A sociedade pode não estar simplesmente mais bem informada, entretanto, sente mais rapidamente o descontrole de um sistema que exige passividade diante da necessária atividade produtiva constante – num ritmo alucinante.
A vitória de Barack Obama gerou uma discussão na imprensa brasileira e internacional sobre a sua capacidade ou não de mudar a ordem mundial, estabelecida a partir das ênfases econômicas e beligerantes. A rigor o grande debate que se apresenta é se haverá alterações na estrutura social e financeira do mundo, globalizado. Para esta questão os enunciados nem precisam de verbo simplesmente, pois está explícito: o resultado das eleições do país mais rico do mundo leva a alguma mudança. Não exatamente porque determinados grupos hegemônicos tenham este tipo de desejo, mas simplesmente em função de atitudes políticas que não mais se sustentam numa realidade que atemoriza pessoas pelo mundo. A rigor, uma nação isolada, com discurso único, em período de globalização possivelmente põe fim a qualquer grande império. Desta forma, eis uma questão difícil de analisar e não deve ser percebida a partir apenas de visões pragmáticas, como se a realidade fosse uma conta exata. Os defensores da ordem capitalista ortodoxa precisam buscar novas estratégias de condução do espaço social, que se movimenta numa dinamicidade, decidida a partir da própria mediatização.
Para aqueles que olharem para trás vai perceber referências importantes das mudanças, afinal, na história as mudanças de paradigmas (modelos políticos e econômicos) sempre existiram, todavia, as rupturas passam a ser esquecidas exatamente como forma de fazer surgir a imagem de uma história dinâmica. Entretanto, perder de vista os momentos importantes das rupturas, torna-se ponto de alienação, ou melhor, perda de identidade, pois se esquecemos o passado nos tornamos sem origem. Com efeito, a esfera social vem sofrendo alterações em sua estrutura, a começar das duas grandes guerras que promoveram reorganização do sistema, com inserção de novas tecnologias com mais investimento na ciência, principalmente na área bélica, além do recrudescimento das políticas de determinados países que gerou a chamada guerra fria envolvendo duas poderosas nações – teoricamente, de um lado capitalismo e de outro socialismo. O Brasil vive de rupturas, ainda mais na política. Poderíamos dizer que há permanentemente uma luta entre grupos hegemônicos e classe desprivilegiada que com muita mágica passa despercebida do imaginário social. Estratégias para este fim não faltam.
O fim da história não se efetivou como muitos pensaram, ao contrário, a história continua sendo contada, que neste fluxo de comunicação contínuo aumentou sua dinâmica. A sociedade pode não estar simplesmente mais bem informada, entretanto, sente mais rapidamente o descontrole de um sistema que exige passividade diante da necessária atividade produtiva constante – num ritmo alucinante. As trocas informacionais são inevitáveis e inexoráveis no sentido de promover alavancas nas relações entre o desejo e o permitido, no seio da sociedade. A rigor, o efeito latente forma no homem globalizado o sentimento de pertencimento e participação – mesmo que seja apenas um simulacro - num mundo que muitas vezes não lhe diz respeito. Como não é possível construir uma estrutura única, as alterações promovidas lentamente levam a todos para rumos antes desconhecidos e não esperados. Eis a essência.
A eleição nos Estados Unidos ressalta essa dinâmica, de uma sociedade pertencente ao espaço global público mediatizado submetido às práticas locais com suas identidades. Logo, vale dizer, o que menos importa neste momento é saber se Barack Obama vai ou não ser eficiente, pois neste sentido, cabe uma análise pragmática complexa. Possivelmente vai repetir fórmulas anteriores e arriscar alterações na ordem estabelecida. O que importante, entretanto, é perceber a resposta da sociedade as negociações na esfera pública. Afinal, como poderia se imaginar um negro na Casa Branca, cosmopolita, de origem Africana? E mais, um intelectual, com carisma e capacidade de convencimento, o que vai contra determinados princípios norteadores de exclusões que apregoavam questões genéticas para definir os melhores, com a palavra os positivistas.
Se alguém pensou o fim da história equivocadamente, não cabe aos exaltados imaginar o fim do neoliberalismo, entretanto, cabe ressaltar a necessidade de repensá-lo, pois, na sua essência há fissuras, se não vistas rapidamente haverá sua implosão e novos paradigmas serão inevitáveis. O que de fato não será negativo, pois, os excessos contaminaram a única fórmula de pensamento existente. As estratégicas são disfuncionais, as engrenagens estão bambas, que em alta velocidade ganha estabilidade, mas não há nada que se equilibra sem “reparar” algumas peças vitais, uma delas é a razão humana.
Para aqueles que olharem para trás vai perceber referências importantes das mudanças, afinal, na história as mudanças de paradigmas (modelos políticos e econômicos) sempre existiram, todavia, as rupturas passam a ser esquecidas exatamente como forma de fazer surgir a imagem de uma história dinâmica. Entretanto, perder de vista os momentos importantes das rupturas, torna-se ponto de alienação, ou melhor, perda de identidade, pois se esquecemos o passado nos tornamos sem origem. Com efeito, a esfera social vem sofrendo alterações em sua estrutura, a começar das duas grandes guerras que promoveram reorganização do sistema, com inserção de novas tecnologias com mais investimento na ciência, principalmente na área bélica, além do recrudescimento das políticas de determinados países que gerou a chamada guerra fria envolvendo duas poderosas nações – teoricamente, de um lado capitalismo e de outro socialismo. O Brasil vive de rupturas, ainda mais na política. Poderíamos dizer que há permanentemente uma luta entre grupos hegemônicos e classe desprivilegiada que com muita mágica passa despercebida do imaginário social. Estratégias para este fim não faltam.
O fim da história não se efetivou como muitos pensaram, ao contrário, a história continua sendo contada, que neste fluxo de comunicação contínuo aumentou sua dinâmica. A sociedade pode não estar simplesmente mais bem informada, entretanto, sente mais rapidamente o descontrole de um sistema que exige passividade diante da necessária atividade produtiva constante – num ritmo alucinante. As trocas informacionais são inevitáveis e inexoráveis no sentido de promover alavancas nas relações entre o desejo e o permitido, no seio da sociedade. A rigor, o efeito latente forma no homem globalizado o sentimento de pertencimento e participação – mesmo que seja apenas um simulacro - num mundo que muitas vezes não lhe diz respeito. Como não é possível construir uma estrutura única, as alterações promovidas lentamente levam a todos para rumos antes desconhecidos e não esperados. Eis a essência.
A eleição nos Estados Unidos ressalta essa dinâmica, de uma sociedade pertencente ao espaço global público mediatizado submetido às práticas locais com suas identidades. Logo, vale dizer, o que menos importa neste momento é saber se Barack Obama vai ou não ser eficiente, pois neste sentido, cabe uma análise pragmática complexa. Possivelmente vai repetir fórmulas anteriores e arriscar alterações na ordem estabelecida. O que importante, entretanto, é perceber a resposta da sociedade as negociações na esfera pública. Afinal, como poderia se imaginar um negro na Casa Branca, cosmopolita, de origem Africana? E mais, um intelectual, com carisma e capacidade de convencimento, o que vai contra determinados princípios norteadores de exclusões que apregoavam questões genéticas para definir os melhores, com a palavra os positivistas.
Se alguém pensou o fim da história equivocadamente, não cabe aos exaltados imaginar o fim do neoliberalismo, entretanto, cabe ressaltar a necessidade de repensá-lo, pois, na sua essência há fissuras, se não vistas rapidamente haverá sua implosão e novos paradigmas serão inevitáveis. O que de fato não será negativo, pois, os excessos contaminaram a única fórmula de pensamento existente. As estratégicas são disfuncionais, as engrenagens estão bambas, que em alta velocidade ganha estabilidade, mas não há nada que se equilibra sem “reparar” algumas peças vitais, uma delas é a razão humana.
2 comentários:
É... resta esperar para ver o que realmente vai acontecer. Afinal Obama é visto como a esperança dos "brancos", sem falar dos afro-americanos. Um intelectual carismático, sorridente durante toda campanha que, após ser eleito, no primeiro discurso, nem se quer mostrou os dentes. Não sei se é pra rir ou pra chorar, mas o que fica é a esperança de um mundo inteiro. "Que fique entre nós, mas ele não pode fazer milagres", acredito.
Ana Carla Jacob
Sinceramente, tenho medo do que pode acontecer. Vejo Obama como o rei do Marketing. Os discursos dele são precisos, diretos, bem trabalhados e sua imagem segue a mesma linha. Ele além deste talvez estimulado carisma ainda carrega uma carga muito maior, o "mito de ser o primeiro presidente negro do Estados Unidos". Com e eleição dele este mito caiu em terra e as memórias se voltam a Martin Luterking e seus anseios. Tomará a Deus que eu esteja errado, mas é sempre assim quando a oferta é demais o Santo desconfia, desculpa pelo jargão, achei-o adequado. Por fim, tenho medo. Medo de que o mito Obama se ofusque, e a população se revolte. Obama pode ser o melhor presidente do País, como pode também ser o pior. Esperemos para ver. Mas desde já garanto: o fardo dele é grande e bem pesado.
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