Censura ou controle da internet?

Ademais, não se trata de comportamento a serem empreendidos somente em um país, mas nos diversas nações mundo afora. Em torno desta questão está a complexidade de uma comunicação em rede, por natureza não-autoral e subversiva

Comunicação em rede - Nos Estados Unidos dois projetos polêmicos percorrem o parlamento do país que objetivam o controle da internet, o Sopa – que visa o contra da pirataria na rede - e o Pipa - em defensa da propriedade intelectual. Não seria seguro acreditar que se trata de movimentos políticos que tendem a efeitos somente internos, atingindo os limites da nação norte americana, pois, a web é feita de ramificações, sem um centro efetivo, de tal ordem que os acessos dependem e são feitos de diferentes lugares.

Assim, no Brasil haverá reflexos da lei se aprovada nos EUA, como é o caso do fechamento do site Megaupload, com assinantes nacionalmente que não mais terá o serviço de download. Sucessivamente, o mundo vai sendo rastreado pelas grandes empresas de comunicação, as maiores perdedoras de uma internet livre. Afinal, são milhões de dólares que os megaempreendimentos de cinema, música e editoras de livros – para citarmos apenas alguns - em todo mundo. Importante acrescentar que são negócios que se ramificam numa política global. Portanto, ninguém escapa do controle financeiro.

Na realidade não se trata de censura, como vem sendo destacado pelas grandes novas empresas online, como Google, Facebook e Wikipédia, por exemplo, as mais prejudicadas com a medida. Em torno das disputas estão milhões de dólares para um lado e outro, pois com a retirada de endereços de sites, que permitem baixar material de produção, acarretará perdas para principalmente os motores de buscas da internet – resultando em diminuição de recursos recebidos da publicidade – a rigor, o jornalismo global está de olho nas medidas.

No que diz respeito aos internautas redução da liberdade de acesso a grande produção na rede, que ao longo do tempo deverá sofrer com mais restrição aos materiais publicados na rede, como os da informação de revistas e jornais. Seria uma forma de controlar a internet com base na estrutura econômica. Uma forma de manutenção da ordem vigente, com informações sendo disponibilizadas com alto preço, o que segrega milhares de pessoas, em favor das grandes corporações financeiras.

Estratégias comunicacionais

Em essência, em determinado período histórico as empresas de comunicação eram subsidiadas pelos governos das nações imperiais, mas com o advento da tecnologia, percebeu-se que a estratégia levava-se a prejuízos com o surgimento de mídias alternativas, as quais geravam formação de grupos com pensamento distintos dos grandes centros econômicos. Então, muda-se o comportamento com a liberalização de tecnologia para o aumento de meios de comunicação nos diversos países, mas sob o controle das nações imperialistas, que vendem tecnologias e linguagens. Como se vê ao perder o controle sobre o acesso as grandes produções fonográficas, cinematográficas e literárias o rendimento culminou com acentuadas perdas de capitais, tendo como resultados desemprego e pobreza nestes países.

Não se trata somente de censura, que a rigor nunca deixou de existir também na internet, seja na disseminação dos principais órgãos de comunicação, que estão na rede e são re-produzidos na web também, uma espécie de agendamento dos meios, efetiva-se o controle na base da estrutura econômica. Se assim for nada mais previsível que tal medida, que merece alarde no sentido de chamar a atenção da opinião pública, embora uma realidade há séculos. Ademais, não se trata de comportamento a serem empreendidos somente em um país, mas nos diversas nações mundo afora. Em torno desta questão está a complexidade de uma comunicação em rede, por natureza não-autoral e subversiva.


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