DEBATE, AUDIÊNCIA E POLIANAS

Dois pontos: Plínio Arruda demonstrou que há problemas no Brasil para uma política das "Polianas", discurso que deverá torná-lo um pouco mais conhecido; e a possibilidade ainda cogitada das eleições para a presidência se encerrarem no primeiro turno.

POLÍTICA - Causa estranheza o destaque para Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) no debate promovido pela Rede Bandeirante nesta quinta-feira (10), pois traz um discurso em favor de temas evidentes que causa a sensação da necessidade de ações políticas menos conservadoras e mais eficazes, no sentido de permitir igualdade social. Entretanto, não precisa ser conhecedor de política para saber que o ex-petista faz parte de um processo eleitoral sem chances reais de vitória. Além do mais a audiência da TV da família João Saad não ultrapassou os 4 pontos de audiência durante o debate, enquanto a Rede Globo mantinha a sua liderança como 28 pontos, conforme o IBOPE, com a transmissão do jogo São Paulo e Internacional.

Em essência, há ainda um grande desinteresse da população pela política partidária que tem no seu horário nobre apenas quadros de entretenimento. Uma pena.

Como era de se esperar muitos temas foram abordados, entretanto, sem acrescentar muita informação daquilo que o leitor mediano dos jornais já conhecia. Marina Silva mantém o meio ambiente como lugar seguro para suas análises, embora tenha destacado a importância pela educação e a igualdade social, numa sociedade com “muralhas” que separam ricos e pobres, conforme análise repetida por Plínio Arruda.

O candidato José Serra, perdendo terreno no eleitorado brasileiro, de acordo com as últimas pesquisas, não conseguiu vantagens nas discussões, pois saiu em defesa do governo de Fernando Henrique Cardoso, numa estratégia dos adversários, de polarização dos governos tucano e petista. Não impôs a força e tática discursiva que se esperava do experiente político para retirar preciosos pontos de Dilma Rousseff (PT) na liderança da corrida eleitoral. Mostrou-se seguro, mas não o suficiente para provocar mudanças na campanha e agendar a mídia para o final de semana.

Dilma Rousseff, sem dúvida expõe dificuldades para estar diante das câmaras de TV, pois não tem intimidade com a linguagem do veículo, que exige não somente conhecimentos matemáticos, mas gerar emoções e força de imagem. Muitas vezes não conseguiu transformar assuntos complexos, burocráticos, em informações fáceis de ser entendidas pelo espectador/eleitor. Sua respiração era ofegante e tinha dificuldades de usar bem o tempo para se expressar, com discursos inacabados. Contudo, não atuou de maneira desastrosa ao ponto de perder pontos nas pesquisas ou um agendamento negativo nos meios de comunicação. Como ponto positivo se mostrou bem informada e com mensagem de governabilidade que beneficiará a maioria carente e sofrida do país.

Sem dúvida, a tendência natural dos debates é melhorar em sua performance, devido à pressão sobre os candidatos que virá e assuntos polêmicos que inevitavelmente irão surgir. Ademais, dois pontos: Plínio demonstrou que há problemas no Brasil para uma política das "Polianas", discurso que deverá torná-lo um pouco mais conhecido; e a possibilidade ainda cogitada das eleições para a presidência se encerrarem no primeiro turno.

0 comentários:

Postar um comentário

Dar a sua opinião é participar, ativamente, do espaço social.