CELG, O JOGO POLÍTICO

O objetivo de ambos é o mesmo, desmerecer o adversário e conduzir o pensamento popular para um fim imaginado, o sucesso nas urnas. No final, a condição da empresa parece ser o que menos importa.

POLÍTICA - Em momento eleitoral muito mais vale o discurso e o uso da imagem do que a singela razão, desta forma, quem se apresentar melhor diante da “massa” – é sempre perigoso pensar assim - ganha votos e espaço na mídia. Não se deve esquecer o relacionamento com os dirigentes de instituições responsáveis pelas mediações discursivas com a população. Neste sentido está a batalha da Celg, pois o governo estadual e os tucanos têm o mesmo enunciado: o uso da estatal para fins políticos. No entanto, o objetivo de ambos é o mesmo, desmerecer o adversário e conduzir o pensamento popular para um fim imaginado, o sucesso nas urnas. No final, a condição da empresa parece ser o que menos importa.

A princípio é estranho o destaque que os jornais dispensam a cúpula tucana que vai à Brasília em busca de argumentos de salvamento do Celg. O grupo ligado ao governo estadual não ganha a mesma notoriedade. A rigor, a atual administração já chegou ao fim? Não tem mais representação, mais vale a afirmação: rei morto, rei posto? Não se pode esquecer que a negociação entre Alcides Rodrigues (PP) e governo federal se arrasta por longos anos, sem se chegar a uma definição, que neste momento dependia da Assembléia Legislativa, que numa jogada política fez remendos no projeto, gerando o impasse para o milionário empréstimo, a juros baixos, imprescindível para sanear a empresa.

Em campanha eleitoral, a candidata do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, em Goiânia, disse que “é preciso impedir a vitória de nosso adversário”, que, para os formadores de opinião, se referia ao ex-governador Marconi Perillo (PSDB) – ou o entendimento foi equivocado? Se assim for, como seria a negociação com os peesedebistas e democratas em Brasília, nessa altura da campanha? O tucano faz o seu papel, como defensor do Estado, pois tem a cadeira de Senador da República, onde inclusive ocupa a vice-presidência, e poderia ser o atual presidente caso o governo não tivesse bancado com desgaste o Senador José Sarney (PMDB), em virtude de denúncias de apadrinhamento político de parentes em cargo público.

O PMDB goiano por sua vez prefere se distanciar do debate, inclusive com o discurso de liberação dos deputados estaduais na votação do projeto de empréstimo para a Celg. Muito estranho, pois se Íris Rezende (PMDB) é quem recebe o apoio do governo federal, o qual enviou o seu secretário, Guido Mantega, para discursar em favor da aprovação do empréstimo, como liberar a bancada? Talvez fosse uma estratégia para criar embaraços para Perillo, que seria criticado intensamente pelo governo do estado e sairia em vantagem na batalha entre PSDB e PP. Entretanto, nenhum movimento do candidato, que tem na base o PT, no sentido de apontar solução para a endividada empresa de eletricidade. Alguma palavra oficial sobre o assunto?

A confusão deve gerar muitas dúvidas no eleitor, pois será quem fará escolhas em outubro. Boa sorte.

1 comentários:

Unknown disse...

É importante ressaltar que apesar de toda polêmica da CELG, aparentemente nada se faz para uma possível evolução no cenário da estatal. Qual seria a melhor escolha? Quem dos governadoriáveis terá punho para resolver esta questão?

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