RESUMO

Polícia - O fechamento de bares em Goiânia gera uma discussão acirrada que de alguma forma vem sendo feita na imprensa e sociedade. O resultado é que a administração municipal resolveu participar da questão que é, de fato, de sua responsabilidade. Contudo, alguma perguntas ficam no ar: será que o fechamento destes estabelecimentos vai realmente reduzir a criminalidade a médio e longo prazos? As pessoas ditas violentas e "marginais" somente freqüentam determinados tipos de lugares, conforme crê o estado, nas regiões periféricas?

Sem respostas convincentes, o que resta a sensação de poder da política e que nos faz relembrar, inevitavelmente, o tristes tempos da ditadura militar. A responsabilidade da sociedade - leia-se estado - é zelar pelo seu bem-estar, mas não pode discriminar pessoas conforme a região que mora e aparência física. A violência é causada pela própria sociedade que, com o uso da força, sem condições de resolver os seus efeitos, prefere a sua invisibilidade.

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Contraste - Os jornais estampam esta semana a greve dos sindicatos na França, um país que promoveu uma mudança política ao eleger o conservador Nicolas Sarkozy. Um governo que se aproximou das potências econômicas, no sentido de promover mudanças substanciais na estrutura de uma nação que promoveu por muitos décadas política voltada para os interesses sociais - o que resultou em tempos liberais em perda econômicas.

Esta não é a primeira revolta francesa nos últimos anos. A primeira, que envolvia jovens com idade de iniciar sua vida profissional, quis chamar a atenção para a falta de trabalho e a discriminação contra os imigrantes.

Mas o que chama mais a atenção é o rouba das jóias da ex-mulher de Sarkozy, avaliadas em R$1,5 milhões, retiradas de seu apartamento. Na verdade um constraste entre as duas informações: a greve dos trabalhadores por melhores condições de trabalho em meio a uma crise que atinge milhões de pessoas pelo mundo e a notícia sobre o assalto a ex-primeira dama francesa. De um lado trabalhadores em busca de melhores condições de vida, o tostão, de outro as jóias da ex-Senhora Sarkozy, o milhão.

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FSM - Esta semana foi marcada pelo Fórum Social Mundial realizado em Belém, reunião que traz discussões sobre a crise mundial que causou desemprego e fechamento de várias instituições financeiras, algumas famosas, sempre em evidência na mídia. Um dos pontos importantes em debate é a participação efetiva do Estado na economia, pois nas últimas décadas, com o ascendente liberalismo, apregou-se que o setor público seria maléfico para os interesses dos mercados, fundamentais para o desenvolvimento social.

A contradição veio exatamento com a crise imobiliária nos Estados Unidos e se espalhou por todo mundo, o que deixou transparente a incapacidade do mercado de se auto-regulamentar. Assim, o Estado passa a ganhar importância no sentido de evitar catastrofes maiores na sociedade. Contudo, o ponto a ser analisado é qual será esta participação estatal? Afinal, nem sempre o Estado esteve do lado simplesmente do bem-estar-social, mas aliado ao sistema financeiro numa econômia globalizada e sem regulamentação efetiva. O homem comum sabe onde, no final, a corda arrebenta.

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