GOIÂNIA TEM POBREZA E DESIGUALDADE SOCIAL

Imagem Wikipédia
Monumento da Praça Cívica de Goiânia que faz alusão as três raças: branco, negro e índio.


Os mutirões de casas próprias feitos pelo atual prefeito no passado possivelmente seja signo de uma realidade que se arrasta por anos a fio, passando por movimentos sociais que sofreram com a força pesada da mão coercitiva do Estado.



SOCIEDADE - A notícia publicada nos jornais brasileiros, nesta quinta e sexta-feira(20) sobre a desigualdade social de Goiânia, apontada pela ONU em relatório que ainda será divulgado, causa, por um lado desconforto e por outro uma grande dúvida: por que esta disfunção social não é aparente para a comunidade? A defesa do prefeito, Íris Rezende, contestando o relatório da entidade, destacado pelos jornais locais com ênfase, não resolve o problema e possivelmente responde a pergunta, pois é preferível divulgar para todos que aqui é uma cidade em que todos vivem harmoniosamente, mesmo que os dados apontem para outras análises. Talvez fosse o caso de levantar a discussão para encontrar soluções.

A princípio pode-se dizer que os números apresentados pela organização internacional estejam errados e têm um viés político, mas nos últimos meses a prefeitura vem tomando medidas que de alguma forma deixa aparente a realidade da pobreza no município, como é o caso da campanha de retirada dos catadores de lixo do centro e a demolição de prédios abandonados do centro da capital, onde haviam os chamados “muquifos”. Talvez seja mesmo apenas uma medida de tornar invisível aos olhos exigentes de uma sociedade privilegiada sem resolver, de fato, os problemas sociais que existem.

Uma pergunta que deveria ser feita: derrubar edificações onde vivem meninos e meninas sem família resolve o problema dos muitos menores que vivem esquecidos pela coletividade? Evidentemente, que seria o mesmo que jogar a sujeira para debaixo do tapete, o qual vai ficar ali causando desconforto, apesar da estética de limpeza. Certamente este não seja um problema da prefeitura, do Estado, mas de partes da comunidade, grupos formadores de opinião, que reverberam esta realidade na própria mídia, que trata a diferença social como inexistente, com uma visão que distorce o olhar para evitar agendamentos que causariam questionamentos e buscas de mudanças sociais. Assim, a realidade percebida empiricamente seria uma e a mediada seria outra.

Os mutirões de casas próprias feitos pelo atual prefeito no passado possivelmente seja signo de uma realidade que se arrasta por anos a fio, passando por movimentos sociais que sofreram com a força pesada da mão coercitiva do Estado responsável pela ordem, o silêncio de grupos do poder político, como foi o caso mal resolvido do "parque oeste industrial", quando cerca de 12 mil pessoas foram retiradas à força de um terreno esquecido pelos donos e com dívidas com o erário público. Um momento de tensão para aqueles que desejam a invisibilidade da disfunção e descontrole da concentração de renda e educação básica pública desigual. Naquele caso em particular houve uma cobertura isenta dos meios de comunicação locais? Para trabalhos acadêmicos feitos por estudantes de diferentes faculdades não foi o que ocorreu.

Talvez, diante do exposto por um órgão internacional, seja chegada momento de discutir os problemas sociais, que evidentemente não é somente de Goiânia, mas que faz parte de uma cidade que emergiu convivendo com inúmeras invasões, diferentes tratamentos políticos para ricos e pobres e certamente continua escondendo a realidade que alijam muitos dos encantos de uma comunidade próspera e feliz.

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