Princípios do jornalismo das organizações globo

A história será importante para conceber o que é transcrito e publicado nas diversas mídias do grupo, presente em todos os municípios brasileiros, cuja direção está em sintonia com o negócio local e global, às vezes mais do que com a informação isenta

 JORNALISMO – As organizações globo publicam hoje (7) em seus vários meios de comunicação o que seria seus princípios jornalísticos, tratando da isenção, contato com as fontes, fundamentos das coberturas e preocupação com o mais próximo da verdade e felicidade da sociedade. Se analisados de maneira mais detida, as regras estabelecidas pela direção do conglomerado não há nenhum acréscimo àquilo que se imagina o consensual no jornalismo. Nos bancos da escola, mesmo primária, há um grande debate sobre o comportamento das mídias, quando se aponta o seu ideal, muitas vezes longe da realidade que se vive.

A grande questão em voga nos dias de hoje, e preocupa as empresas de comunicação, é o fator novas tecnologias, que torna de alguma forma o público menos submetido às lógicas da informação de mídias tradicionais. Assim, iniciamos um tempo em que muitos passam mensagens para muitos, gerando informação de assuntos, muitos deles tratados pela imprensa, que no fundo faz emergir questionamentos e reprovação do comportamento de reportagens, produção de programas, etc.

Portanto, estabelecer as normas do jornalismo moderno, que o diferencia da conversa cotidiana é uma prioridade das redações, no entanto, deve ressaltar que os meios devem estar no intermediário entre fatos e sociedade, considerando que a informação é princípio da sociedade para definir espaço dos indivíduos no seu país e mundo, globalizado. Desta forma, os profissionais de comunicação tornam-se imprescindíveis, mas os programas noticiosos, agora passam pelo crivo da rede de informações informal e ampla, sem limites.

Por outro lado a preocupação da organização globo com a isenção e verdade está na contramão do que se propõe o jornalismo moderno, de posicionamento e definição editorial. Nada mais mentiroso do que imaginar notícia isenta, como se houvesse um modelo para se informar e chegar à verdade absoluta, ou próximo dela. O jornalista está inserido na sociedade, vivenciando suas agruras, governos e embate entre capital e trabalho. São eles que fazem jornalismo, e não os proprietários que cuidam do negócio. Desta forma, quando um jornal explicita sua posição política torna-se mais isento para informar do que aquele que se esconde por trás da objetividade, mas com objetivos claros, conforme interesse político, econômico e audiência.

Sobre o jornalismo da Rede Globo, infelizmente perdeu o tempo de avaliar as prerrogativas da verdade, pois recebeu benefícios de período político questionável, durante a ditadura militar, se posicionando ao lado destes governos e de uma elite, que defendia a manutenção de uma ordem que lhe era favorável em tempos de possíveis mudanças sociais. Prestou serviço que está longe de isenção, mas definiu a verdade numa relação com a ficção e não realidade cotidiana de mortes e prisões arbitrárias.

Sem delongas

Ainda vale ressaltar participação nas eleições de Collor de Melo na década de 90, quando preferiu a não isonomia de tempo entre os oponentes na famosa edição do Jornal Nacional dias ante do pleito eleitoral, quando Lula era o candidato dos trabalhadores. Leonel Brizola nunca deixou de evidenciar suas contrariedades com a empresa carioca que fez oposição efetivas as suas campanhas fluminenses. Além do que, com o objetivo empresariais monopolizou o esporte brasileiro, sendo a única TV a transmitir ou deixar de apresentar partidas de interesse das torcidas regionais, sempre em conformidade com sua programação novelística.

O que se espera de uma das maiores empresas de comunicação do mundo, com grande participação do imaginário nacional é a busca da ética e respeito ao público, que passou a ter mais escolha a assistir sua grande de programação de maneira arbitrária, principalmente nos horários nobres semanalmente e finais de semana, sem levar em consideração o interesse das comunidades fora do eixo Rio-São Paulo, tido com o centro do capital financeiro brasileiro.

O jornalismo das organizações globo, enfim, tem qualidade, pois, dispõe de profissionais de competência, quanto a isso não há dúvida, mas sobressai a incerteza sobre os propósitos apenas mercadológicos e políticos de seus mandatários, que certamente apenas revisou os princípios apresentados por jornalistas da empresa. A torcida é para que esta não seja a realidade e verdade, afinal, está longe a afirmação de isenção do conglomerado, de que  “‘Queremos ser o ambiente onde todos se encontram. Entendemos mídia como instrumento de uma organização social que viabilize a felicidade.’” “O jornalismo que praticamos seguirá sempre este postulado”.

A história será importante para conceber o que é transcrito e publicado nas diversas mídias do grupo que está em todos os municípios brasileiros, cuja direção está em sintonia com o negócio local e global, às vezes mais do que com a informação isenta.

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