Um governo tem origem e promessas que não devem ser esquecidas, nem pelos cidadãos e menos pela mídia, principalmente local
GOVERNABILIDADE - Nos dois primeiros mandatos do governador Marconi Perillo (PSDB) tentou-se promover um discurso de proximidade com o social, entretanto, depois de passar pelo senado e fazer oposição ao governo Lula, inicia o seu governo no estado com a filosofia do partido, o progresso a custa dos bens públicos, com sinalização para privatização da Ceasa, Celg e Iquego. Seria sensata a atitude caso não estive na contramão das ações dos governos latino-americanos e de muitos países desenvolvidos, preocupados com o excesso de liberalismo e a consequente submissão aos mercados financeiros.
O questionamento das dívidas do Palácio das Esmeraldas não é uma novidade, pois o seu ex-partidário, amigo e sucessor Alcides Rodrigues (PP) usou das mesmas análises ao declarar a falta recursos e rombos no caixa do governo, logo no início de sua gestão. Desta forma, não se trata de uma administração simplesmente nova, mas a continuidade de um projeto que somente sofreu rompimento nos últimos anos com as diferenças entre Rodrigues e Perillo. Até pouco tempo, o executivo era formado por grande parte de tucanos ligados ao ex-senador. Portanto, o que se espera o grupo eleito é a resolução de problemas que perduram num estado que mostra crescimento e riquezas, com política atabalhoada e muitas vezes confusa.
As diferenças entre Perillo e o governo federal faz parte das negociações políticas que não são bem sucedidas. No final saiu perdendo o tucano, pois agora está só num cenário complexo, no qual as jogadas precisam ser rápidas, e não é eficiente contar somente com força locais no sentido de atingir o crescimento econômico desejado e propalado. Certamente, o mais sensato é abrir canais de comunicação com políticos e opinião pública, e não formar um governo ilhado, sustentado por uma representação simbólica, com apoio de alguns empresários da comunicação. A pressão popular costuma ser grande quando os objetivos não são alcançados e quando a oposição descobre que há circunstância para agir e participar com sucesso no jogo político.
A aproximação com o governo de Dilma é fundamental para o êxito da gestão goiana, mas não é fechando as portas para negociações como a Celg, que teve o empenho do próprio presidente Lula e, de forma indireta, de Rousseff, que conseguirá abrir canais de comunicação. Há outro fator, a direção do PSDB está dividida entre São Paulo e Minas Gerais, cuja proposta que separa os jogadores é exatamente a de refundação do partido, o que certamente significa mudanças de rumos. Logicamente balizadas com novos modelos de gestões públicas, numa referência as causas sociais e sociedades globalizadas. Um governo tem origem e promessas que não devem ser esquecidas, nem pelos cidadãos e menos pela mídia, principalmente local.
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