Na
realidade, com estruturação do sistema social nos valores econômicos,
com base no consumismo, a educação vai se tornando apenas instrumento
para se chegar a um fim: a condição de consumidor
Uma das análises pertinentes está na diferença de renda, em um país com poucos ricos e muitos pobres, estes vivendo à margem daquilo que o desenvolvimento tecnológico e social pode oferecer. Desta forma, quando se verifica a classe de melhor poder aquisitivo se observa uma condição melhor no aprendizado dos jovens no Brasil, mas também não atinge o ideal. Na realidade, com estruturação do sistema social nos valores econômicos, com base no consumismo, a educação vai se tornando apenas instrumento para se chegar a um fim: a condição de consumidor. A velha máxima do ter e não do ser. Mais vale os bens que possuem, do que a capacidade de pensar, criticamente.
Em resumo, se observa os efeitos das causas, sem chegar a base do problema. Nesta mesma batida está a ordem política que assola o país, o de governos que visam a redução do Estado e o aumento da normatização da economia pelos grandes empreendedores – a privatização do setor público, em essência. Assim não se tem a escola como formadora de pessoas para a reflexão, com capacidade de realizar cálculos eficientemente, redação com bom português; mas profissionais competentes para realizarem tarefas complexas, sim, todavia de maneira apenas especializada.
Na realidade, os homens de negócios que se destacam pela riqueza, nem todos, ou talvez boa parte, não obtém seus resultados financeiros em decorrência de seu tempo na escola, nas pesquisas acadêmicas. A rigor, pode se afirmar que riqueza monetária e educação nem sempre dialogam com facilidade. Contudo, o desenvolvimento de um país está correlacionado com o aprimoramento do ensino, o que requer professores qualificados, bem remunerados, politizados para a formação de pessoas também com visão política e com criticidade.
Resta saber se realmente o que se espera da educação como resultado é o de uma sociedade formada por pessoas pensantes, crítica ou apenas alunos consumidores de um modelo de sistema, prioritariamente com base no econômico. Se este último prevalecer, então não haverá outra realidade e os jornais terão muitas páginas para reproduzir o mesmo discurso.
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