A grande mídia não consegue deixar de ser o cão de guarda que zela pelo bem da humanidade, em conformidade com os falcões dos mercados globais.
MÍDIA - Novamente a defesa de liberdade de imprensa em questão. A revista veja desta semana volta à carga contra o governo petista, agora numa situação incômoda, pois a direção da empresa teve de ceder uma página para direito de resposta ao partido dos trabalhadores. O que motivou a ação, que culminou numa votação apertada no TSE por 4 votos a 3, foi matéria publicada pela revista corroborando com o ponto de vista do vice de José Serra (PSDB) a presidência Índio da Costa (DEM), que afirmou haver relação entre PT e as FARC - sugerido envolvimento com narcotráfico – aliás, denuncia feita de maneira constante pela revista, sobretudo em momentos eleitorais.
Sem entrar na seara da objetividade no jornalismo, desnecessária diante da impossibilidade plena deste exercício, a revista se propõe abertamente a defesa do conservadorismo liberal dos anos 90 e faz crítica a qualquer aceno de mudança na estrutura social. Mesmo considerando que o sistema atual converge para uma sociedade dirigida pelas lógicas de mercado global, sem fronteiras, a qual pressupõe - apesar das evidências – igualdade, liberdade e democracia, o único caminho a ser seguido, a grande mídia não consegue deixar de ser o cão de guarda que "zela" pelo bem da humanidade, em conformidade com os falcões da especulação financeira.
Qualquer discurso que surge contra tais princípios logo será levado ao conhecimento da opinião pública, cujo objetivo é pressionar as bases estruturantes para a manutenção da ordem, a qual, ao longo de séculos se mostra excludente de homens e mulheres, situados à margem do centro de decisões, e consequentemente dos benefícios da riqueza economia mundial. Se assim não fosse, possivelmente os candidatos apoiados pelo sistema em vigor seriam eleitos em qualquer país do mundo, por aclamação. A exemplo do ocorre no Brasil, à realidade é bem outra, como se vê. Partidos conservadores e reacionários perdem espaço no imaginário social, diante de novas propostas que surgem, apesar do repúdio discursivo de parte da esfera pública.
Bem verdade, que não se deve apontar o dedo somente para a revista paulista, pois há uma repetição de ideias nos grandes veículos de comunicação, reproduzidas pelos rincões brasileiros. A rigor, como exemplo da falta de democracia para a informação social, os candidatos a presidência são apenas três apesar dos outros nomes. Plínio de Arruda Sampaio, na Veja, sequer aparece na foto do debate realizado pela TV Bandeirantes. A Globo tentou negociar com o candidato inserções nos telejornais da rede, desde que abrisse mão de estar na bancada do Jornal Nacional para entrevista com "os candidatos".
Em tempo, oferta foi recusada, mesmo assim, não terá o privilégio dos não-comuns. Cabe lamentar pela democracia propagada!
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