Embates políticos em Goiânia

Embora o que a mídia mostra em suas páginas ainda é apenas a ponta de um iceberg, cuja estrutura está o poder estadual, com ramificações nacionais. De lados opostos: Perillo e “novas” lideranças locais, mas ambos vislumbram política com lastro federal, cujo olhar está em 2014
 

Eleições – A campanha ao governo municipal em Goiânia está em pleno vapor neste começo de 2012, com jogadas eleitorais que ganham corpo e densidade. Os enfrentamentos partidários se mostram claros, com grupos destacando suas forças, de modo a definir suas armas para embate público. Matérias publicadas pelos jornais ainda não evidenciam o que está por detrás deste campo de luta.

Em essência, o mutirama vem se tornando a pedra de toque do processo político que se desenrola, tendo de um lado o interesse do candidato Paulo Garcia (PT), atual prefeito em demarcar as grandes obras e de outro lado Marconi Perillo (PSDB) em ofuscar o possível brilho das ações do poder municipal. No meio do processo, como sempre, as denúncias com ações da justiça e posicionamento da mídia, também entes político, por natureza.

Neste momento, o que menos importa, de fato, são as obras que se mostram irregulares, conforme apontado pelos jornais, mas sim a sucessão municipal. A rigor, não há política de um só nome, mas são grupos que se enfrentam para a tomada de poder ou se organizam com mais eficiência em torno da política local, que diz respeito ao futuro regional e até nacional.

Os fatos

O governador Marconi Perillo enfrenta não exatamente Garcia, o candidato com mais condições de vencer as eleições, mas está pressionado pelo partido para demarcar território na oposição ao governo federal, o que colocariam os peessedebistas em condições melhores para as próximas eleições em 2014. Assim, os tucanos precisam arrebanhar as principais cidades brasileiras, ações observadas bem de perto pelo governo petista que busca manter hegemônico o seu modelo de governo. Portanto, não se trata de uma eleição apenas localizada, a priori.

Outro ponto,  é a própria condição do governador de Goiás, que está numa situação de fragilidade política em função de ter às costas a pouca vontade do governo de Dilma Rousseff (PT) em conceder recursos para a oposição, sobretudo de Perillo, pessoa que tem a desconfiança do líder do partido, Luiz Inácio Lula da Silva – da própria presidente, como já relatou em discurso no passado. Os jornais favoráveis ao tucano tentam, com imagens, demostrar ao público, o imponderável: o diálogo entre o governador e governo federal é muito difícil. Cada qual em busca de se posicionar nos campos opostos.

Em Goiás

O grupo que apoia Paulo Garcia tem dura missão em Goiás: sinalizar condições reais de governar um estado de lideranças conservadoras. A rigor, o Estado que sustenta e dá visibilidade aos democratas, que se organizam em torno de discurso de direita e liberal econômico.

Neste momento, ao que parece, em decorrência das denúncias que atingem Paulo Garcia de maneira direta, a liderança petista goiana prefere o silêncio e acreditar que os resultados finais esclarecerão a realidade. O que não dizem, mas parece evidente, é o reconhecimento de que os tucanos não tem regras nas denúncias e tem muito poder em difundir informação, com apoio dos jornais locais, regionais e até mesmo nacionais – além de bom trâmite no judiciário. Pode não ser uma boa estratégia, o que hoje é apenas especulação pode se tornar fato amanhã, sem tempo para esclarecê-lo em tempo de formar a opinião público, se espera, positivamente.

Portanto, embora o que a mídia mostra em suas páginas ainda é apenas a ponta de um iceberg, cuja estrutura está o poder estadual, com ramificações nacionais. De lados opostos: Perillo e “novas” lideranças locais, mas ambos vislumbram política com lastro federal, cujo olhar está em 2014. O que se espera é que o eleitor não seja o grande perdedor deste embate duro que virá.

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