Internet nos conflitos globais

Certamente, a instabilidade econômica está em paralelo ou em consequência com o grande fluxo de informação, o que provoca transformações na estrutura política e social no velho e novo mundo

 
MÍDIAS GLOBAIS – Em meio à crise econômica, um assunto vai se perdendo sem debate que merece: o uso da comunicação on-line por grupos sociais contra a política e o estado moderno. A morte de um rapaz negro da periferia (Mr Duggan, 29 anos – foto ao lado), pela polícia inglesa, serviu mais uma vez como estopim para manifestações violentas de jovens que espalhou terror pelas ruas de Londres, cidade do velho mundo. As autoridades imediatamente já buscaram estratégias de conter os movimentos, inicialmente impedindo o uso da internet, capaz de mobilizar multidões. O problema, portanto, estaria na comunicação ao alcance das pessoas que causam tumultos e tira o sossego das autoridades em férias.

De fato, não somente os londrinos passam pelos movimentos de indivíduos que, indignados com a política e econômica, saem às ruas ou praças aos gritos com palavras de ordem e ações que tumultuam e causam instabilidade social. Na Europa recentemente os franceses assistiram carros em chamas e polícias atirando para todos os lados, com o intuito de conter a revolta de jovens imigrantes trabalhadores, descontentes com as intervenções políticas do governo de Nicolas Sarkozy, contra os estrangeiros. A tensão continua.

Na Grécia estabeleceu-se um campo de guerra, o qual culminou no final com a saída do governo do ditador Muhammad Hosni Said Mubarak, o qual teve início com a morte de um jovem desempregado, cujo sistema econômico penalizava grande maioria de pessoas marginalizadas no terreno político. Mais uma vez a internet sofreu cortes para evitar a comunicação rápida entre, principalmente, jovens que acamparam em praça do país por vários dias, que chamou a atenção e pautou (não poderia ser de outra forma) a mídia mundial.

Na América Latina o Chile tem dificuldades em controlar jovens e agora seus familiares que exigem modificação na política educacional do país,  que, privatizada durante o período da ditadura, impede que a população tenha condições de manter os estudos dos filhos, em busca de obter conhecimentos acadêmicos. Apesar do presidente conservador Miguel Juan Sebastián Piñera propor modificações no sistema educacional, os chilenos estão nas ruas esperando atitude convincente do presidente.

Enquanto os formadores de opinião midiáticos se preocupam com as crises econômicas, prioritariamente, estabelece-se uma onde de conflitos na sociedade em vários lugares, os quais vão se disseminando pela mídias tradicionais em consequência de movimentos que se espalham com o uso de meios tecnológicos de comunicação, desde os blogs e redes sociais.

Desta maneira, a comunicação on-line globalizada, que inicialmente foi sendo idealizada para a comercialização de mercadorias, em detrimento do movimento de pessoas pelo mundo, as mensagens eletrônicas, inadvertidamente, vão formando conhecimento da realidade de indivíduos que se descortina em diferentes nações (Talvez Mcluhan esteja certo, eis a Aldeia Global). Certamente, a instabilidade econômica está em paralelo ou em consequência com o grande fluxo de informação, o que provoca transformações na estrutura política e social no velho e novo mundo.

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