CINEMA NA ERA DA INTERNET

No final, haverá o convívio com a televisão tradicional e a teleinternet, o mesmo que deve ocorrer com o livro, E-books.

CINEMA - As mudanças tecnológicas vêm promovendo transformações nos espaços comunicacionais. Desta vez, a esperada queda no aluguel de filme pelas locadoras atingiu a maior empresa do setor a Blockbuster, globalizada. A internet que cada vez mais chega aos lares da população, permitindo com facilidade o acesso aos filmes e rapidamente. A pirataria está na esteira da comunicação on-line, que possibilita trocas de arquivos – gigante, diga-se de passagem - em programas livres na rede.

Em bem pouco tempo conseguir um bom filme exigia do cinéfilo uma peregrinação em várias locadoras, e reservas de espera para semanas ou meses. Hoje, algumas obras cinematográficas podem ser obtidas ao alcance do teclado, antes dos lançamentos, como ocorreu com "Tropa de Elite" e outros mais.

As mudanças já chegaram também à televisão, ante a hibridização entre TV e internet, com aparelhos já disponíveis pela Google – ainda com preços proibitivos para a população de baixa renda. No Brasil, o meio deve passar pela mesma depressão que o rádio nos anos 60, quando Chateaubriand inaugurou o primeiro canal televisual.

A programação arbitrária da televisão deve dar lugar a programas acessados ao gosto da audiência, conforme tempo de sua agenda. No final, haverá o convívio com a televisão tradicional e a teleinternet, o mesmo que deve ocorrer com o livro, E-books.

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Episódio Folha e Lula

A mídia tem grande importância no fluxo de informação que permite o homem moderno ter contato com os fatos, portanto, é imprescindível para a formação da opinião pública e espírito crítico. Entretanto, há em determinados momentos inversão de valores, e ao invés de ser um meio noticioso torna-se ponta de lança de partidos políticos, com o intuito de defender interesses de grupos sociais em detrimento do interesse da leitor, que nesta ordem se transforma em simples consumidor de notícias.

Com razão ou não, sendo fiel ao ocorrido ou não, o presidente Lula ao longo dos anos reclama da forma que foi tratado pelo diretor de redação do jornal paulista em almoço com redatores em 2002, conforme texto publicado pelo próprio jornal. Infelizmente, o comportamento do diário nestes eleições, declaradamente partidário leva a imaginar a existência da atitude de preconceito.

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CELG, O JOGO POLÍTICO

O objetivo de ambos é o mesmo, desmerecer o adversário e conduzir o pensamento popular para um fim imaginado, o sucesso nas urnas. No final, a condição da empresa parece ser o que menos importa.

POLÍTICA - Em momento eleitoral muito mais vale o discurso e o uso da imagem do que a singela razão, desta forma, quem se apresentar melhor diante da “massa” – é sempre perigoso pensar assim - ganha votos e espaço na mídia. Não se deve esquecer o relacionamento com os dirigentes de instituições responsáveis pelas mediações discursivas com a população. Neste sentido está a batalha da Celg, pois o governo estadual e os tucanos têm o mesmo enunciado: o uso da estatal para fins políticos. No entanto, o objetivo de ambos é o mesmo, desmerecer o adversário e conduzir o pensamento popular para um fim imaginado, o sucesso nas urnas. No final, a condição da empresa parece ser o que menos importa.

A princípio é estranho o destaque que os jornais dispensam a cúpula tucana que vai à Brasília em busca de argumentos de salvamento do Celg. O grupo ligado ao governo estadual não ganha a mesma notoriedade. A rigor, a atual administração já chegou ao fim? Não tem mais representação, mais vale a afirmação: rei morto, rei posto? Não se pode esquecer que a negociação entre Alcides Rodrigues (PP) e governo federal se arrasta por longos anos, sem se chegar a uma definição, que neste momento dependia da Assembléia Legislativa, que numa jogada política fez remendos no projeto, gerando o impasse para o milionário empréstimo, a juros baixos, imprescindível para sanear a empresa.

Em campanha eleitoral, a candidata do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, em Goiânia, disse que “é preciso impedir a vitória de nosso adversário”, que, para os formadores de opinião, se referia ao ex-governador Marconi Perillo (PSDB) – ou o entendimento foi equivocado? Se assim for, como seria a negociação com os peesedebistas e democratas em Brasília, nessa altura da campanha? O tucano faz o seu papel, como defensor do Estado, pois tem a cadeira de Senador da República, onde inclusive ocupa a vice-presidência, e poderia ser o atual presidente caso o governo não tivesse bancado com desgaste o Senador José Sarney (PMDB), em virtude de denúncias de apadrinhamento político de parentes em cargo público.

O PMDB goiano por sua vez prefere se distanciar do debate, inclusive com o discurso de liberação dos deputados estaduais na votação do projeto de empréstimo para a Celg. Muito estranho, pois se Íris Rezende (PMDB) é quem recebe o apoio do governo federal, o qual enviou o seu secretário, Guido Mantega, para discursar em favor da aprovação do empréstimo, como liberar a bancada? Talvez fosse uma estratégia para criar embaraços para Perillo, que seria criticado intensamente pelo governo do estado e sairia em vantagem na batalha entre PSDB e PP. Entretanto, nenhum movimento do candidato, que tem na base o PT, no sentido de apontar solução para a endividada empresa de eletricidade. Alguma palavra oficial sobre o assunto?

A confusão deve gerar muitas dúvidas no eleitor, pois será quem fará escolhas em outubro. Boa sorte.

POLÍTICA SEM SURPRESA

A rigor, a associação de imagem com quem está à frente nas pesquisas certamente leva a visão de força representativa, com resultado econômico e desenvolvimento local e regional.

ELEIÇÕES - As eleições é sempre um bom período para analisar o comportamento dos homens em sociedade, momento em que se expressam expectativas e seus anseios, apesar da sensação aparente de aceitação do que se tornou consenso. Desta forma, fica claro que a proposta de uma sociedade absolutamente entregue a ordem de uma estrutura financeira e anti-produtiva não é aprovada, e entende-se que o Estado deve ser vigoroso capaz de intermediar dos interesses sociais, com um capitalismo não hegemônico. Assim sendo, o atual governo acertou em valorizar a base da pirâmide social, comportamento que deve refletir em várias regiões brasileiras.

Se não houver mudanças no cenário, os partidos ligados a base do governo devem crescer em representação, a oposição reduzirá seu quadro nos Estados e Congresso Nacional. Por esta razão Lula e Dilma são disputados nas propagandas eleitorais, no sentido de alavancar algumas campanhas que apresentam dificuldades de empatia pública. A rigor, a associação de imagem com quem está à frente nas pesquisas certamente leva a visão de força representativa, com resultado econômico e desenvolvimento local e regional.

Em Goiás, o candidato apoiado pelo governo federal é Íris Rezende (PMDB) que está atrás nas pesquisas eleitorais, mas deve parar de cair ou reduzir sua diferença em relação a Marconi Perillo (PSDB), já nas próximas pesquisas, o que poderá levar a decisão para o segundo turno. Como o senador rachou com o atual governador, Alcides Rodrigues (PP), e se apresenta como oposição ao governo do PT, numa segunda rodada das eleições deverá enfrentar um grande número de adversários de peso, inclusive ver Dilma e Lula no palanque adversário.

Entretanto, é necessário destacar a diferença de visibilidade entre um e outro postulante a cadeira do Estado goiano, pois o tucano trabalha sua candidatura a longa data, usando preciosos espaços da mídia. O peemedebista tem dificuldades para se aproximar dos meios de comunicação e criar fatos novos para agendamento midiático. Contudo, nos últimos dias vem ganhando forças diante da corrente favorável na campanha à presidência da república.

No Rio de Janeiro as eleições devem terminar no primeiro turno, com a vitória do jornalista Sérgio Cabral do PMDB, em Belo Horizonte, outro jornalista, Hélio Costa (PMDB), também deverá resolver as eleições na primeira votação, respectivamente segundo e terceiro maiores colégios eleitorais brasileiros. O mesmo deve ocorrer em São Paulo, com Geraldo Alckmin (PSDB), contudo, sem aproximar a contento sua imagem do tucano José Serra.

AUTORREGULAMENTAÇÃO VERSUS LIBERDADE

Não cabe questionar a importância da liberdade imprensa para a democracia, entretanto, não se podem esquecer os interesses coletivos de uma sociedade que sabe dos fatos, apenas definidos pelos meios de comunicação, arbitrariamente, sem respeitar o homem comum, cuja regulamentação é dos próprios enunciadores.

MÍDIA - A autorregulamentação da imprensa no Brasil é de fato uma piada de mau gosto. No encontro da Associação Nacional dos Jornais, ocorrido na semana passada, que reuniu grandes empresários de redes comunicação, acertaram a necessidade de estruturação de novas regras para o jornalismo do país. No cerne do discurso está a terrível ameaça do governo federal, proposta a cercear a liberdade das mídias. Com o fim da lei de imprensa, da obrigatoriedade do diploma de jornalismo, os donos de empresas asseveram que precisam regulamentar a imprensa brasileira.

Conforme editorial do Jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira(23) "Em hora oportuna a Associação Nacional dos Jornais anunciou a criação de um mecanismo de autorregulamentação. De acordo com a presidente da ANJ, Judith Brito, reeleita na sexta-feira, a entidade organizará até o final do ano um conselho autônomo, destinado a examinar queixas contra periódicos afiliados e impor eventuais sanções". Dois pontos a serem analisados, a presidente da Associação é funcionária do jornal paulista, portanto, ligada aos interesses particulares das empresas. Ademais, como apregoar liberdade de imprensa, sem a participação da sociedade civil? Pode-se chegar à conclusão de que não passa de retórica, pura e simplesmente. Depois, como avaliar sanções a um veículo de comunicação, considerando que os participantes formam uma rede de interesses particulares? Qual será o princípio ético a ser seguido?

Não cabe questionar a importância da liberdade imprensa para a democracia, entretanto, não se podem esquecer os interesses coletivos de uma sociedade que sabe dos fatos, apenas definidos pelos meios de comunicação, arbitrariamente, sem respeitar o homem comum, cuja regulamentação é dos próprios enunciadores.

Por trás desta discussão da ANJ estão os interesses corporativos das empresas brasileiras que enfrentam concorrência internacional, principalmente, na internet, o que já afetam os seus lucros. Desta forma, o objetivo é pressionar o governo a promover reserva de mercado para os grandes jornais, e rede de mídias, pois há no país uma severa concentração de veículos de uma mesma família.

Mas o que chama mais a atenção é que nos anos 90 os mesmos empresários lutaram para abertura de mercado, com maiores investimentos estrangeiros nos veículos de comunicação brasileiros, com limites definidos pela constituição. Hoje, diante da competição acirrada o discurso é o fechamento do capital internacional. Entretanto, por anos a população convive com altos custos da telefonia, produção centralizada em São Paulo e Rio, em detrimentos da cultura regional, além da política de preço alto cobrado pela internet, e baixa velocidade de navegação, principalmente no interior do país.

Desta forma, torna-se importante a participação da sociedade nestas discussões e que dizem respeito a todos, pois estamos na era da comunicação e informação.

A VOZ DA MAIORIA

Apesar dos interesses empresariais dos jornais brasileiros, formadores de opinião se multiplicaram e podem fazer-se entender através de suas idéias em diversas mídias.

POLÍTICA - Um fato importante nestas eleições que precisa ser destacado é a maior participação das pessoas na formação do pensamento sobre o momento eleitoral, com evidente reflexo na sociedade. Apesar da capacidade de difusão dos meios de comunicação social e formar opinião, emerge na atualidade uma ruptura de um processo tradicional entre quem fala e quem recebe informações. Desta maneira, apesar dos interesses empresariais dos jornais brasileiros, formadores de opinião se multiplicaram e podem fazer-se entender através de suas idéias em diversas mídias. Outro fato, que continua implícito é a voz da maioria da população que reverbera os seus interesses, independentemente do discurso único, globalizado.

Muitas vezes é possível pensar que as novas mídias criam uma grande dificuldade para se manter uma ordem hegemônica, diante de tantas vozes que dialogam na sociedade, com análises divergentes e fundamentais para uma possível democracia. O sistema capitalista precisa se reinventar diante das tecnologias, pois o debate pode levar ao descontrole e caos às normas vigentes e estabelecidas para um modelo perene. O uso destes recursos, estrategicamente, pode ser uma maneira de conhecer o que pensa o homem social para o controle do imaginário coletivo, porém impossível diante de tantas vozes.

Nestas eleições o espaço cultural se mostrou um lugar de comunicação que permite várias análises, mesmo considerando que não se trata de um fenômeno novo. As regiões mais pobres separam das prerrogativas de interesses de áreas mais ricas e elegem o seu modo de vida como o marco para definir representatividade. Desta forma, a região norte e nordeste aposta em um Estado forte, o qual sinaliza fazer justiça e ser público, enquanto, em outro extremo o sul vota num governo liberal, cuja administração permita o crescimento privado, o carro chefe para o desenvolvimento da nação. Minas Gerais, como sendo o intermediário deste processo, se divide entre municípios mais ao sul e Triângulo Mineiro liberal e a região norte se volta para a política de Estado (o que seria a base das dificuldades para Aécio fazer o seu sucessor no estado).

No final, considerando que há uma acumulação de capital em poucas mãos, que resulta em enfrentamentos numa sociedade com mais informação, e definidora das eleições. Discurso da maioria ganha espaço no tempo da notícia, o agora. Desta forma, a sinalização de uma vitória da recém laçada na política brasileira, Dilma Rousseff (PT), ainda no primeiro turno contra José Serra (PSDB), olhado nesta ótica, não deveria surpreender.

POLÍTICA DOS MEIOS

Torna-se fundamental afirmar que a prática do jornalismo é uma atividade complexa e exige sintonia com a coletividade.














SOCIEDADE
- Uma das questões neste momento eleitoral é entender a influência dos meios de comunicação tradicionais nas campanhas e o comportamento como participantes na esfera pública. Sem dúvida que, com a chegada das novas tecnologias, a sociedade na contemporaneidade passa a ter mais lugares para se informar, retirando das mídias tradicionais, principalmente o domínio do impresso, sobre o discurso social. Contudo, é substancial sua capacidade para publicizar acontecimentos que se tornam conhecidos do público, e norteia num primeiro momento, a visão dos eleitores. Desta forma, a responsabilidade do jornalismo é imensa e deve zelar pela ética e democracia. Mas de fato isso ocorre?

Uma pergunta difícil de responder dada a complexidade social, e de entender em essência como se forma o discurso. Mas cabem algumas análises rápidas, ainda que superficiais. A princípio o jornal, assim como os veículos de comunicação de grande audiência, são empresas, cujo objetivo a priori é a lucratividade, ou seja, num sistema capitalista quem não participa de suas lógicas se marginaliza e a sobrevivência fica comprometida. Portanto, os meios, contudo, não visam apenas a difusão ideologias de grupos ou comunidade.

Um segundo ponto a ser ressaltado é o da direção de um empreendimento defender discurso que vai ao encontro de seus interesses, que garante estabilidade para o seu negócio e o torna consciente de sua territorialidade de atuação. Por último, o veículo de comunicação se aproxima de pessoas, grupos econômicos e políticos, que permitem manter boa performance nos espaços sociais dominantes, sobretudo. Não seria estranho imaginar que estes três pontos destacados podem prevalecer conjuntamente: interesse econômico, discurso sistemático e defesa de grupos hegemônicos.

Desta forma, não se pode pensar que a sociedade esteja distante destas nuances em que os meios de comunicação fazem parte. Como exemplo o Jornal Folha de S. Paulo, na sua fundação defendia os interesses agrários, depois buscou se acomodar com discurso de esquerda até os anos 80, e posteriormente, na atualidade, difunde idéias liberais, muito próximas do mercado global.

Isso significa dizer que, conforme a essência de determinados grupos e movimentos sociais caminha a comunicação-empresa. Desta maneira, as lutas e enfrentamentos se tornam comuns e, muitas vezes, necessárias no sentido de negar o domínio de determinado pensamento estabelecido como único. As críticas contra jornais locais como Diário da Manhã e O Popular, os mais influentes em Goiânia, por exemplo, se mostram como forma de uma disputa que envolve grupos sociais legítimos e interesses os mais diversos.

O surgimento de novas idéias e discursos é fundamental para o desenvolvimento social, entretanto, se deve destacar que o enfrentamento leva a algumas perdas tanto para a empresa de comunicação, quanto para a comunidade que pode ver frustradas as suas expectativas democráticas e éticas.

Afinal, os meios de comunicação não deveriam zelar pelos interesses da sociedade de maneira a bem informar? Sem dúvida. Entretanto, é difícil o conceito de ética e de boa informação. Alguém pode defender suas ideias intransigentemente como únicas em um momento, e negá-las depois. Todavia, a rigor, a comunicação é social e não se efetiva de fato somente da grande mídia, o que inevitavelmente levará a perda de credibilidade de grupos que serão desmentidos a posteriori.

Logo, torna-se fundamental afirmar que a prática do jornalismo é uma atividade complexa e exige sintonia com a coletividade. Prova disso são exatamente as eleições para a presidência, pois, as grandes empresas de comunicação defendem o discurso do tucano José Serra (PSDB), como o faz a Folha de S. Paulo, que divulga através de sua agência a mesma mensagem, reproduzida por todo o país pelos pequenos jornais. Entretanto, como se vê o presidente operário, diferentemente de uma elite bem educada, tem 80% de aprovação, e sua candidata pode ganhar as eleições ainda no primeiro turno. Realmente!

CENSURA!

A grande mídia não consegue deixar de ser o cão de guarda que zela pelo bem da humanidade, em conformidade com os falcões dos mercados globais.

MÍDIA - Novamente a defesa de liberdade de imprensa em questão. A revista veja desta semana volta à carga contra o governo petista, agora numa situação incômoda, pois a direção da empresa teve de ceder uma página para direito de resposta ao partido dos trabalhadores. O que motivou a ação, que culminou numa votação apertada no TSE por 4 votos a 3, foi matéria publicada pela revista corroborando com o ponto de vista do vice de José Serra (PSDB) a presidência Índio da Costa (DEM), que afirmou haver relação entre PT e as FARC - sugerido envolvimento com narcotráfico – aliás, denuncia feita de maneira constante pela revista, sobretudo em momentos eleitorais.

Sem entrar na seara da objetividade no jornalismo, desnecessária diante da impossibilidade plena deste exercício, a revista se propõe abertamente a defesa do conservadorismo liberal dos anos 90 e faz crítica a qualquer aceno de mudança na estrutura social. Mesmo considerando que o sistema atual converge para uma sociedade dirigida pelas lógicas de mercado global, sem fronteiras, a qual pressupõe - apesar das evidências – igualdade, liberdade e democracia, o único caminho a ser seguido, a grande mídia não consegue deixar de ser o cão de guarda que "zela" pelo bem da humanidade, em conformidade com os falcões da especulação financeira.

Qualquer discurso que surge contra tais princípios logo será levado ao conhecimento da opinião pública, cujo objetivo é pressionar as bases estruturantes para a manutenção da ordem, a qual, ao longo de séculos se mostra excludente de homens e mulheres, situados à margem do centro de decisões, e consequentemente dos benefícios da riqueza economia mundial. Se assim não fosse, possivelmente os candidatos apoiados pelo sistema em vigor seriam eleitos em qualquer país do mundo, por aclamação. A exemplo do ocorre no Brasil, à realidade é bem outra, como se vê. Partidos conservadores e reacionários perdem espaço no imaginário social, diante de novas propostas que surgem, apesar do repúdio discursivo de parte da esfera pública.

Bem verdade, que não se deve apontar o dedo somente para a revista paulista, pois há uma repetição de ideias nos grandes veículos de comunicação, reproduzidas pelos rincões brasileiros. A rigor, como exemplo da falta de democracia para a informação social, os candidatos a presidência são apenas três apesar dos outros nomes. Plínio de Arruda Sampaio, na Veja, sequer aparece na foto do debate realizado pela TV Bandeirantes. A Globo tentou negociar com o candidato inserções nos telejornais da rede, desde que abrisse mão de estar na bancada do Jornal Nacional para entrevista com "os candidatos".

Em tempo, oferta foi recusada, mesmo assim, não terá o privilégio dos não-comuns. Cabe lamentar pela democracia propagada!

ATÉ QUANDO?

Esta imagem de paz entre Hugo Cháves, da Venezuela, e Juan Manuel Santos, da Colômbia deveria ser uma constante numa América Latina que defende os seus interesses, conforme identidade cultural e política de desenvolvimento pecualiar. Entretanto, não se pode esquecer a interferência substancial e hegemônica dos Estados, que não podem abrir mão de seu domínio regional.

Efetivamente, os países latinos têm promovido mudanças substanciais nesta relação centro-periferia, o que exige posicionamento dos Norte Americanos, principalmente em tempos de crise econômica. A rigor, a Colômbia se tornou o lugar de inserção do governo estadunidense nos países do bloco

Contudo, com o aceno de Santos, a expectativa é que haja mais tranquilidade entre as duas nações, mas se analisada a trama montada ao longo dos últimos anos, envolvendo recursos externos, Farc e aparelhamento militar dos Estados, não se deve ser tão otimista.

DEBATE, AUDIÊNCIA E POLIANAS

Dois pontos: Plínio Arruda demonstrou que há problemas no Brasil para uma política das "Polianas", discurso que deverá torná-lo um pouco mais conhecido; e a possibilidade ainda cogitada das eleições para a presidência se encerrarem no primeiro turno.

POLÍTICA - Causa estranheza o destaque para Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) no debate promovido pela Rede Bandeirante nesta quinta-feira (10), pois traz um discurso em favor de temas evidentes que causa a sensação da necessidade de ações políticas menos conservadoras e mais eficazes, no sentido de permitir igualdade social. Entretanto, não precisa ser conhecedor de política para saber que o ex-petista faz parte de um processo eleitoral sem chances reais de vitória. Além do mais a audiência da TV da família João Saad não ultrapassou os 4 pontos de audiência durante o debate, enquanto a Rede Globo mantinha a sua liderança como 28 pontos, conforme o IBOPE, com a transmissão do jogo São Paulo e Internacional.

Em essência, há ainda um grande desinteresse da população pela política partidária que tem no seu horário nobre apenas quadros de entretenimento. Uma pena.

Como era de se esperar muitos temas foram abordados, entretanto, sem acrescentar muita informação daquilo que o leitor mediano dos jornais já conhecia. Marina Silva mantém o meio ambiente como lugar seguro para suas análises, embora tenha destacado a importância pela educação e a igualdade social, numa sociedade com “muralhas” que separam ricos e pobres, conforme análise repetida por Plínio Arruda.

O candidato José Serra, perdendo terreno no eleitorado brasileiro, de acordo com as últimas pesquisas, não conseguiu vantagens nas discussões, pois saiu em defesa do governo de Fernando Henrique Cardoso, numa estratégia dos adversários, de polarização dos governos tucano e petista. Não impôs a força e tática discursiva que se esperava do experiente político para retirar preciosos pontos de Dilma Rousseff (PT) na liderança da corrida eleitoral. Mostrou-se seguro, mas não o suficiente para provocar mudanças na campanha e agendar a mídia para o final de semana.

Dilma Rousseff, sem dúvida expõe dificuldades para estar diante das câmaras de TV, pois não tem intimidade com a linguagem do veículo, que exige não somente conhecimentos matemáticos, mas gerar emoções e força de imagem. Muitas vezes não conseguiu transformar assuntos complexos, burocráticos, em informações fáceis de ser entendidas pelo espectador/eleitor. Sua respiração era ofegante e tinha dificuldades de usar bem o tempo para se expressar, com discursos inacabados. Contudo, não atuou de maneira desastrosa ao ponto de perder pontos nas pesquisas ou um agendamento negativo nos meios de comunicação. Como ponto positivo se mostrou bem informada e com mensagem de governabilidade que beneficiará a maioria carente e sofrida do país.

Sem dúvida, a tendência natural dos debates é melhorar em sua performance, devido à pressão sobre os candidatos que virá e assuntos polêmicos que inevitavelmente irão surgir. Ademais, dois pontos: Plínio demonstrou que há problemas no Brasil para uma política das "Polianas", discurso que deverá torná-lo um pouco mais conhecido; e a possibilidade ainda cogitada das eleições para a presidência se encerrarem no primeiro turno.

SEM NOVIDADES

Nesta quinta-feira dois debates importantes nos meios de comunicação: um regional promovido pela Rádio 730 e o outro nacional, transmitido pela Rede Bandeirantes de Televisão. Em essência, os grandes temas não permearam os discursos, sendo que em Goiás numa estratégia política Marconi Perillo (PSDB) preferiu se ausentar do evento, em momento que se apresenta à frente nas pesquisas, e demonstra não querer permitir deslizes e oferecer munição para os adversários.

Entretanto, a decisão de não estar presente nas discussões políticas demonstra fraqueza e desinteresse para os grandes assuntos que dizem respeito à comunidade e mantêm perenes as dúvidas lançadas pela oposição. Considerando que um nome político se faz com o tempo, ganhando ou perdendo credibilidade, conforme atitudes no presente, com inevitáveis reflexos no futuro, numa sociedade cada vez mais com acesso à informação. Muitos assuntos em voga em Goiás que precisam ser elucidados, como por exemplo, o rombo financeiro na Celg e o futuro da estatal, o polêmico déficit do Estado e denúncias feitas ao ex-governador pela mídia.

Desta maneira, o debate não trouxe grandes questões e a campanha deve seguir nos próximos dias o ritmo morno da atualidade. O PSDB usa todas as estratégias de poder econômico e político obtido ao longo dos oito anos no governo, já o PMDB trabalha de maneira silenciosa nos bastidores, arregimentando companheiros, acreditando nas falhas do adversário ou no anunciado apoio político do governo federal e da força do PT.

No final, sem novidades no que se refere aos candidatos com chances de vencer as eleições, e menos ainda no discurso.