NÚMEROS QUE NÃO MUDAM

Em resumo, a campanha segue previsível, lances midiáticos devem acontecer, não somente dos postulantes, suas assessorias e grupos econômicos, mas da sociedade com suas intenções.

ELEIÇÕES - A campanha eleitoral para a presidência da República continua seguindo sem sustos, conforme previsto. Dados da pesquisa Datafolha realizada entre os dias 15 e 16 em todo país e publicada hoje (17) aponta: Serra com 38%, Dilma 28%, Marina 10% e Ciro 9%. No caso da espontânea a candidata petista leva vantagem de um ponto, tem 13% contra 12% do tucano. Entretanto duas análises importantes: apesar da grande visibilidade do ex-governador de São que lançou sua campanha em Brasília com grande cobertura da grande mídia, não avançou na pesquisa. Ciro, por sua vez perde o terceiro lugar para Marina Silva, que continua como a terceira via num processo que deverá continuar polarizado entre os dois primeiros da corrida.

Contudo, em essência, é forçoso admitir que há um interesse maior da mídia pelos aspectos positivos do José Serra e negativos no que diz respeito à candidata petista, que em alguns momentos sinaliza não satisfazer inteiramente os interesses dos grandes empresários brasileiros. Desta forma, o tucano herda o discurso hegemônico, o qual não pode contrariar os homens do poder econômico sob pena de perder o seu maior apoio, que de fato tem peso numa eleição. Se fundamental na definição do vencedor não é possível saber. A rigor, neste sentido, podem-se avaliar alguns pontos importantes: a sociedade está mais bem informada e em condições de definir suas preferências independentemente das escolhas (agendamento) da grande mídia, de tendência liberal, obviamente.

Há de fato uma polarização não somente entre dois candidatos de partidos diferentes, mas a eleição se mostra dividida entre os interesses dos homens do setor econômico - ávidos pela redução do Estado e predomínio do mercado - e as milhares de pessoas comuns que necessitam do aparelho do governo para viver condignamente, mesmo considerando as críticas dos programas sociais.

Se for verdade que a população brasileira depende de si própria para definir o seu voto, certamente, haverá ao longo dos próximos meses uma mudança de posição entre os dois candidatos. Caso o consenso da maioria seja definido pelos formadores de opinião ligados a hegemonia econômica haverá manutenção da ordem, e o resultado será a alternância da filosofia do governo para a volta ao liberalismo, em essência.

Em resumo, a campanha segue previsível, lances midiáticos devem acontecer, não somente dos postulantes, suas assessorias e grupos econômicos, mas da sociedade com suas intenções.

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