AS PESQUISAS MENTEM?

Imagem de Revista Carta Capital em18/04/2010
Desta forma, as batalhas, nos bastidores existem e continuam. Os meios de comunicação expõem os seus interesses enquanto empresas e os adversários usam das novas tecnologias para difundir informação e desconstruir as "verdades" dos opositores.

ELEIÇÃO - Afinal de contas, nesta corrida presidencial qual a verdadeira situação dos postulantes: há empate técnico entre os candidatos (Census e Vox Populi), o que demonstra o crescimento da petista, sem destaque na grande mídia, ou Serra está à frente com 10% de vantagem (Datafolha), conforme faz questão de destacar os grandes jornais brasileiros. Evidentemente, que, assim com no universo da notícia, no da pesquisa não existe a imparcialidade, que somente aparece nos manuais de redação. A objetividade serve, muitas vezes para vender jornais para um público eclético, sem criar discordância com os minguados leitores dos impressos.

Durante as últimas semanas o debate em torno das pesquisas resultou no agendamento do distanciamento tímido do tucano José Serra em primeiro lugar, em relação à candidata do PT, Dilma Rousseff, em detrimento dos números que apontam empate técnico, cuja metodologia de pesquisa foi deveras questionada por algumas empresas de comunicação – e pelo PSDB. Afinal, quem está com a razão? Uma pergunta difícil de responder, pois de acordo com o método empregado, certamente haverá mudanças de resultados. Basta o Datafolha, por exemplo, dar mais ênfase aos questionários aplicados em São Paulo, para ocorrer vantagem para Serra. Por sua vez, caso os institutos Census e Vox Populi faça questionários que indague primeiramente a figura do Presidente Lula, depois, então, questionar o eleitor para se ter um resultado que não condiz com a realidade confiável. Desta forma, se estabelece uma guerra de números, a qual tem como objetivo tão somente defender as legendas de preferência. Os jornais desta forma terão material à vontade para orientar o eleitor, conforme sua audiência, o que não condiz com a verdade, pois dissimuladamente tenta influenciar a opinião pública.

Mais uma vez surge à certeza que a imparcialidade e isenção se definem como um lugar reservado resguardar a busca de resultados para empresas de comunicação, partidos políticos e de empresários de setores estratégicos, dentro do sistema econômico social. Diante da dúvida e transparência a esquerda passa a ter motivos para reclamar. Emir Sader, jornalista que escreva para Carta Maior destaca: "Por isso a FOLHA MENTE, MENTE, MENTE, DESESPERADAMENTE. Mentirá no fim de semana com nova pesquisa, em que tratará de rebater, com cifras manipuladas – por exemplo, como sempre faz, dando um peso desproporcional a São Paulo em relação aos outros estados -, a irresistível ascensão de Dilma, que tratará de esconder até onde possa e demonstrar que o pífio lançamento de Serra o teria catapultado às alturas. Ou bastaria manter o seu candidato na frente, para fortalecer as posições do partido que dirigem".

O Jornal Folha de S. Paulo usa de suas fontes (tucanas) para contestar as pesquisas dos concorrentes: "O deputado José Aníbal (PSDB-SP), apoiador de Serra, disse que a pesquisa Datafolha "repôs a verdade", referindo-se à última pesquisa do instituto Sensus, de Minas Gerais. Divulgada na terça, apontou um empate técnico (32,7% para Serra e 32,4% para Dilma). "Serra tem uma vantagem expressiva. Aquela pesquisa estava distorcida, deve ser desconsiderada." Sem dúvida que o jornal paulista vem, nesse espaço de disputa, delimitando seu posicionamento em favor dos tucanos, de maneira explícita, o que é corroborado pelo seu quadro de profissionais, com exceções. Como exemplo, a articulista e editora do jornal em Brasília, Eliane Cantanhêde afirma em um dos seus artigos, no dia seguinte ao lançamento da campanha de Serra: "Pode nem ser, mas o PSDB evidentemente se esforçou para parecer um partido de massas. Para não deixar dúvidas, porém, um velho assessor ironizou: "Mas de massas cheirosas..." De fato, até os ônibus que carregaram a militância eram novinhos em folha. "

Desta forma, as batalhas, nos bastidores existem e continuam. Os meios de comunicação expõem os seus interesses enquanto empresas e os adversários usam das novas tecnologias para difundir informação e desconstruir as "verdades" dos opositores.

Bem, a ética na informação está de acordo com as normas estabelecidas por aqueles que tem o discurso. Mas quem decide é o eleitor.

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