O novo do partido

A sociedade muda com o tempo e a comunicação, na contramão partidos podem sinalizar mudanças para manter a mesma ordem.

POLÍTICA PARTIDÁRIA – Na sociedade as agremiações se formam em nome de alguma luta, em decorrência dos movimentos que se direcionam em razão de resistência ou transformações que desagradam grupos de indivíduos. As bandeiras representam o pensamento de muitas pessoas que se vêem submetidas o processo que destoa da realidade, o que torna as rupturas inevitáveis e a organização política necessária, no sentido de uma estrutura que permita a participação e o adequar-se a novas demandas.

Entretanto,  fugindo à lógica, o PSD (Partido Social Democrático) nasce exatamente da insatisfação apenas partidária e particular e não de uma ligação social forte, o que sinaliza para enfrentamentos internos e falta de essência.

Os partidos políticos, assim, existem em função da organização de grupos representativos que elevam a voz de pessoas que agem individualmente e passariam a ter uma estrutura coletiva, de união em torno de uma causa, com forte identificação de ideias. Este de fato não é propósito do PSD que deverá reunir dissidentes de siglas insatisfeitos com o seu reconhecimento entre o grupo que faz parte.

Deste modo, as bandeiras que se juntam são de cores distintas. Logo, o oportunismo poderá selar o futuro do partido de Juscelino Kubitschek de Oliveira, que na década de  50 implementou o desenvolvimentismo no Brasil, abrindo estradas e valorizando a inserção capitalista no Brasil.

Assim, vale a penas entender que o idealizador da nova legenda, Gilberto Kassab deixa o DEM por não se entender com a direção do partido, no qual queria mais espaço em meio a antigos e eternos caciques, os quais controlam a legenda há décadas, com braço forte cuja bandeira ideológica é remanescente da Arena, partido de sustentação do governo militar.

Com as mudanças sociais dos últimos anos, tanto nas lógicas sociais, como na estrutura empresarial que deixou de ser absolutamente latifundiária e passa à urbana, o partido de Demóstenes Torres e Ronaldo Caiado não tem sintonia com a modernidade. Ao contrário, o partido é conservador no propósito de estabelecer e manter a ordem da sociedade em bases arcaica, perdendo apoio de parte dos empresários que entendem modernos, e ainda da maioria da população que não conseguiu avanços neste modelo.

Kassab espertamente percebeu a realidade, e como ele inúmeros se encontram na mesma situação, permitindo o surgimento de grupo de peso, que está em busca da proteção segura do governo federal.
Desta forma, caso supere as diferenças e apresente as causas de suas lutas, o que parece pouco razoável, o PSD poderá mudar as forças no congresso nacional. Em Goiás e todo Brasil, os democratas sairão enfraquecidos com a perda de nomes, e evidencia um discurso fora de época, que tenta se acomodar, na modernidade, em pensamento ultraconservador.

Mudar somente não basta, partido é sinônimo de ideias sociais e não somente de grupos formado por indivíduos com interesses momentâneos e particulares. A sociedade muda com o tempo e a comunicação, na contramão partidos podem sinalizar mudanças para manter a mesma ordem.

Guerra e democracia global!

 
ORDEM GLOBAL - O discurso sobre democracia nunca recebeu tantos adeptos em todo mundo como nos últimos tempos, no entanto, nunca se esteve tanto distante de seguir as propostas de liberdade, independência e igualdade em todo planeta. A invasão da Líbia com o consenso na ONU não deixa dúvida que o poderio bélico é a moeda que define quem tem o poder e pode manipular o espaço global, neste instante de instabilidade econômica e do capitalista financeiro.

Estranhas as informações dos jornais brasileiros sobre o enfraquecimento das forças líbias, como se houvesse condições para um pequeno país resistir aos armamentos pesados de França, Inglaterra e Estados Unidos, com a complacência de nações que seguem cegamente ou amarradas às pressões econômicas.

Na realidade, as negociações sobre democracia global estão longe de passar pelos interesses sociais, como repetem os ditos ordenadores do sistema mundial. A invasão a um território se relaciona com interesses estratégicos que, no final, resulta ganhos de autoridade e potência para os invasores, os quais tornam evidente seu lugar na sociedade da comunicação. Os ensinamentos de Maquiavél nunca estiveram tão em alta, não em defesa de um príncipe, mas do Estado dominador.

Importante observar que os países aliados são aqueles que passam por dificuldades econômicas, em função exatamente dos excessos do capitalismo especulativo que forma bolhas e explode. No final todos pagam a conta com o aumento das restrições econômicas e guerras periféricas.

Neste ínterim é notória a participação da imprensa que simplesmente reproduz as informações de agências internacionais, com notícias produzidas pelos chamados aliados. O jornalismo possivelmente se transformou numa ferramenta para a guerra, que muitas vezes, os pequenos jornais repetem os grandes meios sem saber que fazem parte de uma estratégia global.

Finalmente, as invasões a quaisquer nações, como se vê, não passa por interesses sociais, pois são os últimos a serem informados, e assustam quando é dito que se trata da busca da liberdade da sociedade civil. O mais paradoxal neste olhar é que: se existem governos eternos isto se dá, quase sempre, pelo apoio das nações da ordem econômica global, que usavam das autoridades líderes como condução de políticas internas, como as mudanças ocorrem é chegada a hora de sua substituição por outra menos resistente ou com dons mais específicos.

Assim, surgem o bombardeio e o discurso da democracia contra as chamadas ditaduras. Inclusive o Brasil conhece bem esta realidade, de participar forçosamente da força exterior, com os enunciados de uma sociedade da ordem e progresso.

O que mais assusta no momento atual é que nem todos os jogadores da aldeia global conversam a mesma língua, e uma pequena chama pode desencadeia uma grande fogueira, quando se sabe que os gigantes invasores perderam a guerra econômica interna e se mostram também fragilizados. Desta forma a força é a garantia de perder e comando.  Logo, é esperar os próximos lances neste espaço das bombas, armas e discursos sofisticados.

Obama, presidente no Brasil

Depois, a definição de uma estrutura social não deve ser idealizada solitariamente, por uma presidente que herdou um legado com olhos somente para milhares de miseráveis pouco produtivos. A realidade moderna e sem saída é o mercado forte e vigoroso.

 










DISCURSOS - Em primeiro momento pode-se pensar que a formação de ídolos (mitos) seria coisa de mercado, no sentido de estimular o consumidor, paradoxalmente poderia se conjecturar, no entanto, que a vinda de Barack Obama ao Brasil teria o propósito de estimular com ênfase o discurso do empreendedorismo americano, tão caro as elites econômicas brasileiras – espécie de imagem espetáculo.

Uma maneira dar energia aos empresários brasileiros e ensinar aos políticos como se faz uma nação rica e de mercados fortes. Mas na verdade a proposta fui outra, trata-se de afirmar o discurso disseminado em fluxos comunicativos voltados para a sociedade brasileira, no seu todo. Em essência formar a opinião do público, afinal o desejo de ruptura parece vibrante demais.

Os jornais das televisões brasileiras em algum momento fizeram um misto de Brasil e Estados Unidos, chegando a uma confusão em que país fazemos parte, diante da tela, pois o presidente estadunidense esteve nos focos das câmaras por muito mais tempo que os representantes nacionais, inclusive com muitas ícones representativos da terra de Tio Sam. Um excesso de imagem do líder da primeira potência mundial – embora em crise econômica.

As falas de Obama sempre evidentes, com olhar diretamente para as câmaras, prontas para suas palavras, enquanto que a presidente Dilma Rousseff geralmente tinha suas afirmações na voz dos repórteres, no caso do jornal Nacional da Rede Globo. Sobre a liberação para os ataques à Líbia se transformou em ponto máximo. O que pensa os representantes nacionais não se levou em conta, de fato.

A sensação equivocada era que ao país tupiniquim havia chegado alguém de extrema importância para mudar a vida de milhares de brasileiros, o qual deveria ser tratado com muita cortesia. Não que a educação e a diplomacia não sejam fundamentais, mas os excessos são vistos com pesar, pois demonstra submissão que retroage um tempo que não faz parte do imaginário da sociedade atual – ou não deveria, como fez questão de afirmar Rousseff em seu texto pouco improvisado. A presença caricatural dos ex-presidentes selou a retórica da importância do convidado.

Na realidade seria importante destacar que a boa imagem e retórica do Obama não representam de fato resultados práticos, no que se refere às mudanças estruturais globais, quando se trata de líder de uma nação que se esqueceu de suas origens e se percebe na plenitude de organizador do sistema global. Sobra prepotência e falta credibilidade para os compromissos com países que por longos anos foram vistos como dependentes das tecnologias e economias externas. Além do mais o presidente possui imagem que não afirma as intenções dos falcões, na base das definições estruturais dos Estados Unidos.

Muitas vezes pode se deduzir que são palavras ao vento. Exemplo disso está a prisão de Guatánamo, em Cuba. A palavra de ordem de presidente recém-eleito seria o seu fechamento rapidamente, no entanto, recentemente definiu-se que manterá o suplício dos presos no lugar por tempo indefinido. Um presidente eleito que explicitamente afirmou o início ao fim das guerras contra países periféricos, e como se vê os enfrentamentos bélicos somente fazem aumentar.

Quanto ao mito, os “empreendedores” dos mercados financeiros dependem da imagem do importante representante da potência estrangeira, no sentido de afirmar um discurso para o consumo das massas, da importância de se aproximar dos Estados Unidos, um representante liberal que deve ser seguido sem rupturas.

Afinal é no liberalismo individualista que é possível pensar a democracia e igualdade brasileira e mundial. Depois, a definição de uma estrutura social não deve ser idealizada solitariamente, por uma presidente que herdou um legado com olhos somente para milhares de miseráveis pouco produtivos. A realidade moderna e sem saída é o mercado forte e vigoroso. A rigor, num mundo globalizado é preciso de ordem para o progresso. Que venha a guerra bélica e dos discursos.

Entrevista de Veja com Arruda

Em entrevista a VEJA, o ex-governador (Roberto Arruda – Ex-DEM) parte para o contra-ataque contra ex-colegas de partido. Acusa-os de receber recursos da quadrilha que atuava no DF. E sugere que o dinheiro era ilegal. Entre os beneficiários estariam o atual presidente do DEM, José Agripino Maia (RN). 

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Globo e Goiás

A rigor, não se deve observar o futebol somente pelos interesses econômicos, seja de dirigentes ou veículos de comunicação.

FUTEBOL - Neste sábado os jornais goianos estampam a informação de que a diretoria do Goiás assinou contrato com a Rede Globo de Televisão pelos direitos de transmissão dos jogos da equipe esmeraldina no brasileirão 2012-2014. Os valores não são precisos, mas tentam-se mostrar é que são melhores que anos anteriores. Mas deve se considerar a prática da empresa, de comprar direito e não transmitir muitas partidas, as quais ficam submetidas aos horários das novelas e programas de grande audiência e péssima qualidade.


No final, às vezes a bolada é boa para deixar o time à deriva neste mar de interesses e concorrências das empresas de futebol. Se assim, for o time de Goiás sairá perdendo. Seus jogos serão apenas mencionados nos programas esportivos, com resultados das partidas. O suficiente? Talvez seja exatamente isso a torcida de milhares de brasileiros pela concorrência das televisões, pois evitaria o monopólio de uma única família, preocupada com rendimentos e não nas produções regionais, por exemplo – o que inclui a valorização do esporte nos estados.

A rigor, não se deve observar o futebol somente pelos interesses econômicos, seja de dirigentes ou veículos de comunicação. O torcedor deve ser levado em consideração, sobremaneira. Ligar a televisão no instante em que o seu time preferido joga, e ser obrigado a assistir novela, filme de qualidade duvidosa ou, o que é pior, as partidas disputadas por equipes paulistas ou cariocas, de fato, não é agradável. A sensação é de impotência, de ser passado para trás, considerando que é a torcida que permite a existência de uma agremiação.

Os valores pagos a um jogador estão diretamente ligados ao espetáculo permitido à galera. O grito nos estádios do torcedor é que aumenta a renda das equipes – por extensão dos diretores -, portanto, merece ser observado na hora de se fazer um contrato de visibilidade. A Globo infelizmente não cumpriu com suas obrigações éticas com o torcedor, ao longo do tempo em que esteve sozinha na cobertura dos jogos, sem concorrência. Sempre visto como mero número de audiência, daí a razão de sempre transmitir São Paulo e Corinthias. Sequer os outros estados foram respeitados como deveria, neste sentido. Razão pela qual se sabe tudo sobre as equipes dos centros e nada sobre as agremiações de outras regiões.

Sem dúvida é uma prática que vem mudando, mas que depende das exigências de diretores atentos e preocupados com o seu time.

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No sentido de permitir ampliar a discussão sobre os direitos de transmissão do futebol brasileiro, vale a pena ler e assistir o programa do Observatório da Imprensa veiculado no dia 15/3/2011. 

Observatório da Imprensa

Fala da presidenta

Com efeito, os líderes das nações de economia “forte” se apresentam com proposta que envolve  o controle institucional, num enlace entre os países, aqueles que devem ser considerados como importantes na tomada de decisões.
  
DISPUTAS GLOBAIS – Neste início do governo de Dilma Rousseff os discursos externos se mostram inflamados, com definição de ideias consensuais entre as lideranças econômicas do país. Comum ler nos jornalões, programas de televisão, noticiosos radiofônicos definições para a lógica de um consenso de uma superestrutura com vistas a uma organização financeira, com olhos voltados para os grandes centros. Seria como se as amarras antes soltas começassem a serem atadas novamente. Aliás, este discurso não é de consumo somente no

Brasil. As conversas estão em chamas.
Eficazmente, quando se difunde afirmações já repetidas ao longo do tempo, caso não haja outras análises, logo se transformam em verdade que passam a iluminar o olhar daqueles que observam apenas uma versão, sem prolongamentos. Não se trata de passividade da opinião pública, mas a formação de uma agenda de pensamento que se repete, que, com efeito, deve gerar resultados futuros.  Sobressaem mudanças de cenários, mesmo que não haja retorno aos discursos anteriores, sem, contudo, a retomada de propostas refutadas.

Em essência, a presença de Rousseff no debate social ainda é tímida, deixando dúvidas quanto ao seu posicionamento neste processo de negociação que envolve a reprodução insistente de ideias já conhecidas. Na rede de pensamento as hegemonias vão se mostrando soltas e eficientes.

Nas últimas semanas, nunca se falou tanto em liderança da ordem global, cuja estrutura sofreu revezes com os movimentos sociais no oriente médio o norte da África. Com efeito, os líderes das nações de economia “forte” se apresentam com proposta que envolve  o controle institucional, num enlace entre os países, aqueles que devem ser considerados como importantes na tomada de decisões. Evidentemente que o Brasil é um jogador a ser levado em conta nas disputas mundiais, com olhos na América Latina.

A sensação deixada pelo governo anterior era  exatamente a de ruptura, mesmo preservando a conciliação, com Estados Unidos e nações Européias, o que torna a pressão sobre o novo governo mais efervescente e incisiva. A vinda de Barack Obama ao Brasil está longe de ser apenas a busca de negociações que interesse aos brasileiros, mas a de atar nós quebrados e que vislumbravam contrariedades para os players num mundo, cuja sociedade se mostra cada vez mais com posicionamentos complexos. As negociações não param e são desejáveis.

Novos democratas

Com o esvaziamento do DEM e crescimento do PSB haverá mudanças no cenário político nacional, com alterações na percepção ideológicas dos partidos e aumento de negociações entre lideranças no congresso nacional.

DEMOCRATAS – Nas últimas semanas os jornais dos grandes centros brasileiros destacam a dificuldade por que passam os democratas, ex-PFL, cuja origem, conforme fez questão de destaca a revista Veja, vem da UDN, depois Arena, agora DEM. Partido que serviu de base para os governos militares no Brasil, no poder entre as décadas de 60 e 80. Com grande destaque no Congresso Nacional durante longo período de auge do cacique baiano Antônio Carlos Magalhães, mas que deixou seu legado.

Como os tempos mudam, ao que parece, as propostas liberais e de direita não convencem o eleitor cada vez mais atendo e rigoroso em suas escolhas. Pois, na última eleição a agremiação saiu menor do que entrou.

Desta forma, agora o momento é de decisão, pois a saída do partido de Gilberto Kassab que anunciou a fundação do PDB, Partido da Democracia Brasileira, os democratas aumentam sua falta de visibilidade no cenário político atual e deverá chegar sem forças às eleições do ano que vem daí a importância das mudanças na direção e estratégias que visam o fortalecimento da sigla, já sem fôlego.  José Agripino é o novo presidente dos democratas, eleito por unanimidade em momento de final de festa.

Entretanto, em Goiás o partido está fortalecido com duas fortes lideranças nacionais: o senador Demóstenes Torres que vem sendo apresentado como candidato a governador do estado, com direito a destaque em jornal da capital, como na liderança da corrida à prefeitura da capital (?); e o deputado federal Ronaldo Caiado, sempre à frente das decisões partidárias, e com décadas de história política do estado.

Ademais os democratas tem grande espaço no governo de Marconi Perillo, sendo que o vice-governador é do partido, José Eliton. Entretanto, na região de força do partido, norte e nordeste, os democratas perdem força e ainda vêem o atual prefeito de principal capital econômica do país, São Paulo, se aproximar do PSB de Eduardo Campos de Pernambuco, neto de Miguel Arraes, um dos ícones da esquerda brasileira.

Com o esvaziamento do DEM e crescimento do PSB haverá mudanças no cenário político nacional, com alterações na percepção ideológicas dos partidos e aumento de negociações entre lideranças no congresso nacional. Esperar para ver.

Dependência da América Latina

Se os tempos de simples dependência já mudaram, pelo menos os marqueteiros de Tio Sam não pensam assim.

VISITA DE OBAMA – O Brasil como liderança da região deixa bem claro a posição dos países da América Latina em relação aos Estados Unidos, com a vinda de Barack Obama ao Rio de Janeiro, neste domingo. Para anunciar a sua chegada o governo de lá investiu em publicidade nos horários nobres dos veículos de maior audiência brasileiros – Rede Globo e Record, nos programas mais populares, como Domingão do Faustão. O anúncio conclama a presença dos tupiniquins para que em grande número compareçam para saudarem o presidente democrata.

Embora pareça ser trivial, pois se trata do líder da nação da ordem global, que abre inúmeras possibilidades de negociações econômicas, não deixa de ser espetacular sua visita. Não se pode crer que a ida de Dilma Rousseff ao país da América do Norte receberá a mesma publicidade, com direito a presença de milhares de pessoas de New York, por exemplo, e com direito a tradutor e tudo mais.

Nada contra os Estados Unidos que tanto recebem elogios dos economistas e liberais brasileiros, inclusive de ex-presidentes aliados que tinham bom trânsito na Casa Branca de Bill Clinton, no entanto fica aparente a submissão às políticas, economia e cultura centrais, mesmo considerando a importância da América Latina no mundo globalizado. Se os tempos de simples dependência já mudaram, pelo menos os marqueteiros de Tio Sam não pensam assim.

Além do mais Obama vai subir o morro carioca, mas a segurança presidencial está com dúvidas em qual região visitar, pois as mais planas são preferíveis às acidentadas, afinal o líder democrata não pode ficar exposto a acidente.  Embora  ainda seja bem visto pela sociedade mundial, como aquele que pode tornar os Estados Unidos menos odiado, mas suas promessas estão ficando pelo caminho, naquilo que o diferencia dos seu antecessor George W. Bush.

Depois de conversas protocolares e de amizade com recém eleita, Dilma Rousseff, Obama segue para o Chile, sobrevoando a Argentina de Cristina Kirchner, olhando o país de Maradona pelo alto apenas, afinal a presidenta de lá se mostra arredia à política dos Estados Unidos, duras críticas contra os falcões americanos. Sem dúvida, Venezuela e Bolívia também não fazem parte das visitas internacionais.

Educação de qualidade!

Estranho ainda é o comportamento dos nobres deputados que aprovam uma lei sem antes fazer qualquer análise de seu conteúdo. Será um caso isolado, apenas displicência momentânea da oposição, sobretudo?



Há poucas divergências sobre a importância da educação para a formação de pessoas pensantes e ativas no processo político e social, entretanto, a cada dia que se passa é mais questionável a qualidade do ensino no Brasil, que possa atender à dinâmica social. Na contramão desta proposta, o homem da política, longe de definir prioridade para o setor, o transforma em espaço instrumentalizado para os interesses partidários e econômicos.

O projeto de lei do atual secretário de educação do estado, Thiago Peixoto (PMDB), proposto quando no cargo de deputado estadual,  entra para o gênero cômico, ao defender que numa sala de aula sem limites de aluno deverá permitir mais democracia com a inserção de mais alunos no ensino e qualidade das disciplinas. Obviamente que a medida serve aos interesses das escolas particulares, que no final terá muitos alunos em uma só sala, ministrada por um professor. Portanto, haverá redução de custos para a maximização dos lucros. Se existe esta prática está equivocada.

O projeto contempla ainda a retirada da parte do salário do docente, aquela voltada para a preparação de aula. A rigor, é de consenso no meio educacional que se leva, muitas vezes, mais tempo na organização do trabalho, que requer pesquisa e ordem didática, do que apresentando a aula em si. Como então pensar em qualidade?

Estranho ainda é o comportamento dos nobres deputados que aprovam uma lei, sem antes fazer qualquer análise de seu conteúdo. Será um caso isolado, apenas displicência momentânea da oposição, sobretudo? Como se percebe no legislativo está a astuta do ladino que usa dos mecanismos de tramitação de projetos para serem aprovados, em detrimento dos interesses sociais.

Definitivamente a educação não pode ser apenas um espaço para se fazer política, necessário entendê-la como lugar para formação de pessoas conscientes de sua realidade e participantes do sistema social. Haja vista, a condição que se encontra a Universidade de Goiás (UEG) que obteve nota 2 (cuja nota máxima é 5) nos exames do MEC, portanto, necessita de atenção, e o ponto nevrálgico está exatamente na falta de pesquisa – o que requer professores com estabilidade, titulação e organizados politicamente – e estrutura física.

A rigor, é preciso pensar a qualidade da formação do professor, da escola e do ensino, como um todo. O resultado político virá da eficiência, que será somente possível com trabalho de quem entende e tem interesse na qualidade da educação, com autonomia.

Bernardo Élis

Goiás do escritor de “A Terra e as Carabinas” passa por mudanças substanciais ao longo dos tempos, indubitavelmente, mas ainda (?) é possível observar diferenças gritantes que somente podem ser resolvidas com participação social no espaço político, educacional, cultural e da informação.

HISTÓRIA - A cada vez pensamos que observar os registros deixados pelos pensadores ao longo da história permitem conhecer comportamento e atitudes da sociedade no presente e no futuro. Neste sentido, vale a pena entender o texto do romancista e poeta Goiano Bernardo Élis ao fazer leitura do livro “A Terra e as Carabinas” (R&F Editora Ltda, 2005). No qual, numa obra de ficção (novela), descreve a vida dura dos trabalhadores que vivem na região, sofrendo os reflexos dos interesses globais, dos centros econômicos que provocam a guerra e estabelece o domínio no Brasil.

Verdade que o escritor tem a liberdade para descrever cenas que nasceram da sua imaginação, mas não poderia simplesmente construir uma realidade do nada, além da vida, do mundo das idéias.  Dito isso, presume-se que o homem crítico das letras imprimia nas páginas da história um contexto de realidade, que de toda forma já é de conhecimento da sociedade pensante, qual seja, trabalhadores humilhados para o enriquecimento dos grandes coronéis donos de infindáveis extensões de terras agricultáveis.

Os arrendeiros sempre com dívidas e promessas de se “enricar” iam levando a vida de escravo e miséria, enquanto que a produção era “entregue” aos “maciosos” afortunados da época.  O vampirismo do trabalho dos peões relegava homens e mulheres à submissão, a falta de cultura, de educação, num ciclo que perpassam os séculos em Goiás e imensos rincões brasileiros, lugar dos pesados partidos de direita que respaldavam os latifúndios ensaguentados pela injustiça de toda sorte.  Os fazendeiros organizados de um lado, os quais tem a seu favor a lei, o progresso, a riqueza e os mitos.  Aos empregados espoliados, por sua vez, o desejo com o sonhos de uma vida melhor, e do grande número.

Num corte para o futuro, pois o livro foi escrito em 1951 (Wikipédia), como analisar a realidade que envolve as relações no espaço social contemporâneo,  em que as roças deixaram de ser apenas um lugar de criação de gado e plantação, e se transformaram em grandes empresas, muitas delas pertencentes a conglomerados? Na globalização possivelmente tornamo-nos todos habitantes de um só território, sem limites de terras, mas com diferenças maiores: de identidade e condições de sobrevivência. Seria um primeiro ponto? As guerras não se transformariam, de toda forma, apenas na busca pela democracia, mas uma maneira de transformar sem qualquer alternância dos valores seculares de exploração.

Em essência, no dinamismo social, os quais os conflitos são inevitáveis, os lados continuam diferenciados pelas condições, entre “roceiros” e “coronéis” globais, com recorrente reflexo na renda da população mundial e brasileira. Goiás do escritor de “A Terra e as Carabinas” passa por mudanças substanciais ao longo dos tempos, indubitavelmente, mas ainda (?) é possível observar diferenças gritantes que somente podem ser resolvidas com participação social no espaço político, educacional, cultural e da informação.

Dia internacional da mulher

A origem do Dia Internacional da Mulher, data significativa na luta pelos direitos das mulheres, vem sendo distorcida no Brasil e em diversos países. Na cobertura midiática, o dia 8 de março é associado a um incêndio que teria acontecido em 1857 em Nova York e provocado a morte de 129 trabalhadoras têxteis. Elas teriam sido queimadas como punição por um protesto por melhores condições de trabalho.


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A palavra e a política

Grande parte dos intelectuais que se mostram de esquerda imagina que as boas atitudes e ações revelam a sua capacidade de convívio com as pessoas simples, a maioria da população. Não basta.

DISCURSO POLÍTICO – A política é um espaço muito complexo, que exige artimanhas as mais diversas na busca de vitórias. O perfil dos candidatos que se repetem no poder, muitas vezes, não condiz com os interesses sociais quando no comando do cargo, mas consegue comunicação fácil com o eleitor. Se há demagogia? Sem dúvida. Mas é necessário perceber a necessidade das interações. Talvez seja o caso mais emblemático de Goiânia.

Notório para os goianos a dificuldade de alternância política no estado, certamente, no Brasil. Possível acreditar que Dilma Rousseff venceu as eleições para a presidência selada no “apalavrado” de Lula, que seguramente fez cursos pragmáticos de diálogo com o homem-social-eleitor. No estado de Pedro Ludovico Teixeira ainda persiste a retórica que, por um lado, existe pelo silêncio autoritário, ou seja, a não preocupação com a opinião pública, se foi feita está feito, aceita-se. Ponto.

Por outro lado as frases que sucedem são aquelas que descrevem o lugar de cada um e aponta para “quem está no poder”, pois os fins justificam os meios. No final tudo se resolve em nome do povo, mesmo que o homem-eleitor não tenha voz, mas que pode, por ventura, ter vez. Um erro que se acomete lugares em que se há poucas possibilidades de trocas na liderança sistêmica. A rigor, na política essencialmente as negociações entre os homens-políticos demonstram explicitamente o processo de quem decide os discursos, os quais passam a ter o direito a fala pública.

Neste quesito o médio e prefeito Paulo Garcia não se sobressai com enunciados de harmonia e amizade em plenitude. Não é inverdade a afirmação de  que não se pode fazer omelete sem quebrar ovos. Grande parte dos intelectuais que se mostram de esquerda imagina que as boas atitudes e ações revelam a sua capacidade de convívio com as pessoas simples, a maioria da população. Não basta.

O sistema não é organizado na simplicidade, mas ao contrário é um lugar em que as palavras são jogadas permanentemente num embate feroz. Se há dúvida mantenha-se atento às mídias globais, nacionais e locais.

Goiânia, em muitas regiões, está como queijo suíço, com grande quantidade de buracos nas ruas e avenidas, sendo que os maiores são sinalizados por populares na tentativa de evitar grandes estragos nos veículos, dirigido por motoristas apressados. As palavras precisam acompanhar as ações, o que nem sempre ocorre com a voz autoritária notoriamente, mas cuja estratégia perpassa o visível, apenas, que invariavelmente desmerece o oculto, como rede de esgoto, aos olhos ligeiros de uma cidade do imediato, contudo permanece no imaginário social.

A segurança da fala, mas com  ações, leva a reprodução das palavras e das vitórias na política, de todos. Sem discurso explícito não há conquistas no mundo político.

Valores do carnaval

No sambódromo desfilam as grandes estrelas brasileiras e do exterior, capazes de chamar a atenção para as luzes das câmaras e do olhar do público para as agremiações, as quais reconhecem a festa como espetacular, um momento de brilho

SOCEIDADE - O carnaval, entre as festas brasileiras, se apresenta como aquela que consegue realizar trocas de valores de uma sociedade que se define a todo instante pelos diferentes grupos sociais –imperceptível pela linguagem, mas visível uma linha entre nobres e não-nobres. Circunstâncias em que há uma inversão de status importante, quando o popular assume o controle da ordem de comando das decisões de poder, mesmo que por breve instante. No entanto, ao acessar a internet ou assistir a televisão, no que se refere aos grandes centros econômicos, sobretudo, não é esta a realidade.

Se um dia o futebol brasileiro foi a consagração do grande craque, o que resta na atualidade é a torcida por empresas que comandam a arte do esporte. O jogador se faz um operário de uma grande fábrica dos artistas com atuação em espetáculos que duram 90 minutos, com direito, nos bastidores, de acompanhar lutas ferozes pelo direito a transmissão do grande show.  O carnaval no Rio de Janeiro e São Paulo não foge a regra do evento milionário. Os valores culturais da gente simples passam ao largo, às vezes sequer na arquibancada, com preços muito além do salário mínimo.

No sambódromo desfilam as grandes estrelas brasileiras e do exterior, capazes de chamar a atenção para as luzes das câmaras e do olhar do público para as agremiações, as quais reconhecem a festa como espetacular, um momento de brilho. Os temas nos fazem vislumbrar a essência das lógicas de uma sociedade que resiste ao poder dos mais fortes, entretanto, a estratégia está em tocar em assuntos de grande apelo comercial, de personalidade.

Todavia, o carnaval não fica circunscrito aos grandes temas apelativos e aos empreendimentos, e se espalha pelo Brasil aonde milhares de não-estrelas que se divertem e demonstram a sensibilidade da alegria a exigir a liberdade. Apesar das transformações do cultural em comercial, com jeitinho nacional o país caminha em direção as transformações, quiçá com democracia. E vamos à festa.

Tecnologia e informação

O que ocorre no mundo é a busca pela democracia, que naturalmente gera interesses políticos e econômicos mais diversos. A rigor, então, qual discurso de democracia se buscar?


CONFLITOS - Os movimentos sociais que atingem o oriente médio e norte da África chamam a atenção pelas novas preocupações sistemáticas, pois é perceptível a dúvida que acometida segmentos da sociedade sobre o avanço das novas tecnologias da informação.  Entretanto,  paradoxalmente,  no que diz respeito às informações mais distantes, acessadas pelas mídias, ainda geram questionamentos sobre sua fidedignidade.

São comuns matérias publicadas em diversos veículos analisando o reflexo de acessos da população, principalmente os mais jovens, aos novos meios de comunicações virtuais, de modo que geraria uma participação efetiva das comunidades no processo de formação do sistema social.

Com efeito,  deverá permitir alterações nas lógicas que dirigem as regras e permite a solidez da estrutura capitalista no seu modelo padrão. Entretanto, não se deve pensar que os movimentos sociais dependem simplesmente das novas tecnologias, afinal, na realidade as pessoas em seus espaços culturais estão sempre em movimento. Todavia, as novas possibilidades de comunicação permitem acelerar as novas trocas comunicativas e avanços para justiça social mais rápidos, possivelmente.

As mídias, entretanto, apesar do aparato tecnológico, continuam reverberando os seus discursos a partir dos grandes centros econômicos. Comum assistir matérias do jornalismo brasileiro – acredito que seja uma prática global -, com informações sobre a Líbia em conflito, por exemplo, com repórter falando diretamente dos Estados Unidos ou países da Europa. Evidentemente que o lugar de fala altera as informações, pois o contato com o fato está separado por uma distancia de milhares de quilômetros, presença  que não se resolve com tecnologia.

Pressupõe que o jornalista estaria sendo abastecido com o olhar do estrangeiro que tem interesse na ordem global vigente. A perspectiva é de estar de um lado da guerra, o mais forte e organizador do sistema social. O que ocorre no mundo é a busca pela democracia, que naturalmente gera interesses políticos e econômicos mais diversos. A rigor, então, qual discurso de democracia se buscar?

Depois, tornou-se natural as fontes que abastecem os jornalistas de informações, mesmo nos lugares de conflito, serem  aquelas dos grandes centros, e poucas vezes se percebe uma voz dos países atingidos, a não ser as que satisfazem as respostas já pré-estabelecidas, a priori. Se esta análise for plausível, forma-se um consenso: muitas tecnologias  para poucos referenciais de pensamento.  Muitas informações e poucas vozes. A percepção da realidade se esvai, talvez como sempre pelos tradicionais meios de comunicação.