Menos Política e Estado, mais empresas

A política e o Estado parecem o alvo de interesses particulares, sendo que a massa se faz somente coadjuvante de uma história conhecida
   
Privatização – No Brasil há dois assuntos complexos e que merecem atenção em virtude de seus reflexos na sociedade. O primeiro deles é a avalanche de informação sobre a ineficácia da instituição política. Diariamente os jornais repetem com insistência sobre a corrupção e incapacidade dos representantes sociais em lidar com os interesses sociais. No final temos a certeza que são todos corruptos. Depois, o excesso de publicidade em favor das privatizações em todos os setores, mesmo aqueles essenciais aos interesses públicos.

Neste momento a discussão em torno entrega do comando dos aeroportos brasileiros à iniciativa privada – já em fase de licitação. Seria a solução dos problemas modernos, mas que no final todos sabem: o brasileiro pagará a conta gorda para o bem de alguns grandes empreendedores.

Como se percebe uma coisa leva a outra, pois o ofuscamento da representação política chega à redução do tamanho do Estado, o que coloca a iniciativa privada no comando dos serviços essenciais, cuja ordem está no pagamento de tarifas e lucros, sem a interferência “direta” da sociedade.
Se a política não consegue representar os eleitores/consumidores, o mercado vem dando mostra de sua ineficácia para o desenvolvimento econômico e social.

Exemplos é o que não faltam, para ficarmos apenas em um está a produção de álcool no Brasil – uma lástima. Nos Estados Unidos as concessões arbitrárias dos governos liberais levaram a chamada “bolha inflacionária” e quebra econômica do país.

Sobre o transporte brasileiro, perguntas devem ser feitas. Por que não há preocupação com o transporte coletivo nos grandes centros urbanos e cidades do interior, com projetos eficientes. Nas mãos da iniciativa privada e ineficaz, problema que não se resolve; a rigor, trata-se de um sistema para as massas. Outro ponto, as rodoviárias, que apesar dos problemas de falta de acomodação, infraestrutura nenhum palavra; também um serviço prestado à massa.

Os aeroportos frequentados por uma classe privilegiada, que por muito tempo esteve reduzida a grupos de pessoas, pequenos, agora se transforma em problema, porque a massa começa a descobrir os voos, com viagens rápidas e baratas. A grita aparece com energia. Preciso, portanto, qualidade na prestação de serviço, com reclamações permanentes nas páginas do jornal – uma voz que merece eco na grande mídia. Como saída para a crise a fórmula mágica: retira o Estado e estabelece a participação das grandes empresas.

O resultado pode não ser satisfatório como a classe média espera.
Além do que, a venda de empresas como Telebrás e Vale do Rio Doce como se sabe não melhorou a qualidade da prestação se serviços e reduziu a desigualdade social, embora as riquezas e tarifas de serviços brasileiros estejam sempre sendo exploradas.

A política e o Estado parecem o alvo de interesses particulares, sendo que a massa se faz somente coadjuvante de uma história conhecida. Neste sentido, de fato, os representantes sociais na política precisam encontrar soluções.

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