Voto pela igualdade

Desta forma, cada qual com suas convicções devem ir às urnas e depositar sua confiança na manutenção ou mudança política regional e nacional. Mas de fato o germe do debate sobre a injusta distribuição de renda no Brasil estará vivo, ainda depois das eleições.

ELEIÇÕES - Finalmente chegou-se o dia da decisão de quem será o futuro presidente da república e governador de alguns estados que passam indecisos para o segundo turno. No Brasil, Dilma Rousseff (PT) deverá ser eleita presidente, conforme pesquisas eleitorais. Em Goiás a indefinição persiste antes de abrir as urnas - quando este texto é escrito, pois houve na reta final da campanha crescimento de Íris Rezende (PMDB) e perda de força de Marconi Perillo (PSDB), portanto, a dúvida se sobressai.

O importante a notar que depois de vários meses de confrontos de ideias e discursos em todo país, envolvendo aliados e oposição, é que o Brasil inicia um processo de debates mais fervorosos sobre os interesses sociais. Com olhos nas pesquisas, se no sul há a manutenção de um conservadorismo social, com preocupações mais voltadas para as lógicas sociais, que vê em José Serra (PSDB), mais perspectiva de manutenção de ordem vigente, nas regiões sudeste e norte mantem-se o perfil de um embate, no qual prevalece a característica de eleitores que veem, no Estado forte, uma saída para a qualidade de vida dos brasileiros. Contudo, as lógicas de emergências econômicas estão vivas no sentido de impedir grandes avanços da esquerda menos globalizante e liberal.

O que diferencia do resto do país realmente é a região nordestina, que tem uma história de marginalidade social dentro de um país rico em economia e produtividade, mas com muita concentração de renda. Um lugar que já fez campanha para formar um estado separado do resto da nação, de tamanho descaso das políticas públicas nacionais. Com população formada por maioria longe dos prazeres do consumo por falta de recursos financeiros, aposta que o Estado deverá conseguir mudar esta realidade. Desta forma, a candidata que carrega a herança do lulismo, o qual investiu no favorecimento das classes baixas, recebe uma grande margem de aceitação. A região faz a balança pender definitivamente para as prováveis mudanças sociais.

Em essência, quem está por baixo no processo de desenvolvimento social e econômico, ou seja, não consegue participar nos benefícios de um mundo moderno e tecnológico, quer, com justiça, a mudança. Quem usufrui das lógicas de um mundo de riquezas quer a manutenção de uma ordem que os mantem com status quo. Olhado por este prisma, nada mais justo ouvir a voz de milhares de brasileiros que vivem marginalizados neste processo político, o qual se arrasta há séculos.

Desta forma, cada qual com suas convicções devem ir às urnas e depositar sua confiança na manutenção ou mudança política regional e nacional. Mas de fato o germe do debate sobre a injusta distribuição de renda no Brasil estará vivo, ainda depois das eleições. Análises feitas pelas ricas campanhas eleitorais que tentaram seduzir este grande número de cidadãos de segunda classe, os quais fazem valer o seu desejo inelutável para igualdade social.

Pesquisas em questão

Devemos pontuar que ao longo destas eleições as pesquisas apresentaram resultados muito estranhos numa análise objetiva, pois não é possível empresas chegarem a números tão díspares, considerando o mesmo lugar de amostras, mesmo avaliando as metodologias de cada empresa.

Charge publicada hoje pelo jornal FSP
ELEIÇÕES - Faltando um dia para as eleições, o instituto goiano, em matéria publicada pelo Jornal O Popular, aponta grande vantagem de Marconi Perillo (51,9%) contra Íris Rezende (43,6%), ou seja, uma margem de 8,3% à frente quase na hora do voto. Mas o que chama a atenção é que a pesquisa não consegue motivação para análises interna do diário, sequer os jornalistas da empresa faz qualquer menção aos números que são, teoricamente, definidores de quem será o governador do Estado. Chega-se a pensar que há confusão entre editores e jornalistas que não querem se arriscar em abarcar dados que não corresponderiam a realidade eleitoral.

No jornalismo existe um termo que define bem propostas mirabolantes de determinadas pessoas na política, o chamado balão de ensaio. Assim, quando alguém quer entender ou mudar as convicções da sociedade, sobre algum tema, faz algum jornalista amigo publicar uma matéria, que tenha repercussão e agende as outras mídias. Ou seja, coloca em debate um assunto. No caso da pesquisa, pode levar, aqueles que têm um pensamento formado na definição de seu voto, a ficar em dúvida sobre a diferença que separam dois postulantes a um cargo público. Em muitas circunstâncias alguns eleitores podem se decidir em acompanhar o consenso, ou seja a maioria, o chamado efeito do voto útil. Considerando a seriedade do Serpes este último levantamento não retrata esta análise aqui aventada.

Entretanto, numa comparação com os demais institutos, os números se mostram destoantes, pois na quarta-feira o Jornal O Popular publicou pesquisa do IBOPE que apresentava literalmente empate técnico: 46% Marconi e 45% Íris. Como as amostras são de apenas três dias de diferença os levantamentos apontam para posicionamentos diferenciados. Em essência o IBOPE percebeu crescimento de Rezende e queda de Perillo, enquanto que no Serpes a queda do tucano está na margem de erro, que é 3,1 pontos percentuais. É preciso cautela nestas horas, principalmente para aqueles que são formadores de opinião.

Devemos pontuar que ao longo destas eleições as pesquisas apresentaram resultados muito estranhos numa análise objetiva, pois não é possível empresas chegarem a números tão díspares, considerando o mesmo lugar de amostras, com atenção nas metodologias de cada empresa. No final, depois da apuração das urnas, a realidade aparecerá, com o devido questionamento, e a população saberá qual instituto tratou a opinião pública com respeito. Talvez a credibilidade valha mais do que interesses ideológicos e financeiros.

Mídia em debate

Volta o debate social sobre a formação dos conselhos de comunicação que será responsável pela acompanhamento dos meios de comunicação, com iniciativa de alguns estados brasileiros. A idéia não é nova, pois apesar da resistência da empresas, a discussão está em voga por longo período, entretanto, sempre impedido de tramitar no congresso nacional.

A conferência de Nacional de Comunicação (Confecom), a qual em reuniu pessoas ligadas a sociedade civil, profissionais e empresas entenderam a necessidade trabalhar para a qualidade da informação do país, concentrada nas mãos de poucos empresários que mantém conglomerado de mídias.

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Valor do voto dos pobres

Com muito tempo de atraso. Mas um bom texto deve ser preservado por tempo suficiente para fazer lembrar determinados debates que são importantes na sociedade. Ainda mais que os casos de injustiça no Brasil perduram por séculos e precisam ser, no mínimo, discutidos.

Abaixo o artigo da Psicanalista Maria Rita Khel, que faz dura crítica a exclusão social, o qual rendeu-lhe demissão do Jornal Estado de São Paulo que, em editorial, defendeu apoio da empresa ao candidato do PSDB José Serra, ainda no primeiro turno.

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SERPES OPONTA DIFERENÇA TUCANA

Na realidade, a publicação de pesquisas deve ocorrer nos próximos dias, quando será possível aferir com mais precisão a condição dos dois candidatos.

PESQUISA ELEITORAL - As pesquisas eleitorais geram enormes desconfianças entre os eleitores e críticas as mais diversas entre os postulantes ao governo do estado. Em Goiás o mais tradicional instituto de pesquisa, o Serpes, vem sendo alvejado por denuncias da campanha de Íris Rezende (PMDB), por afirmar que a empresa presta serviços a Marconi Perillo (PSDB) e, por isso, não teria isenção o suficiente para realizar e divulgar intenção de votos neste segundo turno. Por outro lado, os tucanos a cada rodada, comemoram os números publicados pelo jornal O Popular, com diferença que se mantém, com vantagem para o senador.

Na publicação deste sábado, com amostras colhidas entre os dias 19 e 22, mais uma vez Perillo permanece na dianteira na corrida ao governo do estado com 9,9% dos votos, faltando apenas nove dias para as eleições. Contudo, o resultado indica crescimento do peemedebista e queda do tucano. A diferença na pesquisa anterior era de 11,5%, portanto, uma redução de 1,6%, com margem de erro de 3,1%.

Os números são divergentes dos institutos de pesquisa IBOPE e Vox Populis que asseguram uma diferença de 4%, com empate técnico, sendo todas divulgadas na semana passada. O que demonstrava transferência de votos de Vanderlan Cardoso (PR) para Rezende, com reflexo na campanha presidencial. Como o Serpes é mais "conservador" em sua metodologia é possível que a medição destas empresas também demonstrem uma redução ainda maior, nas próximas publicações.

Conforme a empresa de pesquisa goiana, o peemedebista avançou na capital, aumentando sua diferença de 4% para 9,9%; e no entorno de Brasília Rezende consegue reduzir a distância de Perillo, caindo pela metade, de 30% para 17,6%. Lugares com grande densidade eleitoral. Com exceção de Goiânia, o tucano leva vantagem em todas as regiões, conforme o Serpes, embora com oscilações.

Na realidade, a publicação de pesquisas deve ocorrer nos próximos dias, quando será possível aferir com mais precisão a condição dos dois candidatos neste momento crucial para se decidir qual será o próximo governo dos goianos.

Despedida

A semana esteve movimentada com o caso Paulo Beringhs e TBC, cuja despedida ao vivo do jornalista de seu programa de entrevistas, se espalhou por todo país, sendo reproduzido pelas novas mídias e tradicionais, capitalizado pela campanha de Marconi Perillo. Um jogada arriscada do apresentador que afirma ter dignidade diante do interesse do colega de empresa que prefere manter o emprego.

A disposição para a integridade de um profissional de imprensa deve ser preservada, mas não deve atingir a honra de outro jornalista, sem direito ao uso da palavra, com resposta inaudível e ausência de imagem.

Sobre o fato da censura da entrevista de Perillo vale questionamento e discussão, mas a despedida tão radical, ao lado de Demóstenes Torres (DEM), pode levar a desconfiança da população e imprensa dos interesses reais de Beringhs ao ser informado pelo Jornal Folha de S. Paulo, como membro do PSDB.

SEMANAS DECISIVAS EM GOIÁS

O que se deve fazer é esperar ou agir. O jogo não terminou e somente se encerra depois do fechamento das urnas.

POLÍTICA - As eleições em Goiás entram nas últimas semanas com acentuada indefinição de quem será o próximo governador, pois conforme apontam os institutos de pesquisas, neste momento, há uma redução da diferença entre Marconi Perillo (PSDB) e Íris Rezende (PMDB). Hoje a diferença pode estar entre 12% a 4% em favor do tucano, dependendo da metodologia trabalhada pelos pesquisadores, o que indica, de qualquer forma, crescimento do ex-prefeito e queda do senador, se verificada a tendência dos números do primeiro turno.

Importante ressaltar que as pesquisas registram um momento de posicionamento social, sem descartar a sinalização política de cada levantamento, conforme aproximação com determinado partido. Não há, de fato, isenção neste território da política. Feitas as ressalvas dois pontos a serem analisados. Primeiro que a campanha a presidência deverá ter reflexos no estado.

Desta forma, o crescimento de José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) poderá fazer oscilar os números das pesquisas em Goiás. Afinal, o eleitor sabe que muitos recursos que chegam aos municípios vêm da União. Os projetos propalados podem não sair do papel caso ( como metrô, por exemplo) não consiga passar pelos trâmites políticos de Brasília.

Em segundo, para alguns analistas políticos seria impensada a transferência de votos tanto do governo federal, quanto de Vanderlan Cardoso (PR), terceiro colocado no primeiro turno. Será? A rigor, o olhar sobre a sociedade carece de fórmula menos simples, como se os reflexos se repetissem a cada eleição.

Em essência, o Brasil não conheceu um presidente com tanto carisma e com grande aceitação entre a maioria da população de baixo poder aquisitivo como Lula, além do mais, qual seria a aposta em Dilma Rousseff sem o apoio do presidente? Alguns tucanos de altas plumagens imaginaram, antes do início da campanha que o teto para a petista com os símbolos do governo seria de 40%. Faz muito tempo que ultrapassou este patamar.

O discurso (em tom de crítica) de Alcides Rodrigues, sendo vice governador e parceiro de Perillo por dois mandatos, não pode ser descartado. Afinal, o candidato apoiado por ele conseguiu fazer pesar a balança para a realização de segundo turno. Simbolicamente Cardoso pode carrear votos.

Neste momento, José Serra admite que sua campanha está sem fôlego (e discurso), não consegue fatos novos que o mantenham no imaginário coletivo. Por outro lado, pode-se perceber crescimento de Rousseff, a qual passou por momentos difíceis para desvencilhar da agenda aborto, que vai rondá-la até o último dia das eleições. Quem ganha com o avanço da candidata de Lula é Íris Rezende que aparece ao lado da petista desde o primeiro turno. Marconi Perillo, por seu turno, depois de esconder Serra, agora usa sua imagem para sucesso e insucesso, conforme o desenrolar das eleições.

Se por um lado pesa contra Íris Rezende a sua idade já avançada e a imagem de indiferente ao moderno, Marconi Perillo não conseguiu mudar a pecha de autoritário e concentrador, o que de alguma forma assusta lideranças políticas e eleitores. Nas entrevistas nos veículos audiovisuais deixa transparecer dificuldade de diálogo com jornalistas. Talvez seja um problema, em especial, dos tucanos e democratas ao lidar com a imprensa, apesar do forte apoio que recebem dos donos das empresas de comunicação, em grande parte.

A rigor, chegou a hora de os eleitores se posicionarem, apesar das incertezas. Mesmo aqueles que já se decidiram, podem na última hora mudar de comportamento, como ocorreu no primeiro turno para governo de Goiás e presidência. Desta maneira, o que se deve fazer é esperar ou agir. O jogo não terminou e somente se encerra depois do fechamento das urnas.

No Vox Populis Dilma Aumenta Vantagem

Pesquisa do instituto Vox Populis publicada pelo jornal O Estado de Minas aponta que Dilma Rousseff (PT) aumentou sua vantagem na corrida eleitoral em 12% em relação a José Serra (PSDB). Agora a petista tem 51% contra 39% do tucano.

Considerados apenas os votos válidos, ou seja, sem os brancos, nulos e indecisos, a petista, que tinha 54% alcançou 57% neste novo levantamento, ao passo que Serra caiu de 46% para 43%. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos.

Na última pesquisa, realizada nos dias 10 e 11 de outubro, a vantagem era de oito pontos: Dilma tinha 48% e Serra 40%. Os votos brancos e nulos permaneceram em 6% e os indecisos passaram de 6% para 4%.

DECISÃO POLÍTICA DOS VERDES

A política não é um lugar de compadres, há os embates e os discursos construídos de parte a parte, cujo objetivo de determinados acenos, muitas vezes, é de obter resultados, mesmo que no final haja perdas de ideias e valores de partidos e pessoas.

ELEIÇÕES - O anúncio de independência de Marina Silva e o PV, oficializado hoje (18) já era esperado pelos analistas políticos e imprensa de todo o país, pois a senadora encontrou abrigo em um partido, cuja cúpula construiu nestas eleições relações fortes com o PSDB, afinal, um dos símbolos do partido o ex-petista Fernando Gabeira disputou o governo do Rio de Janeiro com apoio também de José Serra (PSDB). Aliás, uma situação desconfortável para a base que carrega ideologias partidárias, com visão de um partido que defende a preservação do meio ambiente, que não tem uma simbiose perfeita com o liberalismo tucano, colocando no mesmo espaço capitalismo, consumo e recursos naturais.

Numa análise simples é possível chegar à conclusão que os votos da candidata do PV, com quase 20 milhões, na sua maioria foram transferidos para os tucanos neste segundo turno, que saiu dos 30% para mais de 40%. Como neste contexto a imagem de Marina teria importância como representatividade, sua ausência no palco manterá os índices de Serra. Uma estratégia pensada pelo "novo" Gabeira, que saiu da campanha fluminense com reprovação dos eleitores, já no primeiro turno, o qual apóia publicamente a decisão do partido e ratifica parceria com os tucanos.

A política não é um lugar de compadres, há os embates e os discursos construídos de parte a parte, cujo objetivo de determinados acenos, muitas vezes, é de obter resultados, mesmo que no final haja perdas de ideias e valores de partidos e pessoas. O que não deve ser tratado como regra geral, mas as simulações e propostas absolutamente vazias estão na boca de grupos políticas no cotidiano, sem consistência. Neste sentido, Marina Silva pode ter errado na sua decisão, pois o que a mantém com condições de enfrentar uma nova eleição com condições de vitória seria o seu posicionamento em defesa da ética e ideais que resultem no bem-estar da sociedade, ou seja, resguardar sua força de liderança, perante um público de competência intelectual e religiosa.

Por outro lado, o crescimento inesperado da senadora no final do primeiro turno, deve-se fortemente à campanha religiosa que gerou incertezas sobre a posição de Dilma Rousseff (PT) no que se referem a suas crenças, o que se soma as críticas da oposição insistente de partes dos meios de comunicação brasileiros em rede fomentados pela mídia paulista. O maior beneficiado foi José Serra que conseguiu um segundo tempo, mesmo sem avançar nos números já percebidos pelas pesquisas.

CURTAS

Política em rede

POLÍTICA - Na política a semana começo quente na rede on-line, são milhares de emails enviados para eleitores plugados na internet. Há, entretanto, aumento considerável do número de mensagens de partidários, que apoia Dilma Rosseff (PT) inclusive com participação de intelectuais.

No que se refere ao movimento religioso, nos últimos dias os textos enviados muitos são desfavorável ao candidato José Serra (PSDB), em virtude da tomada de posição de partes de igreja que se posiciona contra ala religiosa que tentam não deixar sair do imaginário social o tema descriminalização do aborto.

A semana deverá render na internet, em especial, meio do qual não deve ser marginalizado neste processo, com o discurso de atender apenas uma pequena classe social. Não se pode esquecer que a informação é sistêmica e além de sugerir pautas para a grande mídia tem difusão na sociedade. Então é acompanhar e saber separar informação de denúncias infundadas.


Dois pesos e duas medidas

ESPORTE- A vitória do Atlético-GO o credencia a primeira página de esportes, com destaques nos jornais locais. Pois, diante de uma grande equipe brasileira, o Vasco da Gama, hoje (17) o time goiano não se intimidou e venceu por 2 a 0, no Serra Dourada, deixando a zona de rebaixamento.

Diferentemente, o Goiás não conseguiu o mesmo intento contra o Atlético-PR na sábado, quando foi derrotado por 2 a 1, fora de casa. Resultado que torna sua permanência na série A comprometida.

Sem dúvida o bairrismo no esporte - na defesa dos clubes e atletas regionais- seria uma maneira de valorizar os interesses da população do estado. Desta forma, cabe aos veículos a valorização das equipes de maneira equânime, entretanto, há editores que conseguem focar apenas uma equipe da capital, quando não times "estrangeiros".

INDEFINIÇÃO EM GOIÁS

Portanto, não há dúvida que é necessário esperar novas pesquisas e fatos que possam interferir no quadro de Goiás, mas longe de estar definido, como aponta a pesquisa Serpes.


 ELEIÇÃO REGIONAL - Em Goiás, conforme os números apresentados pelo instituto Serpes, publicados pelo jornal O Popular neste sábado (16) aponta vitória do candidato tucano Marconi Perillo com 56,1% dos votos válidos contra 43,9% de Íris Rezende. Entretanto, diante dos números do primeiro turno, é necessário ter cautela e esperar novos levantamentos para análise do processo eleitoral com mais clareza - importante resguardar a seriedade do instituto, mas as eleições levam suspeição a todos os quadrantes. Outro fato, que se deve considerar é o que se percebe na capital, com tendência para o peemedebista, talvez maior do que os dados mostrados pela empresa, entretanto, no interior tornam-se difícil a observação por falta de instrumentos.

Nesta reta final do processo, simbolicamente a adesão de Vanderlan Cardoso (PR) e Alcides Rodrigues (PP) à campanha de Rezende pode render uma melhor performance para os peemedebistas, entretanto, como se vê a base dos partidos Republica e Progressista, não na totalidade, aderiram à base tucana. Evidente que no Brasil a agremiação em si não tem grande importância na decisão do voto, mas sim o candidato. Se assim for Cardoso poderá fazer a balança pesar para Rezende. Mas será o suficiente para mudar os números? Tudo vai depender dos reais dados das pesquisas.

Notório, entretanto, avaliar que o candidato do PMDB tem como tendência movimentar grandes números de eleitores de menor poder aquisitivo e pessoas de mais idade, mas longe do ideal. Isso demonstra que a visibilidade que apresenta Rezende não ataca pontos específicos, os chamados grupos focais. Um erro.

Marconi Perillo tem favoravelmente o acirramento da campanha presidencial, com crescimento de José Serra e imagem de estadista, aquele capaz de mudar o perfil de um estado conservador político e economicamente. Entretanto, nesta briga com o atual governador não atingiu os objetivos traçados no final da campanha passada. Sua imagem foi arranhada e pesa sobre ele a pecha de autoritário e de pouco diálogo nos embates políticos, observação demonstrada até por aliados.

A percepção das empresas de comunicação de um político forte e um homem de marketing, entretanto, leva consigo o apoio estratégico de partes importantes da imprensa local e do interior. Uma ressalva, a imprensa é um espaço que deve ser valorizado com ética pelos governantes, contudo.

Portanto, não há dúvida que é necessário esperar novas pesquisas e fatos que possam interferir no quadro de Goiás, mas longe de estar definido, como aponta a pesquisa Serpes.

ESTABILIDADE PARA A PRESIDÊNCIA

A próxima semana será decisiva, contudo, o sentimento de êxito na campanha entre os populares é maior para Rousseff do que para Serra.

ELEIÇÃO PRESIDENCIAL - A pesquisa do Datafolha publicado neste sábado (16) desenha um quadro de estabilidade para a campanha presidencial, o que indica vitória de Dilma Rousseff (PT) neste segundo turno, com 47% contra 41% do tucano José Serra - importante, entretanto, cuidado com as pesquisas. Apesar de haver eleitores sem saber em quem votar - 8% antes eram 7%, representativo diante do acirramento -, e possibilidade óbvia de mudança de comportamento do eleitorado, mas não há sinal de oscilação significativo.

A rigor, mais uma vez deverá haver muitas abstenções e votos nulos, o que não deveria assustar os analistas políticos. Não havendo empatia com um ou outro candidatado é direito de cidadania não votar em ninguém, um sinal da insatisfação com os nomes postos. Natural e até necessário numa sociedade heterogênea.

Desta forma, a semana será movimentada com fatos novos, certamente, como ocorre numa campanha absolutamente partidarizada pelas empresas de comunicação, agora com a inserção de parte de religiosos, pertencentes aos redutos eleitores de Serra, principalmente São Paulo e região de Minas Gerais, de Aécio Neves (PSDB) – religião tem participação política, bom que se diga. Evidentemente, que os meios de comunicação têm importância neste processo, entretanto, como demonstrou seus interesses abertamente, sua força se reduz neste final de decisão, ficando a mercê de escândalos a serem publicizados e gerar incertezas.

Não há dúvida do intenso trabalho de jornalistas em busca de material a ser veiculado, capaz de vender jornais e jogar foco nas eleições, tanto melhor para as grandes empresas se for contra petistas, o que se mostra a tendência.

Sobre a religiosidade, apesar da valorização da mídia sobre os casos veiculados sobre escândalos, a fé religiosa sempre foi um ponto a ser observado pelos homens e mulheres da política, o que de alguma forma já deu tempo para a população entender o que está por detrás da discussão, os interesses políticos apenas.

A leitura que se faz é que José Serra não tem perfil de um exímio religioso e busca o tema apenas como forma de atrair o eleitor – a rigor Fernando Henrique Cardoso caiu nesta armadilha em 1985 em campanha para a prefeitura paulista, se mostrando cético quanto ao tema – qual seria de fato a posição de Serra na sua vida privada? Exemplo disso está na mudança de comportamento dos grupos de pessoas de alto poder aquisitivo que migrou para Dilma Rousseff, pois houve excessos do tucano no trato com os símbolos sociais, o que deixa perpassar falta de objetividade e discurso vazio.

A próxima semana será decisiva, contudo, o sentimento de êxito na campanha entre os populares é maior para Rousseff do que para Serra. Contudo, atenção será importante nesta reta final do processo eleitoral para a presidência.

PERGUNTAS RELIGIOSAS

Neste momento está em jogo, não exatamente a fé cristã, mas de fato a ordem sistêmica de modelo capitalista que passa pelo processo eleitoral. Não seria este um ato de desinformação?


ELEIÇÕES - A religião ganhou destaque neste momento eleitoral, talvez fazendo relembrar momentos históricos, em que o mundo recebia os primeiros lampejos da ciência derrubando mitos, os quais sustentavam crenças as mais diversas e pouco racionais. As rupturas nem sempre são simples, pois as estruturas assentam comportamentos e pessoas que por milhares de anos repetem os mesmos discursos. Neste momento, porém, a defesa religiosa da não-descriminalização do aborto é legítima e honesta, afinal, a discussão gira em torno da vida. Mas não estaria com o olhar somente para a ponta do iceberg, sendo o problema mais profundo, o qual não se vê com clareza?

Para os autores sistêmicos, a religião foi importante na consolidação do capitalismo, que afinal não pode sobreviver fora da ordem, a rigor, a segurança faz parte da estabilidade econômica, apesar do capitalismo mesmo estar sempre em crise, no sentido de atender as novas necessidades sociais, muitas delas criadas artificialmente. Uma sociedade alegre e feliz, portanto, passiva poderia ser um lugar tranquilo para o desenvolvimento econômico e manutenção da ordem vigente – sem dúvida excludente.

Embora, os homens e mulheres vivem em torno dos mitos, pois fazem parte da nossa realidade, não estão plenamente ordenados, o que gera sempre tensão, e deve ser controlada. Não seria o caso, então de possibilitar mais informações para que se possa, coletivamente, chegar a um posicionamento?

As imagens eleitorais são no mínimo irônicas, pois se tornou comum se deparar com fotografias dos tucanos José Serra, nos grandes jornais, e Marconi Perillo na imprensa local com ar de religiosos, ao lado de símbolos da Igreja. Por outro lado, Dilma Rousseff (PT) distante da crença, com olhar fixo no horizonte, enquanto que Íris Rezende (PMDB), se apresenta preocupado apenas com os movimentos políticos.

A mídia constrói o seu discurso sem trazer informações sobre a estrutura abaixo da superfície (do iceberg), o que poderá ocorrer depois das eleições. Neste momento está em jogo, não exatamente a fé cristã, mas de fato a ordem sistêmica de modelo capitalista que passa pelo processo eleitoral. Não seria este um ato de desinformação? O aborto e casamento gay necessariamente estão ligados as lógicas simplesmente religiosas? E o governo de um país se resume a apenas a estes temas? Não seria o caso de pensar que outros assuntos tem relação com os interesses religiosos, como por exemplo, a exclusão social, a fome, a miséria?

O grande risco que se corre é a valorização do símbolo em função apenas das lógicas de capitalismo que vão contra até mesmo a imagem de um mundo de inclusão. Sobre as questões apresentadas são realmente para serem pensadas e discutidas.

CAMPANHA ACIRRADA EM GOIÁS

Há dois caminhos para o ex-prefeito de Senador Canedo: apoiar Íris Rezende ou Marconi Perillo; ou ainda a alternativa da neutralidade. Sem dúvida, a última opção pode ser arriscada, estar em cima do muro nem sempre é a melhor saída, e os tucanos sabem disso.

POLÍTICA REGIONAL - As eleições em Goiás serão, neste segundo turno, pela imagem que se apresenta, acirrada, pois no final da fase anterior Marconi Perillo (PSDB) visivelmente perdeu fôlego e empolgação, por isso, não conseguiu avançar o suficiente para decidir o pleito antecipadamente. Num processo longo como é uma campanha eleitoral, em que as propostas muito se assemelham, ou seja, todos estão dispostos à bondade, sobressai aquele que apresenta condições para materialização das propostas de convencimento do eleitor. Neste caso os apoios políticos passam a ser fundamentais.

Nesse espaço, Íris Rezende (PMDB) leva vantagens, pois tem o apoio de três prefeituras importantes (Goiânia, Aparecida e Anápolis); mesmo que indiretamente, devido a pressões partidárias, terá o aceno de Alcides Rodrigues (PP) e o governo federal deverá aumentar sua presença no estado, afinal, agora Dilma Rousseff (PT) vai sair a campo em busca de visibilidade para o seu discurso, em todos os estados.

Marconi Perillo não está só evidentemente, a sua campanha terá o peso de boa parte das prefeituras de Goiás e José Serra se fortaleceu ao chegar ao segundo turno. O crescimento nas pesquisas (que continuaram sob as dúvidas do primeiro turno, em que fazem parte de uma estratégia comunicacional) do ex-governador paulista poderá beneficiar o senador, mas conforme o embate federal.

No que se refere à comunicação das campanhas, a vantagem vem sendo do PSDB no estado, e deveria ser uma preocupação dos peemedebistas se desejam sucesso nesta fase de muito embate. Não se comunica na contemporaneidade como se fazia na época das cartas e telégrafo. Informação tem tempo e data de vencimento, as pessoas se acostumaram às mensagens quase em tempo real, isto significa que quem informa primeiro tem mais retorno. Neste caso entram as respostas as acusações e denúncias.

Apoios no estado

Vanderlan Cardoso neste momento faz as contas para saber quais os reflexos de sua decisão agora terão no futuro. O que é uma análise legítima, pois conseguiu atingir o objetivo de se projetar no cenário político regional. Se Perillo é centralizador, Rezende não fez herdeiros políticos, além do que o PT deverá lutar duramente para a reeleição de Paulo Garcia em 2012. Então para que lado vai o PR? O governador Alcides Rodrigues deverá ter peso nesta decisão, afinal, Cardoso se destacou politicamente como resultado da disputa entre Rodrigues e Perillo. As relações partidárias com grupos são fundamentais para existência de um nome viável.

Dito isso, há dois caminhos para o ex-prefeito de Senador Canedo: apoiar Íris Rezende ou Marconi Perillo; ou ainda a alternativa da neutralidade. Sem dúvida, a última opção pode ser arriscada, estar em cima do muro nem sempre é a melhor saída, e os tucanos sabem disso.

ELEIÇÕES, RELIGIÃO E POLÍTICA

A dúvida agora é saber qual a tendência dos eleitores de Marina Silva, os quais podem ser influenciados pela liderança da senadora, embora, não seja uma conta exata – as escolhas também são particulares.

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS - As eleições para a presidência da república não se encerrou no primeiro turno, como se imaginava por grande parte dos formadores de opinião. Houve surpresa de um modo geral, pois na reta final Marina Silva (PV) conseguiu crescimento, que de alguma forma já era esperado em função da perda de energia de Dilma Rousseff (PT). O mar de sites políticos que movimentaram a internet nas últimas semanas sobre a descriminalização do aborto afirmando maldosamente ser apregoado pela petista surtiu efeito, afinal, existem símbolos que se cristalizaram na opinião da sociedade, o que pode incluir neste rol a defesa da tradição da harmonia familiar, a base religiosa. O excesso de informações negativas dos meios de comunicação de massa que em conjunto também gerou incertezas no eleitor da petista na hora da de depositar o voto nas urnas.

Marina Silva, com sua dedicação à campanha com discurso eticamente correto no que se refere ao meio ambiente e com imagem de boa família e religiosa conseguiu arrebanhar votos de parte dos indecisos. José Serra (PSDB), por sua vez, se manteve no seu patamar sem sinalizar mudanças na sua aceitação. A candidata do PV arremessou o ex-governador paulista no jogo, no apagar das luzes. Verdade que alguns estados em que as pesquisas sinalizavam vitória de Dilma, o tucano conseguiu chegar à frente, mas com diferenças pouco significativas, no geral.

A dúvida agora é saber qual a tendência dos eleitores de Marina Silva, os quais podem ser influenciados pela liderança da senadora, embora, não seja uma conta exata – as escolhas também são particulares. Afinal, o PV é um partido que tem com liderança representativa de Fernando Gabeira, que sai derrotado das eleições para o executivo do Rio de Janeiro para Sérgio Cabral (PMDB), de maneira sofrível. Talvez seja o reflexo de suas afirmações de “novo Gabeira” ex-petista, o qual estranhamente esteve em dois barcos apoiando também José Serra. Ou seja, há uma ruptura neste momento, pois não há consenso no partido sobre quem apoiar.

Considerando que na política, alguns nomes definem sua linha ideológica, como parece ser o caso de Marina Silva, alinhar-se aos tucanos pode significar a perda de lideranças dos seus eleitores no futuro, pois, pertenceu aos quatro do PT por longos anos, saudosamente lembrado por ela na campanha, o que torna a sua participação com Serra um risco para sua imagem de defensora do meio ambiente – afinal como relacionar liberalismo econômico e preservação do meio ambiente? - e pessoas excluídas do capital. Terá que se decidir.

Sem dúvida será uma campanha difícil para ambos os lados, pois se Dilma tem ao seu lado o presidente mais popular da história do Brasil, além de grande número de deputados, senadores e governadores eleitos, por outro José Serra tem ao seu lado grande parte dos meios de comunicação de São Paulo e Rio de Janeiro e muitas cidades em rede em outros estados brasileiros, que mais uma vez tentará impor ritmo na campanha presidencial.

Contudo, considerando o processo eleitoral no primeiro turno, o momento social vivido de rupturas de modelo econômico e político, a chance de vitória é da pestista Dilma Rousseff. Entretanto, devem-se aguardar os primeiros movimentos de campanha para se ter uma imagem mais clara do quadro eleitoral nesta fase.

VOTO E CONSCIÊNCIA

O que se espera dos novos representantes é ter competência para gerir a coisa pública, com zelo e justiça, com autoridade e nunca de maneira autoritária, excluindo o cidadão em benefício do homem de posses.

ELEIÇÕES - Finalmente, chegou o dia de o eleitor brasileiro comparecer às urnas e depositar o seu voto no representante que entender conveniente para si e para a sociedade. Em todos os textos tenho insistido na capacidade da comunidade fazer suas escolhas, com inteligência. Não há dúvida da intraquilidade vivida por homens e mulheres deste país, afinal, a abertura política é historicamente recente e conturbada por diversos interesses centralizados por famílias, que passam a definir autoritariamente os desígnios de milhões de pessoas. Contudo, votar significar participar de um processo que nem sempre se apresenta favorável a parte fragilizada no jogo de poder.

Efetivamente, as eleições não terminam neste domingo, pois em alguns estados ocorrerão segundo turno, como parece ser o caso de Goiás. Entretanto, mesmo que houvesse o término nesta data, a sociedade deve estar necessariamente politizada constantemente. De outra forma, a eleição seria apenas uma tarefa realizada de quatro em quatro anos. Nada mais equivocado.

O que se espera dos novos representantes é ter competência para gerir a coisa pública, com zelo e justiça, com autoridade e nunca de maneira autoritária, excluindo o cidadão em benefício do homem de posses. Ademais, os novos meios de comunicação permitem uma participação efetiva nas comunidades e no país. O crescimento econômico deve se iniciar de baixo para cima e não o contrário, pois, se assim fosse, o Brasil seria destaque desde sua descoberta. Um basta a uma nação de maioria pobre e desprovida de tudo e uma elite surfando na onda da riqueza globalizada.

Portanto, o voto deve ser consciente. Vamos lá.

> Números da corrida eleitoral em Goiás

Conforme pesquisa Ibope divulgdo pelo jornal O Popular hoje (2),  Marconi Perillo tem 40% das intenções de voto. Iris Rezende aparece com 35% e Vanderlan Cardoso 13%. A candidata Marta Jane, do PCB, tem 1%, e Washingon Fraga, do PSOL, não pontuou.


No que se refere aos votos válidos, Marconi tem 45% das intenções. Iris Rezende 39% e Vanderlan, 15%. Marta Jane aparece com 1% e Washington não pontuou.
 Indecisos, brancos e nulos somam 11%. A margem de erro da pesquisa é alto de três pontos percentuais para mais ou menos. A consulta foi realizada entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro.