Guerra e educação

Às vezes uma foto consegue descrever melhor um fato do que as palavras. Em meio uma guerra entre professores e policiais militares em São Paulo, momento em que há a força de coerção do Estado contra reivindicações dos docentes para melhoria dos espaço educacional, surge o ato de solidariedade de um educador com o seu agressor, este atendendo às ordens institucional.

Contestações a parte, não resta dúvida que o universo da escola é também político, pelo bem da sociedade, pois certamente é o único lugar que se pode teorizar e entender os fundamentos de uma civilização complexa.

Leandro: professor carrega policial ferido. O mundo bizarro de José Serra

Foto e texto retirados do site "Conversa Afiada" do jornalista Paulo Henrique Amorim. Publicada em 27/março/2010.

O nosso Putin faz coisas incríveis

Muito ainda se falará dessa foto de Clayton de Souza, da Agência Estado, por tudo que ela significa e dignifica, apesar do imenso paradoxo que encerra. A insolvência moral da política paulista gerou esse instantâneo estupendo, repleto de um simbolismo extremamente caro à natureza humana, cheio de amor e dor. Este professor que carrega o PM ferido é um quadro da arte absurda em que se transformou um governo sustentado artificialmente pela mídia e por coronéis do capital. É um mural multifacetado de significados, tudo resumido numa imagem inesquecível eternizada por um fotojornalista num momento solitário de glória. Ao desprezar o movimento grevista dos professores, ao debochar dos movimentos sociais e autorizar sua polícia a descer o cacete no corpo docente, José Serra conseguiu produzir, ao mesmo tempo, uma obra prima fotográfica, uma elegia à solidariedade humana e uma peça de campanha para Dilma Rousseff.

Inesquecível, Serra, inesquecível.

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