira ainda é jovem e aberta a fenômenos como a onda Lula, com aprovação histórica.

Além do mais, o entorno tem cultura mais próxima com os eventos do Distrito Federal, que recebe influência do governo federal, lugar onde Marconi Perillo (PSDB) vem com acentuada aprovação. No entanto, houve uma grande reviravolta nas últimas semanas com a queda de Joaquim Roriz (PSC) e crescimento de aprovação para Agnelo Queiroz (PT). Respectivamente, aparecem com 33% e 44%(Datafolha)

O aumento do conhecimento do candidato Vardelan Cardoso (PR) entre os eleitores goianos é visível, mesmo que isso não seja revertido em votos, mas tem potencial, que será mensurado na próxima pesquisa. O apoio a Perillo continua forte diante de uma campanha mais eficiente, com comunicação ampla, preenchendo todos os espaços comunicacionais, mesmo antes do processo eleitoral, mas pode não ser o suficiente para uma vitória no primeiro turno, como bem reconhece o candidato tucano em programa eleitoral.

Sem dúvida, Íris Rezende é quem se beneficia dos movimentos da campanha nacional e regional, pois faz parceria com a candidata petista, com direito a atos públicos e integração de projetos, discursivamente, tem o apoio da prefeitura da capital, dos prefeitos de Anápolis e Aparecida de Goiânia e num embate com Marconi Perillo deverá compor com o governador Alcides Rodrigues (PP). Evidente que apoios não bastam, vigor físico, discurso (comunicação) e vibração faz parte do cenário em uma sociedade que exige mais e sabe da importância da política para a sua qualidade de vida. Portanto, é tempo de aguardar.

ESTRATÉGIA NÃO DEU CERTO

No mundo moderno, o consenso não se apresenta como certo, a comunicação se espalha rapidamente e análises se cruzam fora do campo das mídias.

POLÍTICA - Esta semana entrará para a história, pois será objeto de pesquisa por várias áreas de conhecimento, em consequência da estratégia dos meios de comunicação de influenciarem as próximas eleições presidenciais. Os veículos com grande difusão de notícias pelo país promoveram uma cobertura exagerada sobre o vazamento de dados da Receita Federal. A filha do candidato tucano José Serra, pelo que se afirmou se tornou o principal alvo da devassa petista na busca de incriminar o adversário. Na realidade um fato grave, sem dúvida, mas como pano de fundo estaria interesses eleitorais, claríssimos. A rigor, não o projeto de governo do PSDB não está sendo bem avaliado pela população, com o apoio da imprensa ou não.

O que se pode entender do episódio é que a sociedade, apesar de aceitar o consumismo desenfreado, uma atitude de massa, não passa de construção de um imaginário equivocado. O dia a dia dos brasileiros revela a dureza de uma sociedade temerosa com a sua espoliação que já se arrasta por séculos, talvez desde o descobrimento do país, além de uma injustiça do mercado financeiro, severamente nos anos atuais, contra os descapitalizados que beira, que excede o que um ser humano possa suportar. Um mundo de coisas que está muito distante da possibilidade de um simples trabalhador com baixa remuneração e dificuldade de ter acesso ao básico indispensável como saúde, moradia, educação e lazer. Neste momento o Estado mínimo não resolve o sofrimento, mas ao contrário os vulneráveis se tornam mais excluídos.

A importância dos meios de comunicação é irrefutável, mas nem sempre a lógica estabelecida entre quatro paredes de uma redação é aceita pelo leitor/telespectador/ouvinte, em essência, cada vez mais resultante de simples visão do negócio em que o produto é a audiência, neste caso o eleitor. No final, a tarefa de casa prevaleceu sobre o desejo das idéias construídas e que se pretende de consenso. No mundo moderno, o consenso não se apresenta como certo, a comunicação se espalha rapidamente e as análises se cruzam fora do campo das mídias.

A rigor, as pesquisa publicada pelo Datafolha da empresa Folha da Manhã, cujo carro chefe é a Folha de S. Paulo trouxe pesquisa que aferiram os dias 8 e 9 deste mês, ou seja, quarta e quinta-feira, período em que a população deveria estar bem informada sobre o caso Receita Federal e filha de Serra. No entanto, os números não detectaram mudanças no cenário, a não ser a queda de um ponto do candidato tucano e crescimento de um ponto para Marina Silva (PV), Dilma Rousseff (PT) mantém a preferência do eleitorado, respectivamente 27%, 11% e 50%. Se nada mudar as eleições presidenciais terminam no ainda no primeiro turno. Todavia, novos escândalos podem surgir, afinal, ainda é tempo de guerra.

MÍDIA, RECEITA E DENÚNCIAS

Período de eleições é o momento dos escândalos aparecerem, cujo objetivo é criar espaço de debate público que culmine com prejuízos para uma parte. Em meio as verdades os interesses formam uma aura de dúvidas, afinal seria mesmo ingenuidade acreditar que o poder é um lugar em que a assepsia está em todos os cantos. Certamente, as denúncias atingiram e atingirão governos ao longo da história. Não se trata de naturalizar a falta de moral e ética contra o público, mas analisar o tempo dos fatos conforme suas relações. 

A participação da mídia na busca pela transparência é fundamental, entretanto, no período eleitoral as empresas de comunicação se investem tanto na defesa partidária (salvo exceção) que a informação se mistura com desinformação, com prejuízos absolutos para a formação livre de pensamento. Desta forma, no jornal paulista, Folha de S. Paulo de hoje (domingo-5) dois olhares.

LEIA - PUBLICADO 

CONVERSA, NADA MAIS

Seria ingenuidade imaginar que há espaço para uma administração fora dos mercados, o qual foi seguido por Lula, longe de ser um defensor do socialismo. Entretanto, não se pode esconder a realidade com o objetivo de preservar domínios, sobre uma sociedade que se quer submissa e sem memória.

Imagem Wikipédia
ELEIÇÕES - No jogo político o terreno é pantanoso e movediço, o que torna a mensagem dos que têm voz a tentativa de verdade. Estranho o editorial do jornal Folha de S. Paulo deste domingo(5) que se posiciona contra o aparelhamento do Estado e dissemina terror ao imaginar que o Brasil poderá se tornar um país semelhante ao México que teve por anos o monopólio partidário do Partido Revolucionário Institucional, o PRI, que governou o país por cerca de 80 anos. A defesa de boa parte da imprensa paulista é que São Paulo deve ser o centro de poder brasileiro, afinal, o que bom para o Estado é bom para o Brasil. Entretanto, o que está por trás deste discurso é a ortodoxia do mercado, muitas vezes anti-social.

Ora, quando Fernando Henrique Cardoso esteve no poder e buscou a reeleição, que negociou a preço alto no congresso, os empresários da comunicação não bradaram sobre os riscos institucionais, pois a mundialização econômica estava em vigor e era contemplada nas negociações pelos grandes bancos centrais globais. A transformação da noite para o dia de empresas públicas em privadas não assustou os formadores de opinião, em sintonia com um mundo além fronteiras. A conversa não resulta em diálogo que permite a participação do homem público, mas a prioridade é o tamanho do bolo econômico, em detrimento das necessidades daqueles que não se servem.

Sobretudo, não cabe dizer que o brasileiro não sabe votar e elege as sensações mais elementares. FHC que, de alguma forma, se mostrou pós-moderno, atendeu os anseios do capitalismo financeiro, deixou o seu segundo mandato com baixa popularidade, reflexo que se vê hoje na campanha do tucano José Serra, o qual não expõe a imagem da maior autoridade do partido, a do ex-presidente da República por dois mandatos e criador do plano real, ainda no fraco governo do mineiro Itamar Franco.

Como dito mais de uma vez aqui, a queda de Serra nestas eleições significa a desaprovação social ao modelo tentado de desenvolvimento com Estado mínimo e mercados fortes acima das lógicas de um país com diferenças abissais de renda, com todas as vantagens que os rendimentos capitalistas podem oferecer a um número pequeno de privilegiados, no shopping como na educação, na saúde, cultura e lazer. Seria ingenuidade imaginar que há espaço para uma administração fora dos mercados, o qual foi seguido por Lula, longe de ser um defensor do socialismo. Entretanto, não se pode esconder a realidade com o objetivo de preservar domínios, sobre uma sociedade que se quer submissa e sem memória.

GOIÁS EM CRISE

No caso do Goiás, outro problema: ser o único time a ganhar visibilidade por anos em sua representação nas grandes competições, badalado pela mídia local, sempre com destaque nas editorias de esportes, com vitórias ou derrotas.

FUTEBOL - O futebol, assim como o sistema pós-moderno social, se tornou um mercado altamente rentável, com lucros astronômicos para dirigentes e empresários de jogadores. A arte deu lugar à especulação dentro e fora de campo. São arbitragens que há bem pouco tempo foram estampadas nas páginas dos jornais como vendidas para beneficiar grandes equipes do país. Infelizmente a onda mercadológica atingiu os estádios brasileiros dentro e fora, a derrota acachapante como esta do time do Goiás, que perdeu por 5 a 1 para o Corinthians, certamente faz parte desta realidade vivida nos gramados.

As grandes frustrações não podem ser avaliadas como sendo o resultado de um momento, mas é um acúmulo de administrações mal feitas ao longo de anos. A falta de investimento nas bases, a venda de jogadores importantes durante uma competição, cujos dividendos nem sempre pertencem integralmente à equipe, mas a parceiros; ademais o reinado absoluto de pessoas em uma empresa leva ao longo do tempo ao inevitável fracasso, isto em qualquer empreendimento em que há jogo de interesse.

No caso do Goiás, outro problema: ser o único time a ganhar visibilidade por anos em sua representação nas grandes competições, badalado pela mídia local, sempre com destaque nas editorias de esportes, com vitórias ou derrotas. Poucas informações de bastidores, do movimento político interno, o que seria papel do jornalismo esportivo, assim como ocorre na política, economia. Enquanto no campo, algumas emissoras eram vetadas de acompanhar treinamentos, dificuldades de relacionamento com diretores e brigas em público entre profissionais de imprensa e jogadores. Lastimável.

Ao torcedor cabe esperar que a crise seja exatamente o momento para mudanças radicais que sirvam para a retomada do futebol arte e vencedor, com jogadores distantes da burocracia, mais próximos da rede e da alegria que inspira a paixão local e nacional.

DEBATE: AGRESSIVO E FECHADO

Se não observar os números que se repetem explicitamente, mas com olhos nas reações dos candidatos, o segundo turno parece implicitamente se descortinar como possível.

CAMPANHA ELEITORAL - O debate promovido pela Organização Jaime Câmara, nesta terça-feira (31), transmitido às 10h pela internet, chama a atenção para alguns pontos importantes, como por exemplo a atitude dos candidatos que levaram para o debate um discurso de ataque contra os adversários, como se no final ganhasse quem tivesse voz para gritar mais alto. Ademais, como as pesquisas demonstram Marconi Perillo na liderança na corrida eleitoral o seu comportamento agressivo leva o eleitor a refletir sobre qual a razão de seu comportamento de alvejar os seus adversários. Será que seria a necessidade de fechar a fatura no primeiro turno ou vislumbra queda de popularidade neste momento da campanha.

Importante notar a estratégia de atacar com prioridade o candidato Vanderlan Cardoso, do PP de Alcides Rodrigues, que conta com os bônus e ônus da máquina do Estado. Com o crescimento do pepista em diferentes regiões, conforme última pesquisa Serpes, então se supõe é que os tucanos estariam preocupados com a sua ascensão, sem se incomodar com Íris Rezende (PMDB) que chegou ao seu patamar de crescimento. As especulações neste momento da campanha não favorecem quem está na dianteira, mas dá fôlego quem vem atrás, ainda mais considerando que o principal adversário, notoriamente sinaliza querer levar a decisão para um segundo tempo, quando poderá contar com muitos aliados de peso como Lula, Dilma (possivelmente eleita) e Alcides Rodrigues (final de mandato sem pretensões políticas pessoais para o momento).

Se não observar os números que se repetem explicitamente, mas com olhos nas reações dos candidatos, o segundo turno parece implicitamente se descortinar como possível. Como qualquer liderança política tem espaço para crítica, a propaganda eleitoral deve manter o discurso do debate (agressiva e sem propostas novas), como se ouve no rádio e se vê na televisão. Rezende insiste na critica direta, a qual é respondida por Marconi, sob o olhar de um grande número de eleitores em todo o estado, não somente na capital. Vanderlan tem um olho para o futuro e outro no agora, com discurso de ser o diferente. Talvez seja mesmo hora do candidato tucano ser mais comedido em sua postura, se tem a proposta de evitar um segundo tempo.

O Popular
Interessante notar que diferentemente dos grandes veículos de São Paulo (Estado de S. Paulo e Folha) a Organização Jaime Câmara decidiu abrir o debate somente para os assinantes do jornal O Popular, o que demonstra interesse econômico, sobremaneira, para mídias que buscam cada vez mais público amplo. Talvez seja um erro de fixação de uma marca, atendendo apenas leitores fiéis ao meio. Nunca é tempo de ressaltar que as mudanças na transmissão de notícias estão em processo de inexorável transformação, sendo que a publicidade não deverá vir somente de grupos já conhecidos.

A audiência desta forma foi aquém do desejado pelos profissionais que correram para a internet (twitter) no sentido de propagar, somente em texto, o que estava "rolando" no site ao vivo. Talvez seja mesmo uma pena imaginar que a comunicação brasileira esteja circunscrita aos interesses financeiros, mesmo considerando que além do jornal impresso a empresa possui concessões que são públicas, como é o caso das emissoras de televisão e rádio. Até mesmo a Rede globo que, depois de sofrer severa concorrência, resolveu liberar os seus conteúdos na internet, inevitável, diante dos diversos meios que surgem a cada dia.

Contudo, merece reconhecimento o trabalho feito por profissionais competentes, que reconhecem o espaço do jornalismo contemporâneo, e sabem o quanto a política faz parte do jogo econômico.

TERMINOU A GUERRA!

A abissal diferença de riquezas e conhecimento deve ser o verdadeiro inimigo a ser enfrentado em tempos de progresso técnico e miséria.

ORDEM MUNDIAL - A saída dos Estados Unidos do Iraque representa para a crítica mundial a derrota numa guerra que nunca deveria ter começado. Mais uma atitude beligerante do país norte americano que somente confirma a incapacidade da maior potência mundial de promover a ordem mundial, tão requisitada pelo mercado financeiro globalizado. A evidência é de que a força militar por si só não resolve os conflitos de etnias sociais que se arrastam pelos séculos, a rigor, as diferenças devem ser aceitas, sob pena de aumentar mais o sofrimento de milhares de pessoas inocentes e que tem direito a liberdade de pensamento e identidade.

Como apoio da Inglaterra e países aliados como França e Japão, a população estadunidense também acompanhou o desastre da invasão das tropas bem treinadas e com sofisticado aparato tecnológico, propagandeado como de última geração – no final talvez seja uma desova de sucatas e promoção de um comércio milionário entre rivais. O resultado foi a perda de milhares de soldados, dezenas de milhares de civis (além de crianças e idosos) e riquezas públicas jogadas fora, o que satisfez alguma dezena de pessoas que longe do campo de batalha mostraram força, com mensagem clara de potencialidade. A sociedade mundial, descontente, entendeu a mensagem, mesmo sabendo que o caminho resultará em mais conflitos, como a enunciada interferência no Irã e Coréia do Norte.

Como todo discurso tem resposta grupos de países pelo mundo se organizam para fazer valer sua força política e impedir atos de um único país que adverte os demais sempre quando está em desvantagem principalmente econômica – no caso do Iraque ter petróleo foi o seu grande mal. Ademais se os Estados perdem a guerra contra os iraquianos, não conseguiu avançar no território econômico, apesar do imenso comércio tecnológico, o que desmobiliza os aliados, inclusive na América Latina. O caso mais evidente é a Colômbia que se aproxima dos países vizinhos, num processo de negociação que deve fortalecer a política regional.

Sobre o Afeganistão os caminhos trilhados parecem levar aos mesmos lugares: perdas humanas, dinheiro público e apoios da periferia. A volta dos soldados deve acontecer em breve e quanto mais depressa melhor para a humanidade. A abissal diferença de riquezas e conhecimento deve ser o verdadeiro inimigo a ser enfrentado em tempos de progresso técnico e miséria.