A figura de Serra
representaria, neste contexto, a liderança e manutenção de um modelo de
governo, que interessa a considerável parte da sociedade
Política – As análises nem sempre são pertinentes, pois ao tornar consenso determinadas afirmações chegam-se às verdades que se contestadas tornam o escritor simples, errático, ingênuo. Não há interesse em determinadas discussões, assim seria uma perda de tempo insistir com obviedades irrefutáveis – mas pelo sim pelo não, corremos o risco. Exemplo é o excesso de matérias sobre a campanha para as eleições da cidade de São Paulo nos jornais brasileiros. A sensação é que vivemos as prévias das campanhas presidenciais. Mas tal discussão é pertinente.
Não seria de assustar que jornais das pequenas cidades do país destacassem em suas manchetes o título “Serra aceita disputar a prefeitura paulista”, como se fosse o assunto mais pertinente para os moradores municipais, que sequer tem bons hospitais, escolas… Talvez por detrás dos apelos midiáticos esteja o futuro político do Brasil.
Afinal, Fernando Haddad do PT é o candidato de oposição – apoiado pelo ex-Lula -, o que levaria a maior cidade brasileira e grande fluxo de capital para outros caminhos, que não o do liberalismo econômico – com a força das medidas apenas econômicas. O que por si só é um erro de análise. O PT, faz muito tempo, deixou de ser um partido de ideologia esquerdista, por razões óbvias, garantir a sobrevivência – mediante a verdade estabelecida na comunicação para “as massas”.
Entretanto, o que há de consenso no meio empresarial brasileiro é de que devemos nos aprofundar nas lógicas capitalistas, sem entraves burocráticos e abertura para interveniência da voz rouca das ruas – sem hospitais, escolas, segurança… Um perigo eminente que vem se descortinando dos grandes centros, com movimentos populares nos Estados Unidos e Europa, com efetivo descontentamento com um projeto financeiro, sobremaneira excludente – cuja lema é 99% versus 1%, sendo que a massa é formada por maioria no mundo e não os ricos.
Voltando para as eleições brasileiras, a figura de Serra representaria, neste contexto, a liderança e manutenção de um modelo de governo, que interessa a considerável parte da sociedade. A manutenção de determinados líderes na ordem do dia e no debate público torna-se vital para a sobrevivência dos ideais de uma sociedade apenas liberal. Portanto, como se vê a política passa pela mídia, formação de pensamento do público e que não exclui ninguém do embate. Quem fica fora do imaginário social, sequer tem direito a ser personagem na história.
As narrativas estão sendo feitas. Qual o final? Boa pergunta.
0 comentários:
Postar um comentário
Dar a sua opinião é participar, ativamente, do espaço social.