EDUCAÇÃO E MODERNIDADE

Assim, é bem possível que a formação da sociedade moderna se dá pelos meios eletrônicos, principalmente televisão e internet. O resultado é uma sociedade da imagem, de pouca leitura. Pessoas que vêem mais do que discutem,questionam.

A educação brasileira está longe de ser a ideal, o otimismo apresentado pelo governo no que se refere ao ensino básico não se materializa na realidade, afinal já se foram anos e poucos avanços, os quais podem ser entendidos como fracassos. Em pleno século das tecnologias e da comunicação não se pode considerar satisfatório resultados tão pouco representativos. As projeções são realmente humildes a ponto de não significar crescimento, talvez reverbera o pessimismo dos governos que entendem não ter condições para tratar com eficiência uma sociedade que se arrasta ao longo dos séculos com pouco conhecimento escolar. Por outro lado não se pode dizer o mesmo do avanço das tecnologias audiovisuais que se expandiu em tal proporção que a sociedade vive em pleno espetáculo. Nesta área o avanço é extraordinário.

Se o objetivo da escola é de competir com os meios de comunicação de massa na educação de jovens deve se desdobrar e ser mais eficiente. Realmente não é fácil, afinal uma família passa várias horas diante de um aparelho de televisão, mas uma pessoa não suporta algumas horas em uma sala de aula. Assim, é bem possível que a formação da sociedade moderna se dá pelos meios eletrônicos, principalmente televisão e internet. O resultado é uma sociedade da imagem, de pouca leitura. Pessoas que vêem mais do que discutem,questionam. No final, o estudante passa pela escola e pouco compreende de conteúdos nem sempre interessantes, se comparados com os apelos midiatizados. Formam-se pessoas sem reflexão, expostas ao apelo fácil do mercado e com pouco conhecimento sobre os fenômenos que envolvem o espaço social. Não se pode conjecturar que o estudante não tenha capacidade para o aprendizado, o fato é que educação não se efetiva somente na escola, que a cada dia se torna mais chata e pouco atraente.

O estranho de tudo isso é imaginar que esta realidade não é algo impensado, mas faz parte de uma estrutura social planejada para se desenvolver a partir da lógica da formação para o senso comum. Se não vejamos, o salário dos professores no Brasil é pouco estimulante, considerando o ensino básico chega a ser aviltante. Os pesquisadores não recebem a devida importância, a começar pelas agências de fomento que oferecem bolsas que estão longe do ideal para quem se dedica a pesquisa cotidianamente. O aluno, além de ir para a escola, necessita investir mais tempo às atividades econômicas, caso contrário não terá condições de se alimentar para o dia-a-dia – os pais o tem como responsável pela melhoria da renda familiar. Sobretudo, a distribuição da riqueza deste país possivelmente seja um dos fatores impedidores para o desenvolvimento do aprendizado, pois, em muitos lugares o estudante vai a escola para se alimentar. Além disso, a política é um fator, muitas vezes, negativo no sentido de promover a qualidade do ensino, que se transforma em lugar de resolver interesses partidários com cargos administrativos ocupados por pessoas nem sempre qualificadas, mas importantes cabos eleitorais partidários.

Além do que a escola é um lugar fundamental para se formar pessoas conforme a estrutura social que se quer determinar. Obviamente que uma sociedade mais bem educada possivelmente provocaria mudanças na estrutura, tornando ineficientes inúmeras autoridades que se apresentam fundamentais neste processo. Neste ínterim, haverá confronto inclusive entre escola e meios de comunicação de massa que a cada dia difundem programas que de longe atingiria números satisfatórios de audiência. Desta forma, pensar a educação não se faz uma tarefa fácil, mas muito ao contrário, sistêmica e complexa, ao ponto de gerar conturbações as mais diversas, entretanto, importantes, se alguém quer ver uma sociedade capaz de atender as exigências de um país desenvolvimento social e economicamente.

Os números apresentados pelo governo, estado e municípios – salvo exceção - demonstram simplesmente a ineficiência e incapacidade para lidar com o ensino. Talvez seja mesmo o reflexo da nossa incompetência. Aliado a isso, a comparação feitas pelas empresas de comunicação de massa da nossa educação com os países desenvolvidos é um equívoco, pois o Brasil precisa pensar a educação a partir das suas relações históricas e não exatamente uma visão simplesmente do mundo desenvolvido, onde estão os grandes centros econômicos. Formar pessoas como instrumento para resultados mercadológicos é um grande erro, pois serão pessoas limitadas pela falta de reflexão e incapazes de promover as transformações sociais e econômicas indispensáveis em uma sociedade em meio à tecnologia de comunicação virtual. Pois, vivemos numa sociedade globalizada na qual as palavras ganham força e o conhecimento mais valor que a força física.

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