A
política conservadora não teve dúvidas quem tinha razão, pois a capital
do Estado não se pode deixar invadir pelo antissocial, portanto, a
ordem é a maneira de evitar a perda de controle

Depois de vários dias de terror, usados como instrumento para assustar moradores, a política tomou a área conhecida como Parque Industrial, onde havia o residencial, denominado pelos moradores, de “Sonho Real”. Evidentemente, que a repercussão não teve o mesmo tom que se vê hoje, ocorrido no Estado paulista. Contudo, passará para a história como o maior campo de guerra brasileiro envolvendo polícia e sem teto.
Nestes dias as autoridades responsáveis pelo comando da invasão do terreno em São Paulo estão sendo hostilizadas por populares, que fogem dos eventos públicos, temendo constrangimento, ofensas e até violência física.
Sobre o caso, a justiça paulista se mostrou favorável à tomada da área, mesmo considerando o posicionamento contrário da justiça federal e do próprio do governo de Brasília. No final, a área se transformou em um campo de guerra, a exemplo do que ocorreu em Goiás. Prosseguindo neste raciocínio, cabem algumas comparações.
Na época parte da imprensa que se mostrou comportamento dúbio, com material que seguia o discurso de grupo da sociedade que defendia a ordem, sobremaneira. Entretanto, contrabalanceado o noticiário com informações sobre a angústia dos moradores em meio à desordem e o fim do sonho da moradia. Chegou-se na época a defender o argumento, publicado em jornais, de ser um movimento feito por especuladores de poder aquisitivo. Mas o que estava por trás da defesa de lideranças empresarias e parte da sociedade civil era o de que, se as invasões não fossem contidas, Goiânia se tornaria uma espécie de Rio de Janeiro das favelas.
Portanto, a força seria necessária para o bem de todos. A política conservadora não teve dúvidas sobre quem tinha razão, pois a capital do Estado não se pode deixar invadir pelo antissocial, portanto, a ordem é a maneira de evitar a perda de controle.
Se em São Paulo foram cerca de seis mil pessoas, em Goiás o número foi o dobro, aproximadamente 12 mil, mas com o mesmo fim, o favorecimento ao dono do terreno com dívidas a serem quitadas com os órgãos públicos. Assim, ao contrário das famílias que perambularam por lugares sem insalubres, com direito a doenças por umidade em ginásios poliesportivos, os proprietários da área resolveram suas pendências, ao que parece, de modo a favorecer lhes, como ocorre com o especulador paulista Nahas. Mas de fato, sobre o Parque Industrial, no que diz respeito às negociações com os devedores do Estado ainda continua sem muitas informações.
A pergunta que se faz é: haverá algum reflexo para a imagem dos políticos envolvidos no massacre paulista? Nas próximas eleições serão candidatos, com discurso social e receberá a credibilidade por parte do eleitor? Neste sentido, os resultados poderão ser sentidos na campanha a prefeitura da capital. Com José Serra (PSDB) Fora do páreo, aumenta-se as chances da oposição, neste caso capitalizado por Fernando Haddad (PT). O caso, portanto, não cessará durante o período eleitoral, especula-se.
O leitor fora de Goiás deve perguntar: quais foram as consequências do escândalo do Parque Industrial? A política continua a mesma, o caso passou para a história. Pois é.
0 comentários:
Postar um comentário
Dar a sua opinião é participar, ativamente, do espaço social.