Polícia e democracia

A resolução passa por outros caminhos, como por exemplo ações de assistência social ou mesmo distribuição de renda

 

Sociedade – Visivelmente em alguns estados brasileiros aumentou-se a intolerância contra pessoas em condição de marginalidade, que residem nos centros urbanos, principalmente nas grandes capitais, como é o caso de São Paulo e Goiânia. Não se trata de uma novidade, em decorrência da dificuldade de convivência entre integrados e não integrados ao sistema social. A rigor, os desconectados da ordem idealizada e estabelecida provocam suspeita e sofrimento ao dar visibilidade aos seus reflexos negativos, em quantidade. Melhor não ver, mas que transborda para o cotidiano.

Muito já se discutiu em séculos anteriores sobre as cidades dos excluídos em decorrência de doenças incuráveis, que ofereciam riscos à sociedade – com seres humanos obrigados ao confinamento. Certamente, na atualidade, apesar do avanço da medicina, o problema se agrava, não exatamente pelas enfermidades contagiosas, mas pela falta de política pública.

Se não se trata de medidas novas, diante dos recursos para a qualidade de vida, incluindo a medicina e riquezas produzidas, em decorrência das tecnologias, o aumento da exclusão está em sintonia com excesso de individualismo, desejo de riquezas centralizadas em grupos de poder, culminando com forças repressivas para a organização. No final resta observar a falta de democracia, o que depende de ações políticas, cujas lideranças sofrem pressões de grupos com status políticos e econômicos.

Assim, quando falta representação da coletividade, no sentido de observar as diferenças individuais, gerando preconceitos, sobra coação e mesmo autoritarismo.

Como se observa nas afirmações de especialistas retirarem de modo agressivo pessoas que se quer fora dos centros urbanos são ações inglórias, pois não é com armas simplesmente que resolverá o problema da exclusão social, que tanto assombra a ordem nas grandes cidades, aterrorizando a população que passam pelos centros ou vivem dele, com a exploração do comércio.

A resolução passa por outros caminhos, como por exemplo ações de assistência social ou mesmo distribuição de renda. Como já foi discutido amplamente por pessoas da área médica, a vida na rua distancia as pessoas da realidade vivida pela sociedade ordeira – enlouquece, se analisado de maneira rasteira. Ou seja, a inclusão pode ser a única forma para se minimizar problemas que, se continuar assim, será eterno e visível. Logo, a solução será a sempre o estado de guerra.

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