Homem e natureza

Evidentemente, que não se trata do fim dos tempos, mas a harmonia entre homem e natureza está no conhecimento, caso contrário nesta guerra a derrota da humanidade será inexorável, diante de sua fragilidade

MEIO AMBIENTE - As catástrofes causadas pelas chuvas no Brasil sempre despertaram discussões que giraram em torno de dois pontos: o político, com a pressão por liberação de verbas federais que resulte em minorar o desgaste da imagem das autoridades que não se preparam racionalmente para evitar as vítimas, ou minimizar o sofrimento posterior; e, a falta de estrutura do país para enfrentar os fenômenos da natureza, com medidas que visem retirar famílias de encostas, que estão ao alcance das enxurradas. Mas é preciso avaliar o Meio Ambiente como prioridade, a rigor, neste contexto quem deve ser salvo é o próprio homem.

As imagens, principalmente televisuais, e a consternação servem como medida de dar visibilidade aos problemas que diz respeito à sociedade que precisam de solução, de fato função da mídia. Entretanto, o que excede a proposta de informar, torna-se espetáculo que no final atende aos interesses particulares das empresas de comunicação em valorizar os horários nobres na busca de audiência e dividendos. Não forma opinião, mas apenas sensação em torno do tema (efeito de massificação), que, de fato, precisa de análise.

Na esfera política, fundamental para a resolução dos problemas, não deve ser vista como simples momento de enfraquecer os governos e seus partidos. Uma atitude de quanto pior melhor para se tirar proveito em vantagem de siglas partidárias que se estive no poder não faria diferente (ou não fizeram), por isso não obteve o voto popular.

Em suma, neste século precisa-se implementar uma meticulosa discussão sobre o Meio Ambiente, o que diz respeito não simplesmente a bichos na floresta Amazônica (como é feito por Globo Repórter) ou águas poluídas do Rio Tietê (nos jornais), na capital paulista, mas a inserção dos indivíduos na natureza, com esclarecimento, não em consonância com uma sociedade que valoriza efusivamente o consumo em detrimento do conhecimento, via de regra.

As enxurradas como se vê no Rio de Janeiro, atinge a todos, ricos e pobres, evidentemente com mais prejuízos materiais para os últimos que levaram boa parte da vida a construir o que é destruído em minutos. Desfaz-se um sonho e surge o abismo das diferenças sociais e atendimento público. Desta forma, uma discussão que aponte saídas para a conciliação entre homem e natureza nestes tempos modernos se transforma em uma questão de justiça social e humanidade.

A mídia e a política tem papel importante na formação e estruturação de um país não pela necessidade pelo consumo efêmero, mas de promover o bem-estar social a partir medidas que visem o respeito à natureza, que paradoxalmente não consegue dialogar com o capital. Assim, nos modelos vistos, onde há mais capitalismo a natureza perde terreno, o que exige cada vez mais tecnologias para suprir as necessidades básicas da sociedade. Um ciclo sem fim.

As grandes cidades não podem servir aos interesses imobiliários, mas a segurança de uma coletividade, menos ainda aos anseios partidários com loteamento em lugares de agressão à natureza, como encostas e matas nativas. As novas técnicas resolvem provisoriamente os obstáculos, mas logo vem o resultado. Evidentemente, que não se trata do fim dos tempos, mas a harmonia entre homem e natureza está no conhecimento, caso contrário nesta guerra a derrota da humanidade será inexorável, diante de sua fragilidade.

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