Preciso que se coloquem as cartas na mesa e comecem as jogadas estratégicas, o
que torna o jogo imprevisível, diante de uma opinião pública com
comportamento político difícil de observar com antecedência
Foto Juventino Neto / Panoramio
Eleições municipais – As campanhas municipais a partir deste mês ganham mais estrutura e debate em todo Brasil. Se na política as negociações partidárias nunca cessam, em ano eleitoral é razoável sua efervescência e investimento em nomes e projetos, principalmente nas grandes cidades, a rigor, nas capitais. Em Goiânia, chega-se a esse tempo sem definição dos nomes da oposição ao atual prefeito Paulo Garcia (PT), que de fato faz parte da estratégia da cúpula pestista de ter o seu representante no executivo municipal. Afinal, o partido dos trabalhadores está há três mandatos no Palácio do Planalto, como vice e governo em Goiânia, portanto, com a força da máquina federal e agora municipal nas mãos.
No momento a leitura que se faz é uma disputa entre o prefeito e Demóstenes Torres (DEM), sendo este o principal nome da oposição para o cargo de executivo. Entretanto, na dúvida do democrata de sair candidato, não há definição de quem estará no páreo no embate com o atual chefe do executivo municipal. Nomes existem, a maioria sem expressão ou liderança capaz de sinalizar condições de enfrentar a missão. A busca no momento é ganhar a atenção do governador Marconi Perillo (PSDB), personagem importante nestas eleições contra a força de PT-PMDB.
Embora existam pesquisas publicadas sobre a popularidade dos candidatos na mídia local, com Torres à frente e com ampla vantagem, não significa que teria, caso fosse candidato, uma campanha fácil. A rigor, nem sempre quem sai com vantagem vence no final. Preciso que se coloquem as cartas na mesa e comecem as jogadas estratégicas, o que torna o jogo imprevisível, diante de uma opinião pública com comportamento político difícil de observar com antecedência.
Contra a oposição está a dificuldade do governo estadual em alguns setores, como saúde, rodovias e educação. Nesta última a discussão é infindável com os sindicatos dos professores sobre questões salariais e meritocracia. De fato, Perillo se define como um governo com administração vislumbrando o liberalismo, com prioridade à participação do menor estado nos empreendimentos e mais privatizações; segue a cartilha do partido.
Desta forma, na dúvida sobre a candidatura de Torres, o candidato de oposição terá que demonstrar sua capacidade de uma gestão que seja social e promova a qualidade de vida da população. Além de aglutinar politicamente. Difícil
No que diz respeito a Paulo Garcia, deve levar em conta o discurso conforme ideologia do PT, defendendo com prioridade o social, as famílias carentes, educação de qualidade e inclusiva e economia que favoreça os trabalhadores. Na contramão, a cidade possui atento grupo empresarial que tem força política e poder sobre investimento na campanha. Além de uma classe média conservadora, longe de uma visão de esquerda socializante. Neste quesito pontos para o PSDB. Portanto, a vida de um pestista em Goiana não é uma tarefa fácil no intuito de definir o seu discurso.
Além do mais a oposição já faz o discurso previsível, Garcia está mais preocupado com a beleza do centro da cidade a resolver questões sociais, como por exemplo, a condição das pessoas excluídas do centro da cidade; ou mesmo a facilitação de terrenos centrais para as grandes empresas imobiliárias. Assim, a parte fraca do atual prefeito candidato é o social, que rende muitos votos, mas perde adeptos da região central. Não é um jogo fácil para ambos os lados, com máquinas a serviço da situação e oposição. Um azarão seria inconveniente. Aguardar para ver.
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