No sistema capitalista, o professor também precisa de salários para sobreviver e se qualificar, base para a existência de uma sociedade, como a do discurso.
EDUCAÇÃO - Lugar comum dizer que o Brasil não valoriza a educação e que uma sociedade mal educada se transforma em massa de manobra. Entretanto, torna-se razoável dizer que a sociedade brasileira se importa com a educação, afinal há transformações substanciais na evolução do conhecimento escolar entre as duas últimas gerações, com pais analfabetos e filhos bacharéis. O que de alguma forma nega a segunda afirmação, pois há comunidades, na contemporaneidade, que tentam participar da esfera pública por canais mais diversos graças, sobretudo, ao conhecimento adquirido nos bancos escolares. Mas há uma verdade: os professores nesta nação continuam recebendo tratamento aquém de sua importância. A começar pelo salário.
No editorial desta quinta-feira (18) o Jornal Folha de S. Paulo destaca que " Lei sancionada em 2008 fixou um piso salarial nacional para docentes, hoje no valor de R$ 1.024,67 (inferior até à renda média do Brasil, R$ 1.117,95). No entanto, seis Estados (GO, TO, RO, CE, PE e RS) ainda pagam salários aquém disso. Sobre as escolas municipais não há dados, mas se presume que a situação seja ainda mais grave".
Embora a política faça parte da educação, esta não conseguiu educar boa parte dos homens públicos que, quando eleitos pelas comunidades, se preocupassem com a formação da grande maioria da população brasileira. Neste sentido, é comum encontrar escolas que caem sobre os alunos, sem infra-estrutura que permita estudantes se sentirem cidadãos. Universidades em que alunos sentam no chão para assistir aula, porque o governo não atinou pela necessidade de adquirir carteiras, mas usa o número de alunos para fazer politicagem no passado e presente. Muitas vezes a educação se transforma em lugar para aumentar a quantidade de cabos eleitorais, com pessoas que sequer entendem a especificidade da área, mas ocupam cargos de direção.
Apesar disso tudo pelo menos o piso salarial aprovado pelos "homens públicos" deveriam valer para os professores. A rigor, dinheiro ao que parece não falta, diante de tantos escândalos que envolvem altas somas de dinheiro, que atravessa o país. Muitas deles, entretanto, ausentes do agendamento dos noticiários das empresas de comunicação.
Em resumo, é chegada a hora de atentar para a importância do docente para a formação de uma sociedade desenvolvida e efetivamente cidadã. No sistema capitalista, o professor também precisa de salários para sobreviver e se qualificar, base para a existência de uma sociedade, como a do discurso.
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