Aumentar juros na contramão dos interesses da sociedade significa demonstrar como funciona um sistema que se apresenta sólido na injustiça e na forma de tratar a coletividade.
As transformações no modelo sociais são necessárias no sentido de adequar o sistema ao espaço de vida das pessoas – o espaço vivido. O socialismo/comunismo teve papel importante para a polarização de idéias e ideais entre dois sistemas com grandes diferenças de percepção do homem. O capitalismo triunfou pelas lógicas da força intrínseca dos pequenos grupos organizados, com estratégias que vai além da força intelectual particulares, a rigor, perpassa os meio de comunicação e educação. A princípio, se mostrou mais eficiente com efeito de igualdade , no entanto, não pôde esconder a desigualdade social, a centralização econômica exacerbada. A injustiça econômica reluz de maneira que ficam claras as diferenças entre aqueles detentores do capital e os marginalizados em guetos, em meio à pobreza financeira e de conhecimento.
Se um dia houve esperanças de mudanças a partir de cima para baixo, ou seja, um sistema que se transformasse para a inclusão parece que não ocorreu, de fato. Contudo, há algumas transformações emergindo na base deste sistema, devido à ineficiência na gerência do capital sem concorrência ideológica e da participação do próprio homem da margem no cenário político.
Numa análise simples é possível perceber que o acúmulo imensurado dos grupos econômicos levou a uma crise no próprio capitalismo, pois a bolha imobiliária nos Estados Unidos refletiu o anseio exagerado pelo resultado financeiro a qualquer custo, mesmo considerando levar a reboque um mundo inteiro, a bancarrota. Não é possível dizer que governo e investidores não conheciam os lastros de seus negócios e o resultado de seu fracasso, mesmo numa visão a longo prazo. Atitude que demonstra a segurança de especuladores em um sistema que os apóiam intransigentemente.
As discussões que surgem nas diversas mídias, na realidade, não passam de teatro, ao considerar que além da perda de bens de alguns, ninguém sofreu penalidades e ainda os especuladores espertos mantêm-se donos de grandes e vultuosas somas de recursos. Muitos ainda contam com apoio financeiro do Estado americano e dos vários países atingidos, inclusive no Brasil. A dívida chega a dois trilhões de dólares somente nos Estados Unidos, epicentro da crise, que será paga indubitavelmente pela população que não participou da farra especulativa.
No entanto, apesar do interesse de mudanças na forma de se organizar o sistema de poder político e econômico, há movimentos que continuam se posicionando contra as alternativas a um modelo que não serviu a algum propósito de liberdade e igualdade. Neste sentido, dois exemplos. O primeiro, a Bolívia de Evo Morales vem sendo criticada nos últimos dias justamente porque aprovou uma nova constituição que valoriza a cultura indígena em detrimento das regiões ricas, que, evidentemente, votou contra a aprovação as mudanças constitucionais – afinal, a mudança significa perda de poder das minorias. Estranho imaginar que o discurso hegemônico revela que a maioria não tem competência de propor mudanças, por considerar que as regiões que desaprovam a carta magna são habitadas por pessoas de alto padrão econômico, portanto, deve prevalecer a sua vontade em relação a da maioria, teoricamente incompetente para tomar decisões legítimas.
Um segundo exemplo vem do Brasil. Pois no país há uma grande discussão sobre a redução da taxa de juros por parte do governo - a Selic - e o aumento da cobrança de juros dos bancos particulares. Ressalta aos olhos a injustiça com a sociedade brasileira que a cada dia vê o aumento do índice de desemprego e deve conviver com os interesses mercantis dos bancos de aumentar seus rendimentos com altas taxas de juros, mesmo considerando o esforço da sociedade em se organizar no sentido de minimizar a crise vinda exatamente dos países ricos – Estados Unidos e Inglaterra, Japão principalmente.
Ora, onde está o bom senso? A chamada inadimplência é responsabilidade também da ordem financeira que fez quebrar grandes bancos que exploraram com ganância o mercado imobiliário, sobremaneira. Aumentar juros na contramão dos interesses da sociedade significa demonstrar como funciona um sistema que se apresenta sólido na injustiça e na forma de tratar a coletividade.
Apesar de tudo, a discussão, embora inevitável, se revela tímida, e quando se apresenta sobre estes temas o destaque é no sentido de consolidar uma prática que interessa a ordem, mesmo considerando que o modelo precisa sofrer mudanças em sua estrutura. O que deverá ocorrer mais cedo ou mais tarde, conforme se vê na participação mais efetiva do homem social, principalmente na política de Estado. Como exemplo a existência do Fórum Social Mundial, realizado este ano em Belém - diante das belezas da Amazônia- , num confronto de idéias com a reunião de Davos, na Europa. O debate ainda é tímido, mas sem dúvida já é um começo.
Se um dia houve esperanças de mudanças a partir de cima para baixo, ou seja, um sistema que se transformasse para a inclusão parece que não ocorreu, de fato. Contudo, há algumas transformações emergindo na base deste sistema, devido à ineficiência na gerência do capital sem concorrência ideológica e da participação do próprio homem da margem no cenário político.
Numa análise simples é possível perceber que o acúmulo imensurado dos grupos econômicos levou a uma crise no próprio capitalismo, pois a bolha imobiliária nos Estados Unidos refletiu o anseio exagerado pelo resultado financeiro a qualquer custo, mesmo considerando levar a reboque um mundo inteiro, a bancarrota. Não é possível dizer que governo e investidores não conheciam os lastros de seus negócios e o resultado de seu fracasso, mesmo numa visão a longo prazo. Atitude que demonstra a segurança de especuladores em um sistema que os apóiam intransigentemente.
As discussões que surgem nas diversas mídias, na realidade, não passam de teatro, ao considerar que além da perda de bens de alguns, ninguém sofreu penalidades e ainda os especuladores espertos mantêm-se donos de grandes e vultuosas somas de recursos. Muitos ainda contam com apoio financeiro do Estado americano e dos vários países atingidos, inclusive no Brasil. A dívida chega a dois trilhões de dólares somente nos Estados Unidos, epicentro da crise, que será paga indubitavelmente pela população que não participou da farra especulativa.
No entanto, apesar do interesse de mudanças na forma de se organizar o sistema de poder político e econômico, há movimentos que continuam se posicionando contra as alternativas a um modelo que não serviu a algum propósito de liberdade e igualdade. Neste sentido, dois exemplos. O primeiro, a Bolívia de Evo Morales vem sendo criticada nos últimos dias justamente porque aprovou uma nova constituição que valoriza a cultura indígena em detrimento das regiões ricas, que, evidentemente, votou contra a aprovação as mudanças constitucionais – afinal, a mudança significa perda de poder das minorias. Estranho imaginar que o discurso hegemônico revela que a maioria não tem competência de propor mudanças, por considerar que as regiões que desaprovam a carta magna são habitadas por pessoas de alto padrão econômico, portanto, deve prevalecer a sua vontade em relação a da maioria, teoricamente incompetente para tomar decisões legítimas.
Um segundo exemplo vem do Brasil. Pois no país há uma grande discussão sobre a redução da taxa de juros por parte do governo - a Selic - e o aumento da cobrança de juros dos bancos particulares. Ressalta aos olhos a injustiça com a sociedade brasileira que a cada dia vê o aumento do índice de desemprego e deve conviver com os interesses mercantis dos bancos de aumentar seus rendimentos com altas taxas de juros, mesmo considerando o esforço da sociedade em se organizar no sentido de minimizar a crise vinda exatamente dos países ricos – Estados Unidos e Inglaterra, Japão principalmente.
Ora, onde está o bom senso? A chamada inadimplência é responsabilidade também da ordem financeira que fez quebrar grandes bancos que exploraram com ganância o mercado imobiliário, sobremaneira. Aumentar juros na contramão dos interesses da sociedade significa demonstrar como funciona um sistema que se apresenta sólido na injustiça e na forma de tratar a coletividade.
Apesar de tudo, a discussão, embora inevitável, se revela tímida, e quando se apresenta sobre estes temas o destaque é no sentido de consolidar uma prática que interessa a ordem, mesmo considerando que o modelo precisa sofrer mudanças em sua estrutura. O que deverá ocorrer mais cedo ou mais tarde, conforme se vê na participação mais efetiva do homem social, principalmente na política de Estado. Como exemplo a existência do Fórum Social Mundial, realizado este ano em Belém - diante das belezas da Amazônia- , num confronto de idéias com a reunião de Davos, na Europa. O debate ainda é tímido, mas sem dúvida já é um começo.
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