A universidade deve ser um lugar para todos, sem privilégios. Os homens da justiça deveriam saber disso.
EDUCAÇÃO - O debate em torno das cotas nas universidades federais que envolvem o Supremo Tribunal Federal, política e sociedade nem chega a ser polêmico, diante da hegemonia de grupo com força para movimentar a justiça e partidos políticos. Levantar debate sobre a injustiça social brasileira traz a idéia de que há um movimento importante vindo das classes menos favorecidas, o que causa resistência em todos os setores, advinda de instituições que durante séculos privilegiam alguns em detrimento de muitos. As cotas no ensino superior no Brasil são legítimas e permite justiça social, em um país que relegou a marginalidade aqueles que não têm educação e voz.
A matéria publicada pelo jornal O Popular desta quarta-feira (10) sobre o assunto é um exemplo desta análise, pois o aluno que conseguiu na justiça a sua matrícula, de acordo com o jornal, "não acredita ser correto corrigir uma injustiça social com outra, se referindo à falta de oportunidades aos estudantes carentes". Para o estudante "isso não se aplica só a mim, mas também aos outros 22 excluídos do curso de medicina". O que sobressai é sua condição de pobreza que sofre com injustiça por ver seu lugar tomado por outra pessoa, o que seria um preconceito. Entretanto, logo abaixo aparece a fala da mãe do garoto, uma bióloga, de acordo com o diário goiano, que defende a meritocracia, pois "a entrada na faculdade tem de ocorrer por mérito do aluno".
Notório que há investimentos altos de famílias para que o filho reúna condições e passe em uma universidade pública, entretanto, possivelmente muitas lares brasileiros não tem condições para tais gastos, que de alguma forma já define uma sociedade que privilegia grupos pelo poder aquisitivo que possui e não, como alega a bióloga, pela capacidade de pensar e o direito da busca de igualdade. Pensar em mérito seria muito complicado, ao analisar pessoas em condições diferentes lutando por um espaço no qual estão estabelecidos os requisitos para a seleção.
O Brasil tem sim uma conta com a população que foi historicamente marginalizada, que deve exigir sua condição de igualdade, sem preconceitos, mas com justiça e respeito à igualdade, de condições e humana. A universidade deve ser um lugar para todos, sem privilégios. Os homens da justiça deveriam saber disso.
Não é de estranhar, todavia, que partidos que defenderam e defendem determinados grupos continue lutando para a manutenção do status quo social. Contudo, fica nítida a reprovação por parte dos eleitores e sua decadência.
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