TRANSPORTE PARA AS MASSAS!

Há soluções, o que de fato gera mudanças, que são necessárias hoje e sempre.

COMUNIDADE - O transporte coletivo não é um problema apenas de Goiânia, é bem verdade, pois a falta de respeito com uma sociedade, sempre considerada massa, invade as grandes cidades brasileiras. Entretanto, no final as empresas de ônibus urbano sofrem com a redução de usuários e aqueles que persistem continuam corretamente a gritar pelos direitos inequívocos. O caos resulta em uma equação simples: falta de respeito com o cidadão e interesses econômicos acima da eficiência. Em Goiânia a situação se repete e sem soluções adequadas, que se arrasta por décadas, sem solução a vista. Disso tudo cabe um questionamento: a situação ficou complexa demais nos tempos atuais ou os líderes políticos se tornaram simples demais, incompetentes para encontrar alternativas viáveis.

As reclamações com o transporte da região metropolitana atingem passageiros e motoristas que sem mostram irritados, para um trânsito cada vez mais confuso e caótico. Enquanto, não se resolve a qualidade do serviço aumenta-se dia a dia a quantidade de carros nas ruas cada vez mais intransitáveis. Na realidade, uma forma democrática, pois a voz rouca das pessoas em alto e bom som brada que o espaço é público, que não podem continuar em ônibus entupidos, de maneira desrespeitosa, enquanto os grandes carros ocupam as ruas e avenidas.

Infelizmente, a greve dos motoristas se soma ao sentimento da população que convive com as incertezas e demoras do transporte coletivo, além disso, com valores cobrados que contradiz com o serviço prestado. Diante das medidas do governo, com política de redução de impostos e juro estável, leva obrigatoriamente o trabalhador corretamente a optar muitas vezes pela motocicleta, apesar dos riscos que corre diariamente.

Notório ainda a persistência com a manutenção de uma estrutura administrativa que não resolve os problemas que surgem, mesmo considerando a eternidade. Alternância de departamentos faz parte da competência política. Não basta chegar à conclusão que a greve é ilegal, diante da briga dos sindicatos, ou que os usuários são exigentes excessivamente, pois a grave situação continua e continuará. Como quebrar o termômetro para resolver o quadro febril, sem ignorância e uma forma de jogar a sujeira para debaixo do tapete.

Considerando que a exploração do serviço é uma concessão pública, cabe aos representantes eleitos tomar ações que faça valer os interesses da coletividade e não somente dos donos de grandes empresas de transporte, que persistem a defender apenas particularidades e ganhos econômicos. Há soluções, o que de fato gera mudanças, que são necessárias hoje e sempre.

PT NO PODER

Prefeito petista Paulo Garcia(a esquerda) ao lado de Íris Rezende (PMDB)




Chegou à hora de saber se o PT em Goiás tem condições de assumir a liderança do município ou até mesmo do Estado, ou trata-se de uma gestão provisória, puxada pelo bom momento de um presidente popular.


POLÍTICA
- Goiânia sinaliza para alternância de poder no jogo político que se apresenta, pois, com a saída de Irís Rezende(PMDB) e entrada no paço municipal de Paulo Garcia(PT) há uma retomada do Partido dos Trabalhadores na sua luta por mais espaço na capital. Entretanto, o petista não terá facilidades e deverá usar de estratégia para formar uma base sólida, sem a presença de Luiz Inácio Lula da Silva na presidência da República e com os novos agentes da política em atividade local, a partir de 2011.

Em virtude da campanha a presidência e governador que se avizinham certamente a administração municipal receberá cobranças, temporariamente em conformidade com o pleito eleitoral. Entretanto, passada esta fase as comparações com a administração do PMDB será permanente, o que obriga a atual gestão buscar estratégias no sentido de assegurar o apoio da população local. Talvez seja uma tarefa realmente complexa, pois é notório o conservadorismo, principalmente das lideranças sociais da cidade, formadas por autoridades que resistem as alternativas administrativas, a qual tradicionalmente é governada por conhecidos políticos.

Além de uma forte retórica, o partido dos trabalhadores precisará de unidade, apesar das diferenças de grupos que compõem o partido na região. Sobretudo, muitas ações no sentido de atender pragmaticamente a comunidade, sem o zelo acadêmico que faz parte de alguns nomes do partido, que trazem excesso de debates, os quais, no final, desagradam o cidadão fora das lógicas partidárias. Certamente a conciliação entre a retórica e o universo pragmático será fundamental, sem esquecer-se dos resultados esperados por uma população acostumada com os tocadores de obras.

A partir do ano que vem os adversários, que por ora se mostram preocupados com o pleito eleitoral, evidentemente irão buscar espaços e importância na vida política local. Desta forma, as estratégias traçadas hoje poderão ser importantes no futuro próximo, sem as quais esta será apenas uma fase transitória. Não cabe ao atual prefeito seguir simplesmente o perfil do chefe do executivo anterior, mas apresentar sua forma de governo que o ultrapasse uma administração que está no poder faz longos anos, e tem raízes.
Chegou à hora de saber se o PT em Goiás tem condições de assumir a liderança do município ou até mesmo do Estado, ou trata-se de uma gestão provisória, puxada pelo bom momento de um presidente popular.

BASTIDORES DO JORNALISMO

Em essência, uma obra que deve ser lida por jornalista, estudantes e professores que pretendam formar uma juventude que queira conhecer os bastidores da informação mediada.

RESENHA - A comunicação cada vez mais se torna fundamental na sociedade moderna, a qual é responsável pela formação cultural e de identidade, conforme as transformações ocorram, de maneira rápida, nos tempos atuais. Desta maneira, o jornalismo e a comunicação on-line se destacam como forma potencial para a existência de um homem consciente e livre para tomar decisões. Imprensa que é responsável pelas narrativas da história que se desenrola no dia a dia. Desta maneira, o livro "Caminhos da Reportagem: o jornalismo e seus bastidores" torna-se muito importante no sentido de narrar momentos vividos pelos goianos e formar o imaginário social, conforme a emergência dos acontecimentos.

Como toda obra também merece elogios e críticas, comuns para em texto do gênero. Desta maneira, o trabalho feito por três jornalistas (Deire Assis, Rogério Borges e Vinicius J. Sassine) deixou infelizmente de lado os fatos políticos, que em Goiás gera discussão, e nem sempre traz à superfície os bastidores, debate caro para alguns representantes mal intencionados com a coisa pública, principalmente que usurpam os cofres da viúva. Muitas vezes a sociedade fica a mercê dos agendamentos de interesse dos grandes ícones do estado, sem na verdade fazer emergir debates e movimentos de representantes importantes na composição do cenário. No final, os escândalos e interesses, muitas vezes, contraditórios com suas propostas e espúrios, surgem tempos depois de ocorridos. Uma pena, um redundante modo de domínio da consciência do eleitor. De fato, não era esta a proposta dos textos, possivelmente uma área sensível para qualquer grande empresa de comunicação.

O que chama a atenção na obra é a busca de produzir matérias que estejam sendo discutidas pela mídia nacional (o que os autores reconhecem, em alguns momentos, ser o atendimento ao agendamento - agenda setting). Desta forma, o local passa distante do conhecimento da sociedade, que cada vez mais necessita das relações pessoais para saber de acontecimentos próximos, como é caso da política, cultura e até mesmo da literatura. Talvez seja um problema de formação de uma sociedade que sempre foi bombardeada pelos diversos veículos estrangeiros, os quais serviram e permanecem atuantes para estruturação da mídia nativa.

No que se refere ao caderno de cultura de qualquer jornal, não recebe prioridade e tem pouco destaque, inclusive o que primeiro é concluído na edição, muitas vezes com assuntos de lugares tão distantes de nossa realidade que mais parece um guia turístico ou algo que o valha. Sobretudo é importante destacar que antes de um bom texto, que se escreva de maneira diferente da regra do jornalismo tradicional é estabelecer um discurso, cuja profundidade e informação não sejam conservadoras ao ponto de impedir a percepção de realidades que passam despercebidas pela falta de visibilidade. Mais vale a comunicação em profundidade do que uma forma inusitada de contar uma história.

Num texto jornalístico não é fundamental simplesmente a descoberta de um tema que vá ao encontro dos interesses dos leitores ávidos por resultados imediatos, que é legítimo, mas que também faça emergir de um tema análises profundas que permitam a reflexão e formação do espírito critico, de pessoas capazes de pensar e debater. Possivelmente, a prostituição seja uma realidade brasileira e uma vergonha goiana, mas afinal, a ramificação desta questão não chega ao campo político, econômico? Talvez fosse um lugar importante para entender a resistência de uma realidade que incomoda e preocupa localmente.

Um dos importantes textos do livro é exatamente o caso "Parque Oeste Industrial" que se transformou em manchetes na imprensa nacional e tristeza, devido à ineficiência da política local, entretanto, questão pouco enfatizado pela reportagem. Muito estranho o jornalismo se voltar, imediatamente, contra os excluídos, pois exatamente é isso que ocorre em um país de diferenças aviltantes de renda. Quatro mil famílias que invadem uma área com dívidas que causam danos ao erário público não podem ser tratadas como simplesmente invasoras. Pior ainda como uma maioria formada por indivíduos que promovem especulação imobiliária. A propósito, Goiânia é um lugar complexo para discutir este tema, em função de sua história de movimentos de ocupação de terrenos, tanto por trabalhadores, quanto pela classe alta, no período de construção da nova capital. Vale lembrar: alguns políticos se tornaram eleitos em função de suas ações neste terreno, promovendo mutirões.

A própria jornalista reconhece a dificuldade de tratar tais assuntos no jornalismo local, pois, "A ação do jornal exercera um papel importante na forma como a ocupação passou a ser vista pela sociedade especialmente pelos agentes públicos". E complementa, "A ação da polícia foi absurda, de uma violência extrema e desnecessária. Eu precisava me convencer de que isso era o que estava errado, não o trabalho de investigação desencadeado pela reportagem".

Sem dúvida o jornalismo é um espaço fundamental para a formação da esfera pública, embora não seja o único nesta tarefa. A comunicação, sendo social, ultrapassa a competência dos temas mediatizados, entretanto, os meios de comunicação ganham notoriedade para a formação do imaginário social, que resulta na estruturação da realidade social.

A obra em questão merece ser reconhecida pela sua importância na luta dos jornalistas em narrar a história a partir do local, permitindo os leitores, sempre críticos, contato com textos que seriam esquecidos. A rigor, não somente os autores são avaliados, mas o jornal enquanto empresa também passa pelo crivo das análises, com sua linha editorial, a qual não está isenta de parcialidade no universo complexo das notícias. Em essência, uma obra que deve ser lida por jornalista, estudantes e professores (especialmente goianos) que pretendam formar uma juventude que queira conhecer os bastidores da informação mediada.

AS PESQUISAS MENTEM?

Imagem de Revista Carta Capital em18/04/2010
Desta forma, as batalhas, nos bastidores existem e continuam. Os meios de comunicação expõem os seus interesses enquanto empresas e os adversários usam das novas tecnologias para difundir informação e desconstruir as "verdades" dos opositores.

ELEIÇÃO - Afinal de contas, nesta corrida presidencial qual a verdadeira situação dos postulantes: há empate técnico entre os candidatos (Census e Vox Populi), o que demonstra o crescimento da petista, sem destaque na grande mídia, ou Serra está à frente com 10% de vantagem (Datafolha), conforme faz questão de destacar os grandes jornais brasileiros. Evidentemente, que, assim com no universo da notícia, no da pesquisa não existe a imparcialidade, que somente aparece nos manuais de redação. A objetividade serve, muitas vezes para vender jornais para um público eclético, sem criar discordância com os minguados leitores dos impressos.

Durante as últimas semanas o debate em torno das pesquisas resultou no agendamento do distanciamento tímido do tucano José Serra em primeiro lugar, em relação à candidata do PT, Dilma Rousseff, em detrimento dos números que apontam empate técnico, cuja metodologia de pesquisa foi deveras questionada por algumas empresas de comunicação – e pelo PSDB. Afinal, quem está com a razão? Uma pergunta difícil de responder, pois de acordo com o método empregado, certamente haverá mudanças de resultados. Basta o Datafolha, por exemplo, dar mais ênfase aos questionários aplicados em São Paulo, para ocorrer vantagem para Serra. Por sua vez, caso os institutos Census e Vox Populi faça questionários que indague primeiramente a figura do Presidente Lula, depois, então, questionar o eleitor para se ter um resultado que não condiz com a realidade confiável. Desta forma, se estabelece uma guerra de números, a qual tem como objetivo tão somente defender as legendas de preferência. Os jornais desta forma terão material à vontade para orientar o eleitor, conforme sua audiência, o que não condiz com a verdade, pois dissimuladamente tenta influenciar a opinião pública.

Mais uma vez surge à certeza que a imparcialidade e isenção se definem como um lugar reservado resguardar a busca de resultados para empresas de comunicação, partidos políticos e de empresários de setores estratégicos, dentro do sistema econômico social. Diante da dúvida e transparência a esquerda passa a ter motivos para reclamar. Emir Sader, jornalista que escreva para Carta Maior destaca: "Por isso a FOLHA MENTE, MENTE, MENTE, DESESPERADAMENTE. Mentirá no fim de semana com nova pesquisa, em que tratará de rebater, com cifras manipuladas – por exemplo, como sempre faz, dando um peso desproporcional a São Paulo em relação aos outros estados -, a irresistível ascensão de Dilma, que tratará de esconder até onde possa e demonstrar que o pífio lançamento de Serra o teria catapultado às alturas. Ou bastaria manter o seu candidato na frente, para fortalecer as posições do partido que dirigem".

O Jornal Folha de S. Paulo usa de suas fontes (tucanas) para contestar as pesquisas dos concorrentes: "O deputado José Aníbal (PSDB-SP), apoiador de Serra, disse que a pesquisa Datafolha "repôs a verdade", referindo-se à última pesquisa do instituto Sensus, de Minas Gerais. Divulgada na terça, apontou um empate técnico (32,7% para Serra e 32,4% para Dilma). "Serra tem uma vantagem expressiva. Aquela pesquisa estava distorcida, deve ser desconsiderada." Sem dúvida que o jornal paulista vem, nesse espaço de disputa, delimitando seu posicionamento em favor dos tucanos, de maneira explícita, o que é corroborado pelo seu quadro de profissionais, com exceções. Como exemplo, a articulista e editora do jornal em Brasília, Eliane Cantanhêde afirma em um dos seus artigos, no dia seguinte ao lançamento da campanha de Serra: "Pode nem ser, mas o PSDB evidentemente se esforçou para parecer um partido de massas. Para não deixar dúvidas, porém, um velho assessor ironizou: "Mas de massas cheirosas..." De fato, até os ônibus que carregaram a militância eram novinhos em folha. "

Desta forma, as batalhas, nos bastidores existem e continuam. Os meios de comunicação expõem os seus interesses enquanto empresas e os adversários usam das novas tecnologias para difundir informação e desconstruir as "verdades" dos opositores.

Bem, a ética na informação está de acordo com as normas estabelecidas por aqueles que tem o discurso. Mas quem decide é o eleitor.

NÚMEROS QUE NÃO MUDAM

Em resumo, a campanha segue previsível, lances midiáticos devem acontecer, não somente dos postulantes, suas assessorias e grupos econômicos, mas da sociedade com suas intenções.

ELEIÇÕES - A campanha eleitoral para a presidência da República continua seguindo sem sustos, conforme previsto. Dados da pesquisa Datafolha realizada entre os dias 15 e 16 em todo país e publicada hoje (17) aponta: Serra com 38%, Dilma 28%, Marina 10% e Ciro 9%. No caso da espontânea a candidata petista leva vantagem de um ponto, tem 13% contra 12% do tucano. Entretanto duas análises importantes: apesar da grande visibilidade do ex-governador de São que lançou sua campanha em Brasília com grande cobertura da grande mídia, não avançou na pesquisa. Ciro, por sua vez perde o terceiro lugar para Marina Silva, que continua como a terceira via num processo que deverá continuar polarizado entre os dois primeiros da corrida.

Contudo, em essência, é forçoso admitir que há um interesse maior da mídia pelos aspectos positivos do José Serra e negativos no que diz respeito à candidata petista, que em alguns momentos sinaliza não satisfazer inteiramente os interesses dos grandes empresários brasileiros. Desta forma, o tucano herda o discurso hegemônico, o qual não pode contrariar os homens do poder econômico sob pena de perder o seu maior apoio, que de fato tem peso numa eleição. Se fundamental na definição do vencedor não é possível saber. A rigor, neste sentido, podem-se avaliar alguns pontos importantes: a sociedade está mais bem informada e em condições de definir suas preferências independentemente das escolhas (agendamento) da grande mídia, de tendência liberal, obviamente.

Há de fato uma polarização não somente entre dois candidatos de partidos diferentes, mas a eleição se mostra dividida entre os interesses dos homens do setor econômico - ávidos pela redução do Estado e predomínio do mercado - e as milhares de pessoas comuns que necessitam do aparelho do governo para viver condignamente, mesmo considerando as críticas dos programas sociais.

Se for verdade que a população brasileira depende de si própria para definir o seu voto, certamente, haverá ao longo dos próximos meses uma mudança de posição entre os dois candidatos. Caso o consenso da maioria seja definido pelos formadores de opinião ligados a hegemonia econômica haverá manutenção da ordem, e o resultado será a alternância da filosofia do governo para a volta ao liberalismo, em essência.

Em resumo, a campanha segue previsível, lances midiáticos devem acontecer, não somente dos postulantes, suas assessorias e grupos econômicos, mas da sociedade com suas intenções.

UMA DÚVIDA

Imagem de capa Folha de S. Paulo (7 de abril).
Como entender o sofrimento das inúmeras famílias no Rio de Janeiro, se não pelo excesso de pessoas excluídas que vivem as margens? A chuva "democraticamente" inundou a todos, desvelando uma gritante diferença entre homens do centro e da periferia. Há condições e interesse de construir estrutura para abrigar a todos harmoniosamente? A culpa é do governador, do prefeito, da política, simplesmente?

Os fichas sujas

Se há espaço para fichas sujas na estrutura do poder, talvez seja o momento de avaliar o sistema como um todo.

POLÍTICA - Na atualidade alguns líderes políticos puseram em discussão o impedimento dos políticos fichas sujas, ou seja, aqueles com pendências na justiça, de participarem do pleito eleitoral, com votação adiada na Câmara dos Deputados. A rigor, seria uma medida que iria moralizar o território político brasileiro? A justiça reuniria condições de ser a balança entre o bem e o mal? Uma coisa é certa, a decisão de escolha não seria mais do cidadão, visto como incompetente, mas haveria outros parâmetros sistêmicos para definição de quem está apto para exercer um cargo político.

Nada contra a capacidade da justiça brasileira de estabelecer a ordem do sistema social, conforme julgamentos em tribunais, na tentativa de ser isenta e imparcial. Entretanto, torna-se necessário entender que a sociedade deve ter a competência para realizar sua própria escolha, de maneira soberana, ainda com o apoio dos homens que resguardam a lei. Deste modo, ao contrário, conforme o que se propõe, os operadores do direito fazem uma escolha prévia, a partir de seus instrumentos (nem sempre isento, não distante do universo político) para depois a sociedade dar o seu voto, decidir.

Além do mais, no Brasil há diferenças culturais em cada Estado, no qual a comunidade deverá ter os seus parâmetros de escolha conforme particularidades e entendimento. O homem do século XXI não pode ser considerando incapaz diante das grandes transformações tecnológicas e de conhecimento. Será que o sistema é tão complexo que os pobres mortais não pode entendê-lo, com clareza e necessita de mediadores?

A política certamente não é lugar de marginais, mas é a rigor um lugar de participação da sociedade, apesar de suas diferenças e interesses. Talvez a justiça não esteja ainda em condições de escolha, neste campo, em lugar da maioria. Ademais, por detrás de determinadas ações há quase sempre estratégias de manutenção de status quo. Se há espaço para fichas sujas na estrutura do poder, talvez seja o momento de avaliar o sistema como um todo.