Caso Demóstenes, falta a palavra que elucida


A representação política não existe no silêncio tedioso

Política de Goiás – Os últimos acontecimentos políticos, que tem Goiás como pano de fundo no debate, é no mínimo estarrecedor. A percepção é de terra arrasada, diante da gravidade das denúncias que vão arrebanhando tudo pelo caminho. À cada escuta telefônica feita pela Polícia Federal sobre o caso Cachoeira, a tensão aumenta em virtude da relações políticas que estão na estrutura institucional.

A pergunta é o que sobrará em pé quando a tsunami passar? A percepção, entretanto, é que o céu continua carregado de nuvens espessas, que vão desaguar a qualquer momento.

Diante da catastrofe seria sensato ouvir a voz das principais autoridades, cumprindo mandato no Estado. A rigor, a mídia nacional traz uma avalanche de informações a todo instante.

O posicionamento do governador de se dizer rigoroso com as licitudes não desanuvia o tempo. A capa da revista Carta Capital, por si já implica em questionamento justo pelo eleitor: “O crime domina Goiás”, com as imagens ao fundo do senador Demóstenes Torres (DEM) e Marconi Perillo (PSDB), apreensivos, tendo Carlos Cachoeira em primeiro plano. O mais grave entretanto está no texto abaixo do título principal: “Relatório inédito da PF mostra como o bicheiro Cachoeira manipulava Demóstenes e influia no governo de Marconi Perillo”.

Em fala pelo Twitter, Perillo afirma que vai defender sua honra na justiça contra as denúncias feitas na mídia, mas toma por ora medida convencional – o que é de direito. Falta, entretanto, o poder das palavras,  em praça pública que será destaque nos jornais nacionais, diante do calor dos fatos, para aplacar as dúvidas dos espectadores apenas das mídias.

Assim, poderia apresentar para a população as contra-evidencias publicizadas pelas revista Carta Capital, deste final de semana – e Época, em semanas anteriores, com material que trata do assunto, republicado pelo jornal O Popular.

Não somente. Os candidatos à prefeitura de Goiânia deveriam apresentar suas plataformas de campanha e esclarecer sobre procedimentos no que diz respeito às suas relações partidarias, empresáriais e propostas de gestão administrativa. Afinal, o pleito eleitoral será movido também pelo debate sobre a operação Monte Carlo.

A representação política não existe no silêncio tedioso.

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